Onze.

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Com o tempo completamente aberto, o clima ficava mais quente e abafado que o normal, as ruas estavam cheias de crianças procurando um carro de sorvete e adultos tomando cerveja em pleno almoço, em uma tentativa de se refrescar. Nesse momento, Kara e Lena se encontravam no carro a caminho do hospital, e mesmo com o ar condicionado ligado, mas isso não impedia Kara de suar pois sentia os efeitos da alta temperatura do lado de fora, já que seu corpo esquentava mais que os das outras pessoas, e por isso odiava o verão.

Lena respondia e-mails em seu tablet e parecia alheia a toda a situação e o calor em sua volta.

— Seu prédio tem piscina? Poderíamos ir lá. — Kara sugeriu, encarando Lena.
— Kara, não sou branca assim me arriscando em piscinas no verão. — Lena falou, sem deixar de encarar o tablet. — E já vamos no shopping hoje, não quero estender mais a passagem de tempo com você. — disse, curta e grossa.
— Trocou as ferraduras hoje, cavala? — Kara disse, num tom bravo. — Saiba que seria bom pra você aprender mais sobre mim, a partir de amanhã vamos ser namoradas. — Kara sorriu divertida, sabia o quanto aquilo incomodava a morena.
— Você não é a primeira com quem eu tenho que fingir. — Lena ainda não a encarava.
— Comigo você vai fingir namoro, não orgasmo, talvez já esteja acostumada e é por isso que vive de mau humor. — Kara alfinetou. Lena, pela primeira vez a encarou, estava chocada com a coragem da loira.

Nenhuma outra palavra foi dita até o hospital. Quando chegaram, foram acompanhas por Carina para a sala onde iria ser feito o ultrassom. Lena vestiu a roupa de hospital, que se parecia com um macacão todo branco, mas era todo aberto. Com cuidado, ela se deitou na maca, reclamou do gel gelado que foi passado na sua barriga - que ainda estava pequena - e fez pouco caso quando Carina começou a passar o aparelho por sua barriga.

Ao contrário de Lena, Kara estava em êxtase, sentia-se flutuando em um mar de boas notícias, sentia que seu coração iria explodir de felicidade só por estar vendo seu filho e ouvindo o coração calmo dele. Era uma sensação indescritível, mágica e única. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e seu coração não sabia como era possível suportar tanta felicidade, nunca iria saber descrever a sensação que sempre sonhou em ter, depois de tantas falhas, não imaginou que estaria vivendo esse momento. Sua ansiedade fazia sua mente criar mil e uma formas para saber como o bebê seria, se iria se parecer com ela, se iria ter seus olhos ou suas manias.

— Já dá pra saber o sexo? — Kara perguntou animada e meio chorosa.
— Ainda não, Kara, estamos no primeiro mês ainda, mas pelo terceiro mês conseguimos saber se vai ser menino ou menina. — Carina explicava docemente.

O coração da loira saltitou. Era o momento mais emocionante da sua vida.

Lena olhava a situação toda sem entender nada, na tela havia um borrão que mal dava para ver algo, tentava mostrar que não estava sendo afetada com o som alto do coração do bebê, mas no fundo estava achando a coisa mais doce e incrível do mundo. A morena não iria admitir, mas a sensação de ter uma vida crescendo dentro dela ao mesmo tempo que era assustador, era lindo.

As duas estavam no carro á caminho do shopping, o motorista andava rápido porque era um dia sem trânsito, então não demorariam a chegar no local. Kara demorou um tempo para se recompor, estava a todo instante com aquele doce som na sua cabeça e sorria boba por isso.

— Tá sorrindo tanto assim por que? Tirou o aparelho e tá mostrando os dentes? — Lena indagou, arqueando a sobrancelha.

Kara revirou os olhos.

— Estou feliz porque ouvi meu filho. Você não sentiu nada? — a loira perguntou, seus olhos estavam fixos na morena em uma tentativa de decifrar por trás daquelas expressões sarcásticas.
— Tanto faz pra mim, o bebê não é meu. — deu de ombros.
— Sim, verdade, o bebê é meu. — Lena deu um sorriso falso.

Barriga de aluguel | SUPERCORP Where stories live. Discover now