Três.

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Um vôo de quase 10h partindo de Amsterdam com destino aos Estados Unidos, no aeroporto de National City, foi feito por Lena, que dormiu praticamente o tempo todo. Quando pousou, a morena se sentia nervosa, sua mãe provavelmente já sabia que o contrato não havia sido assinado e que perderam um bom investidor.

Em passos não muito rápidos, a empresária caminhou com sua mala até a saída do aeroporto onde um carro de luxo á esperava, com Lillian dentro.

— Bom dia pra você, filha. — Lillian disse, sem olhar nos olhos da outra. A matriarcada dos Luthor's usava um coque alto, um vestido de linha justo e óculos escuro, seu semblante era sério, de poucos amigos. — Já sei que você não conseguiu fechar esse acordo que era de extrema importância. — ela tirou os óculos e, pela primeira vez, encarou Lena. — Quando vai tomar jeito na vida, Lena? Quando vai ser responsável? Uma mulher adulta?

Lena revirou os olhos.

— O esforço que eu faço, você nunca vê, tudo que eu faço é insuficiente pra você. Eu não sou você, mãe, não sou perfeita como você, você me tirar do testamento não vai me fazer ser como você. — Lena falou, desabafando irritada, estava completamente cansada de ser julgada pela mãe. — Você vai se surpreender comigo e vai me pedir desculpas. — Lena chamou o motorista e o ordenou para parar, quando desceu do carro com suas coisas, chamou um taxi e seguiu em direção ao seu apartamento.

Faziam exatamente duas semanas desde que Kara ia atrás de Lena na empresa, em uma tentativa de se comunicar com ela, mas ela era sempre barrada, mesmo sabendo que a morena havia chegado de viagem á uma semana. Alex fazia tentativas também, mas falhava em todas, se comunicar com Lena Luthor era muito difícil quando ela não queria encontrar ninguém.

— Vai ficar aí? — Alex indagou para a loira. O por do sol já havia caído e Kara não estava nenhum pouco disposta a desistir, a raiva pela inseminação errada já havia passado, a loira já havia entrado com um processo contra a enfermeira e o hospital e tudo estava em andamento, tudo que ela precisava agora era se comunicar com Lena e ver se a inseminação havia dado certo ou não.
— Uma hora ela vai ter que ir embora. — Kara deu de ombros.

A ruiva sabia que a irmã não iria desistir, então deu um beijo no topo de sua cabeça e entrou em seu carro, indo embora. Kara ainda ficou ali até 23h da noite, quando o porteiro abriu o portão e ela avistou Lena saindo.

— Ei, Lena Luthor! — Kara gritou.

Lena a ignorou.

— Lena Luthor!! — a loira gritou novamente, fazendo a morena parar os passos e a encarar irritada.
— Se for algum jornalista, vai arrumar o que fazer, olha a hora! — disse, trincando os dentes.
— Não sou jornalista. — ela respondeu, no mesmo tom que a empresária.
— Bom, deve ser alguma peguete minha, digo que não repito figurinha, mas... — a morena olhou a loira de baixo para cima com um sorriso convencido. — Mas pra você posso abrir uma exceção. — Kara fez uma cara enojada.
— Você é nojenta.
— E quem você pensa que é pra falar comigo assim, garota? — a morena falava alto, totalmente na defensiva. — Digamos que pelas suas vestimentas, deve ser alguém carente que veio pedir dinheiro para mim.
— Essas roupas são da última coleção de inverno, ok? — Kara respondeu, totalmente ofendida.
— De qual brechó?! — a loira serrou os punhos.

Lena não deixou a outra responder, simplesmente se virou e continuou o caminho até o seu carro, a morena ouvia a outra gritando seu nome mas em nenhum momento parou para ouvi-lá. Quando entrou no seu carro, tratou de fechar o vidro e deixar a outra mulher do lado de fora, ligou o carro e deu partida.

Kara ficou extremamente irritada com o comportamento da outra, tudo que pesquisou sobre Lena era verdade, ela era uma
mesquinha, megera, egocêntrico, egoista e vadia. Por um lado a loira estava completamente angustiada, não conseguia dormir a noite direito, não parava de pensar sobre isso e estava completamente no escuro, sem notícias da médica ou da própria Lena.

A loira chegou em seu apartamento e como de costume, sentou no sofá com uma garrafa de vinho e tomou tudo, até a última gota, essa era sua rotina dos últimos meses, desde que os tratamentos de fertilidade não deram certo a loira se afundou, parou de sair, parou de conversar com os amigos que, mesmo eles querendo manter contato, ela não dava nenhuma abertura, os únicos que tinham contato com ela eram seus irmãos, Alex e Clark. Assistindo um episódio aleatório de modern family, a loira adormeceu, acordando apenas no dia seguinte. Quando enchia a cara, dormia como uma criança.

Faziam três dias que Lena não aparecia no trabalho e isso deixou todos preocupados pois isso nunca havia acontecido, Lena era extremamente pontual e levava o trabalho muito a sério. Lex, depois da aula, apareceu o apartamento da irmã, os dois tinham suas brigas como qualquer irmão, mas se amavam demais.

— Lena, vim ver se está viva. — o adolescente de 17 anos já havia entrado, estava na sala.
— Quarto. — ela gritou, com certa dificuldade.

Ele seguiu pelo enorme apartamento até o quarto da irmã e logo quando entrou a encontrou deitada e embolada em meio as cobertas, totalmente pálida.

— Você está horrível. — ele disse sincero, fazendo ela rir fraco. — Está quase morta, só falta enterrar. — brincou.

Ela o xingou rindo e o chamou para perto, o deixou um beijo no topo de sua cabeça e ele se sentou na cama, segurando sua mão.

— O que você tem? Está doente?
— É o que parece. — ela riu. — Me sinto com um mal estar incurável, estou vomitando direto, com dor de cabeça, estou com cólica, me sinto cansada o tempo todo e pareço uma cachoeira porque não paro de ir ao banheiro fazer xixi. — resmungou.

Lex a olhou confuso.

— Comeu algo estragado?
— Talvez tenha sido isso e estou com uma intoxicação alimentar.
— Eu acho que você precisa ir ao médico, Lena. — a morena revirou os olhos. — Eu sei que você não gosta, mas qual é, você está faltando serviço.
— A mamãe perguntou de mim? — Lex a encarou meio receoso. — Já vi que não. — bufou.
— Você sabe como ela é, Lena.
— Eu não entendo porque ela não é assim com você.
— Porque, obviamente, sou o favorito. — ele disse convencido, fazendo ela rir.

Lena se deu por vencida após muita insistência de Lex e resolveu ir ao médico, seu celular estava dentro da gaveta do seu armário, não o usava muito e por isso se assustou quando havia 206 ligações perdidas e 173 mensagens não lidas do Hospital Central de National City. Quando a morena discou o número o outro lado da linha atendeu imediatamente.

— Lena, finalmente! — era a voz de Carina, parecia aliviada e ao mesmo tempo preocupada.
— Carina, quem morreu? — Lena indagou, preocupada.
— Ainda ninguém, dependendo de como está seu humor. — a morena fez um semblante confuso.
— Que?
— Lena, preciso que você venha de imediato para o hospital, é de extrema urgência que você compareça ainda hoje! Quando veio a última vez aconteceu um erro, mas isso eu só posso te contar pessoalmente. Por favor, venha com urgência. — o tom de Carina fez a morena se assustar.
— Estou indo agora mesmo!

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deixem estrelinha 🩷🩷🩷

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