Capítulo 2

62 4 5
                                    


"Cuidado em quem você confia. Lembre-se que o diabo era um anjo" - Supernatural

Os raios de sol acertavam em cheio meus olhos que piscavam incessantemente tentando focar em algo, o que eles não fariam já que meu óculos não estava no meu rosto. Além disso, eu estava sendo atacada por uma dor de cabeça pior do que várias ressacas que já tive, minha cabeça parecia ter sido alvejada por uma pedra. Decidi então procurar meus óculos começando a tatear a cama macia em que estava, passando para uma cômoda de madeira maciça onde acabei por achá-lo e colocá-lo rapidamente em meu rosto, só então olhei ao redor e percebi que não estava em minha cama e muito menos em meu quarto. O lugar em que eu estava parecia bem mais antigo e organizado, cheio de prateleiras de livros, paredes pintadas de um roxo escuro e as cortinas mais feias que já tinha visto, sem falar nos quadros estranhos que preenchiam as paredes. Olhei ao redor procurando por alguém, mas não havia nenhum sinal de vida, esse lugar era estranho demais para ser verdade. Então me levantei e olhei através da janela que dava para um lindo campo com algumas árvores, mas tudo estava completamente vazio, apesar disso o lugar era estranhamente familiar, eu definitivamente já havia visto esse campo alguma vez na minha vida, mas isso não vinha ao caso agora. Talvez se eu saísse do quarto eu acharia alguém, então caminhei em direção a porta a qual abri dando de cara com um corredor de aspecto tão velho quanto o quarto e igualmente vazio.

O que diabos era esse lugar? Algum tipo de manicômio?

— Mãe — tentei chamá-la, minha voz soando como a de uma criança amedrontada, o que combinava muito bem com minha situação atual.

Ela definitivamente não estava ali, então segui em frente por um longo e velho corredor com um piso de madeira que rangia a cada passo que dava e com paredes cobertas por uma tinta azul marinho que descascava aos poucos, segui ele em linha reta e fui levada até uma porta grande de madeira. Ao abri-la me deparei com uma linda e aconchegante biblioteca, ao fundo havia uma mesa enorme cheia de cadeiras ao seu redor, podia-se notar também dois sofás vermelhos de aparência confortável mais ao canto e obviamente inúmeras estantes, todas preenchidas com livros. Logo me aproximei um pouco das estantes e comecei a olhar os livros quando, de repente, eu senti algo se encostar em minha garganta, ao olhar para baixo me deparei com uma adaga pequena sendo pressionada contra minha jugular, mais um pouco e ela me cortaria. Meu corpo simplesmente travou e eu fui inundada de medo e por mais dúvidas, em que tipo de lugar eu estaria?

— Quem é você? — uma voz masculina e mansa falou em minha orelha, como se colocar facas na garganta de pessoas fosse algo perfeitamente normal.

— Gwen Collins, e você deve ser o idiota número um do planeta.

Ele tirou a adaga de meu pescoço e eu finalmente me virei para vê-lo, um garoto mais alto que eu — apesar de eu já ter uma estatura bem elevada — com um rosto quadrado de feições extremamente calmas para o atual momento, o cabelo cor de chocolate contrastava perfeitamente com sua pele pálida e o par de olhos parecido com a noite. Se ele não fosse um completo psicótico ele até que seria bem atraente.

— Collins? — ele indagou me encarando enquanto colocava a adaga de volta em seu cinto com a maior naturalidade do mundo.

— Collins? — ele indagou me encarando enquanto colocava a adaga de volta em seu cinto com a maior naturalidade do mundo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Do Fogo às CinzasWhere stories live. Discover now