Capítulo 6

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"As pessoas gritam quando não têm palavras para sussurrar" — Os Garotos Corvos, Maggie Stiefvater

— Isso é um problema? Eles estão vivos, isso não deveria ser bom? — depende do ponto de vista, quer dizer, eles estão vivos isso devia ser bom, mas algo não estava certo, principalmente pelo modo como Henry olhava para esses papéis.

— Não tenho a mínima ideia, seu informante por acaso não te disse algo mais? — nós nos viramos para Noah, que pareciam saber tanto quanto a gente.

— Basicamente minha mãe estava pirando sobre esses documentos, aparentemente nem ela sabia o que fazer, mas ele também me disse o motivo deles estarem mantendo esses adolescentes lá... — ele tomou um fôlego como se o que fosse falar fosse bem pior. — Ela manteve eles como prisioneiros e passou todos esses anos fazendo experimentos neles junto com os membros do conselho, de acordo com meu informante agora morto, eles estavam bem curiosos para saber como alguém poderia voltar à vida e ser mais poderoso do que já era...

— Experimentos? Isso é extremamente cruel até mesmo para o conselho — Henry tremia ao segurar os papéis e minha espinha tinha se arrepiado completamente só de pensar no tipo de experimento que o conselho fez.

— Eu não estou nem um pouco surpreso, minha mãe afinal de contas é um monstro e isso já está bem comprovado — mais que todos, Noah parecia decepcionado, eu não posso nem imaginar como deve ser ter uma mãe assim.

A sala ficou em silêncio durante o tempo em que Henry via todos os papéis, alguns tinham fotos dos adolescentes deitados sobre macas em salas completamente brancas, outras eram simplesmente dos perfis deles, no total era uma garota e quatro garotos, todos diferentes e com a própria fisionomia. Revirei mais alguns documentos e encontrei uma foto um pouco estranha, a única garota segurava um guarda acima do chão enquanto um fio de luz alaranjado saia direto da boca do homem em direção a dela, na foto seguida desta o homem estava simplesmente morto, jogado no chão. Isso fez com que meus braços se arrepiassem mais do que na vez que Astrid apareceu para mim.

— Dê uma olhada nisso — entreguei as fotos para Henry que as observou metodicamente.

— Por que você dois não vão a enfermaria checar se está tudo bem com esses cortes? — Henry guardou as fotos e nos encarou, pude perceber que ele não estava sugerindo que saíssemos, ele estava praticamente nos expulsando dali.

Eu podia jurar que Noah iria explodir e exigir respostas sobre as fotos, mas não, ele simplesmente se dirigiu a porta com a maior calma do mundo enquanto eu ficava com uma cara de boba encarando Henry.

— Eu sei que não sou ninguém para falar algo aqui, mas se você sabe algo sobre isso deveria tomar algumas providências, porque o que eu vi naquela foto me assustou mais que O Iluminado, e aquele filme é um coisa horrível de se ver.... — eu daria tudo para estar ouvindo vozes hoje, ou pelo menos ter controle sobre meus poderes para saber o que se passava na cabeça dele, mas ao invés disso eu saí dali rapidamente e só parei ao chegar no fim do corredor onde fui atingida em cheio pelas vozes que vinham mais à frente.

Segui os sons e conforme me aproximava percebi que se tratava de um alvoroço, o que foi confirmado no instante em que cheguei na sala de jantar, todos de pé ao redor da mesa gritando, e só então notei que em cima da mesa estavam Noah e o garoto loiro que apertou meu pulso outro dia, ambos brigando e ninguém fazia nada para pará-los. Eu pensei que não passava de uma briga boba, mas isso mudou completamente quando o garoto loiro sacou sua pedra que logo se transformou em uma espada de dois gumes brilhante que rapidamente espetou o braço de Noah abrindo um corte bem grande, mas isso não fez ele recuar, muito pelo contrário, agora as duas mãos dele estavam em chamas.

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⏰ Last updated: Apr 03, 2016 ⏰

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