Capítulo 7

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Era sexta-feira à noite e eu estava em um táxi, a caminho da tal festa que o Lu insistiu tanto que eu fosse. Pelo que ele me disse, seria algo tranquilo, com poucas pessoas. Mas como ele era riquinho e seus amigos deviam ser também, achei melhor ir vestida à altura. 

Abri a janela do táxi para respirar o ar gelado da noite e observar o movimento...

Minha semana fora tão chata! Rafael não aparecera mais. O que eu teria que fazer dessa vez para que ele me fizesse outra visita? Eu o vira tão poucas vezes, mas sentia que o conhecia desde sempre. Tínhamos uma ligação além da minha compreensão. Sem ele, minha vida não tinha cor. Tá... Talvez o Lu tenha colorido só um pouquinho a minha semana.

Agora que a Lise estava por conta do governo para que pudesse recuperar a saúde, eu só tinha a companhia diária do Lu. Não que eu fosse atrás da amizade dele, mas fazer o quê se ele não largava do meu pé? Melhor ele não saber, mas eu até que estava gostando. Ele me fazia rir e até me convencera a ir malhar. Isso mesmo... eu andava frequentando a academia!

Conheci a mega casa da família do Lu outro dia. Aos meus olhos, eles eram muito ricos! Assistimos um filme junto com a irmã dele na sala de televisão, que mais parecia um cinema. Eu estava mesmo gostando da amizade dele. O único problema era que ele não desistia de algo enquanto não fosse atendido. A prova disso era minha atual situação... Com meu vestido mais curto, salto alto e batom vermelho indo para uma festa!

Quem diria... Só o Lu mesmo para conseguir tanto de mim. Ele disse umas mil vezes essa semana que eu precisava sair mais, conhecer pessoas, fazer novas amizades... blá blá blá... Aqui vamos nós! Talvez ele estivesse mesmo certo.

Eu estava tão absorta em meus pensamentos que nem havia notado a mudança de ares lá fora. Será que o amigo do Lu mora mesmo por aqui? O bairro no qual entravamos era muito estranho... Não me surpreenderia topar com o assaltante da padaria por aqui.

- O endereço é esse, moça. - O taxista para no início de uma rua que subia para um morro.

- Tem certeza? Rua da vala, número 112? - Eu olho ao redor e não vejo nenhum movimento de festa.

- É mais ali em cima, mas eu só posso vir até aqui. - Ele responde. 

Isso não devia ser um bom sinal.

- Só um minuto, moço.

Eu apanhei meu celular e digitei rápido o número do Lu. Fora de área... Droga! Eu não estava gostando da ideia de subir aquela rua sozinha, vestida daquele jeito. Talvez ele esteja logo ali em cima, né? Se era esse mesmo o endereço, então não devia ter problema...

- E então, moça? - O taxista pergunta.

- Deu quanto?


Não havia ninguém vestido para festa subindo aquela rua além de mim. Quanto mais eu subia, mais deserto aquele lugar ficava. Comecei a me sentir constrangida com os olhares maliciosos de alguns homens em cima de mim. Puxei meu vestido para baixo. Por que eu vesti essa droga de roupa?

- Ei, gatinha... - Aquele homem com cara de bandido estava falando comigo?- Vem aqui pra eu te pagar uma cervejinha...

Haviam uns dois homens esquisitos próximos à mim e outros dois mais esquisitos ainda sentados na única mesa ocupada de um bar. Aquilo já era demais! Resolvi voltar. Eu nem devia ter ido tão longe.

- Pra onde está indo com tanta pressa, princesa? - Diz um dos caras próximos a mim.

Ele e o amigo se aproximaram. Os outros dois do bar também resolveram chegar para perto. Senti a descarga de adrenalina sendo jogada em minhas veias... Foi instantânea a aceleração de meus batimentos cardíacos.

Anjo Meu Where stories live. Discover now