Capítulo 3

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Lúcia

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Lúcia

Durante a aula eu sempre olhava para ver se ele continuava lá. Fiquei feliz ao saber que estava. Notei que ele sempre tinha os seus olhos em mim. Eu não sabia explicar, mas ele fazia-me sentir especial.

Pela primeira vez eu quis que a aula terminasse o mais rápido possível, nunca pensei que eu desejaria aquilo.

— Quando os pés estão corretos, todo o resto nós…

— Acompanha!! —  eu e todas as meninas completamos a frase da professora ao final da aula.

Ela ama essa frase no livro Crônicas de Nárnia. E nós também.

— Ei! — Amélia me chama. — Você vem com a gente ou vai lá conversar com o rapaz?

— Eu preciso mesmo responder?  — levantei uma das minhas sobrancelhas.

— Tá legal.  — disse virando as costas. É bom saber que ela ainda me conhecia.

— Oi, tudo bem! Bernardo? — falei logo assim que cheguei perto dele.

— Tudo. Te ver dançar é acalentador. — ele demonstra estar um pouco arrependido por ter usado a última palavra.

— Acalentador? É bom saber que as pessoas se sintam assim quando me ver dançar, eu acho. Me acalma bastante dançar também. — eu falei dando de ombro.
— Eu sempre te vi por aqui, na escola. Agora nesta sala é a primeira vez. Você conhece alguma das meninas? — ele me olhava tão sério, queria que ele sorrisse um pouco, tinha um sorriso tão lindo.

— Eu queria ver vocês dançando, antes de… ir embora. — foi bom saber que ele não veio para nenhuma menina específica. Eu ficaria decepcionada se fosse o caso.

— Ah, Você já me viu dançar outras vezes? —  fiz a pergunta mesmo sabendo qual era a resposta.
— Nunca. É a primeira vez que eu venho para cá nesse horário.
— Eu vou ter que ir ao banheiro me trocar, queria te ver novamente, para a gente poder conversar melhor. Eu irei te ver? — eu queria mostrar que apesar de tá indo embora queria vê-lo outra vez. Ele demorou um pouco para responder, aquilo me deixou insegura.

— Talvez. — disse ele, e logo depois acrescentou:
— Provavelmente.   — eu estreitei os meus olhos , não sentindo confiança nas suas palavras.
— Tudo bem, eu irei te esperar. Eu sei que você vai. Agora eu vou indo. Foi muito bom te ver aqui. Até mais, Bernardo.  — tentei deixar o mais claro possível para entender que eu queria que ele voltasse.
— Até mais, Lúcia —  a sua resposta me deixou otimista. Provavelmente eu iria revê-lo aqui.

  Fui direto para o banheiro me trocar, lá encontrei as meninas.

— Lúcia, queria falar contigo. — Leila pede assim que eu saia do chuveiro já trocada de roupa.
— Quem trouxe desodorante? Eu esqueci o meu. — uma das meninas pediu, rapidamente eu joguei o meu para ela.
— Aquele rapaz, que apareceu hoje na nossa aula, é da mesma sala do meu primo. Ele é bolsista aqui.  — Eu não entendi muito porque ela estava me relatando aquilo.
— Sério? Provavelmente ele é muito bom, porque para entrar aqui com uma bolsa é bem difícil. — de maneira sutil eu tento dizer a ela que não ligue por ele ser bolsista. E sobre o fato dele ser bom, era verdade. Porque não é fácil conseguir uma bolsa aqui na escola de arte.

Nas Pontas Dos PésOnde as histórias ganham vida. Descobre agora