O florescer monarquista

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O parlamento republicano vai fazendo um mistão de leis, umas dentro de outras, votadas um dia aqui, outro dia ali. Leis de texto confuso que ninguém entende, salvo quem a escreveu. Leis que montam um quebra-cabeças grande, estranho ao caráter do brasileiro. Leis que servirão mais tarde para os mais escusos interesses. Leis que estão sendo feitas agora para livrar de algum crime de ontem. Que favorecem a prosperidade dos seus íntimos cúmplices, em detrimento daqueles legítimos proprietários da prosperidade. Uma norma, uma regra, um imposto, uma permissão para poucos, uma proibição para muitos. E quando o brasileiro precisar da proteção contra o poder do governo, contra as intromissões do Estado, estará lá uma lei que ninguém entende, cerceando a liberdade de um de nossos irmãos. Ditando o que devemos pensar, blindando alguma instituição, reduzindo o espectro de ação do indivíduo.
O imperador seria o poder neutro, latente, à espreita, à vigília sobre esses defraudadores oficiais. Seu poder Moderador pronto para ser ativado quando esses interesseiros estivessem prestes a efetuar seus movimentos furtivos. Pronto para dizer: Isso não!
Mas hoje, não o temos. Os comparsas nas instituições adventícias da república (que deveriam estar lá para nos proteger dos excessos e artimanhas do poder) são tentáculos da mesma besta-fera. Por exemplo: temos "um judiciário acovardado". Lula assim os chamou porque pensava que os ministros do supremo tribunal federal tinham medo de se portarem a favor de Lula, porque provavelmente Lula esperava que lhe socorressem, provavelmente por deverem favores a Lula. Já eu os chamo acovardados por se apequenarem (não digo se apequenarem por serem ministros da alta corte republicana, porque da república, pouco de bom se pode esperar) como brasileiros que poderiam fazer algo para libertar todo um povo. Apequenam-se por se juntarem à mais tenebrosa classe de homens que há nesse país: o político de carreira republicano. Covardes. Algo como nós, que ficamos pouco além dos textões de redes sociais.
Há quem pense que a estratégia do monarquista seja ou deva ser o boicote contra a república, ou contra esses republicanos, mesmo entre os monarquistas. Mas quem quer que pense assim, está longe do ideal monárquico. Um povo é grande pelo que seus indivíduos constroem individualmente, seja em coletivo, seja pela paz coletiva que propicia conquistas idividuais ou familiares. Este povo, quanto mais desenvolvido, quanto mais harmonioso, mais próximo estará da monarquia. É claro que um sistema monárquico favorecerá este desenvolvimento, mas o sistema legítimo deve ser uma conquista, jamais um espólio ou imposição. Minar, ferir, sabotar, fragmentar, descontruir, incitar dúvida e ódio é estratégia de radicais pró-utopia e saudosistas do nacionalismo. Nós monarquistas "desejamos que o governo, seja ele qual for, na difícil missão de dirigir para os seus destinos este grande país, hoje cercado de tantas dificuldades que lhe criaram, erre o menos possível." E assim, jamais deveríamos empurrar para o precipício a república ou os republicanos. Não temos inimigos senão na desunião. Outrossim, intentamos proteger nossa união contra os que tem em seus planos a tirania sobre nós, e usam como instrumento a máquina da república, que tem se mostrado para tal fim muito eficiente. A república tem se mostrado por mais de um século a máquina perfeita para a corrupção dos seus oficiais e para tornar medíocre um povo extraordinário. A república brasileira tem se mostrado eficaz em deixar às escuras as mais pavorosas estratégias de dominação de nosso povo. Tal que deixa também às escuras um povo. Investigações são controladas, julgamentos são balançados, a fidelidade é comprada. E quando alguém descobre um vestígio do podre, ou é um partícipe arrependido, ou é morto, ou é tarde demais. Os fiéis patriotas defensores são afastados do jogo:
* Pela ameaça (legal ou criminosa),
* Pela ocultação que os deixam ignorantes dos trâmites escabrosos,
* Pela obscuridade imposta – desprezam, ridicularizam e fingem não existir poder algum fora o deles, e assim repercutem pela imprensa, propaganda e cultura oficial ou financiada.
O fato é que as leis orquestradas são para trazer a treva e o silêncio – isto nunca é por acidente, e sim a intenção original. E mais uma geração brasileira enche-se tanto de asco que decide virar as costas a tamanha ruína de nossa coisa-pública. Covardemente. A força e a coragem para reagir é pouca, e a Causa que defender, fugidia, desconhecida, dispersa, diversa. É a fragmentação de um povo em sua alma e essência. E quem é responsável por essa fragmentação? Um golpe em 1889, e um povo que assistiu a tudo bestializado. Um povo que deixou-se espoliar da própria liberdade, e vive a tantas gerações abstêmia dela, que já não a reconhece. Liberdade para o brasileiro de hoje é algum tipo de monstro disforme, que muda de cor, de tamanho, de dentes, dependendo de quem o olha, de onde o olha, de quando o olha, ou das notícias dos jornais. Os mais desesperados estão até dispostos a perder sua própria liberdade para impor sua vontade vingativa sobre os maus.
A história foi e é desfigurada levianamente de acordo com os interesses dos sedentos de poder. E para alicerçar, mantem ministério da cultura, da educação, dos direitos humanos, etc. para estabelecer o que é humano, o que é cultura, e o que é educação. E põem sobre estas tiranias da consciência justamente aqueles mais propensos a ministrar a favor do peculiar egotismo.
O imperador romano Domiciano (93 d.C.) levantou estátuas de adoração para que os cristãos e judeus adorassem. Muitos foram mortos pela recusa. Outros adoraram. Bem assim hoje há brasileiros que amam e defendem a república, cantam a seus símbolos fabricados, juram fidelidade sob a ameaça do ferro. No começo pelo medo, e as gerações se passam até que os nascidos de hoje nascem devotos. E sem se dar conta, odeiam sua corrupção, sua ineficiência, suas promessas não cumpridas, sua intromissão nas próprias vidas. Mas anseiam pelo dia que a república dará certo, esperam sempre que acabem esses quatro anos. Brilham os olhos diante de novas promessas. Mais uma geração que permite a engenharia republicana surrupiar sua liberdade, e comemora a liberdade que ela a fez crer que a deu. Tal como o cego que agradece o homem que o tomou um real por ter lhe lançado duas moedas de vinte e cinco centavos. Uma geração que, sem resistência, deixa-se espoliar da sua liberdade, não merece que esta lhe seja restituída. Nem a geração que perde a oportunidade de reaver sua liberdade é digna do favor da Providência, ou da clemência dos seus detratores. Se nada fizermos senão nos revirar em nossos sonos noturnos incomodados, não serão os políticos no poder que nos darão a liberdade de escolher como queremos nos governar, nem Deus nos cederá tamanha graça.
Os monarquistas devememos empreender com vigor, sem hesitar, sem temer, a busca pela verdade, pelo belo, pelo bom, pela união de todos os brasileiros. Devemos compreender a doutrina da Liberdade. E com ela, devemos agir dentro deste sistema. Em nome do nosso príncipe Dom Luiz, com e pela Liberdade, permanecer na vigilância sobre os que se apoderam do nosso poder, e ativamente dizer: Isso não! Devemos compreender a Causa em torno da qual nos reunimos. Se compreendermos essas coisas, nós monarquistas combateremos contra um sistema corrupto e corruptor, contra os que se aproveitam desse sistema. Isso levará ao Real florescer da república, e colheremos o primeiro bom-fruto dela: a Monarquia.

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