[12] confusões de uma mente a beira de um colapso

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Depois de que tudo aconteceu, minha mente parecia que iria estourar. Eu me sinto tão culpada por ter feito o que fiz, mas também tão feliz por sentir todas as sensações que tive toda vez que os lábios de Rafael tocavam o meu. E ao ouvir os suspiros de Sarah ao outro lado da ligação, fazia meu corpo e mente ficarem ainda mais confusos.

Enquanto um clamava por sentir novamente o calor e o toque de seus lábios. O outro dizia que aquelas ações eram totalmente erradas.

Eu namorava, certo? Eu namorava; Mas por que o sorriso ainda estava bem estampado em meu rosto sabendo que tudo era tão errado?

— Ai meu Deus, isso é tão errado, mas tão bom! — digo fazendo Sarah gargalhar.

Depois que voltamos da pizzaria e dos beijos antes de entrar no carro. Ainda rolaram vários beijos antes mesmo de entrarmos dentro de casa. E naquele momento nada do que está passando agora, passava na minha cabeça.

— Você está tão ferrada, amiga! — Sarah diz com a voz risonha.

— Mas o que eu vou fazer? E o Renan?

Minha amiga suspira do outro lado da linha me fazendo me sentir ainda mais culpada.

— Ele não merece tanta preocupação, Rafa. Ele não merece todo esse clamor que você está fazendo por apenas um beijo.

Mas não foi apenas um. Foram vários.

— Eu sinto que eu preciso resolver isso comigo logo. Não sei se consigo falar com Renan novamente sem tocar no assunto.

— Não toca ué! Ele não precisa saber disso.. — Sarah fala e mordo o lábio pensativa. Eu conseguiria?

— Eu só vou ver ele no dia da festa Camila e ainda falta alguns dias, não sei se até lá ainda falarei com ele.

A ligação fica muda por alguns segundos e escuto Sarah suspirar. Ela não gostava nem um pouco de Renan e não escondia isso de ninguém. Minha melhor amiga nunca foi com a cara do meu namorado e sempre era eu quem ficava no fogo cruzado entre os dois. Então, depois de acontecer o beijo de mais cedo com Rafael, não era segredo saber de que lado ela estava. Team Rafael com toda certeza.

— Mas me fala, o beijo dele é bom?

Sorrio ao lembrar.

— Se é bom? É Maravilhoso!

  ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬  

         Sentar na mesma mesa e lado a lado de Rafael depois da seção de beijos da noite passada era complicado. Primeiro por que nossos pais nos olhavam como se soubessem que escondíamos alguma coisa e segundo, por que os lábios dele chamavam ainda mais atenção depois de ontem.

Eu tinha escolhido que não tocaria no assunto por enquanto. E que também nada do que aconteceu voltaria a se repetir. Então depois de tomar o meu café da manhã, me retiro da mesa rapidamente e me dirijo até a área da piscina, onde deito na borda e fico pegando o sol da parte da manhã.

Fico entre mergulhos na piscina e pegando sol na espreguiçadeira até o momento que mamãe me chama para entrar para o almoço e para minha felicidade, ou nem tanta assim, não vi o Rafael nele.

— Onde o Rafael foi? — pergunto despretensiosamente enquanto ajudo tia Ana a lavar os pratos.

— Acho que surfar — me diz pensativa — Mas ele saiu sem o carro, então acho que está por perto.

Aceno com a cabeça e mantenho minha atenção para a pia com pratos e sabão a minha frente.

— O que aconteceu ontem à noite? — minha mãe pergunta me fazendo deixar um prato escorregar de minhas mãos.

— Apenas conversamos. — digo depois de tentar me recuperar dos tremeliques das minhas mãos. Mamãe que guardava a louça que tia Ana enxugava me olhou por cima dos seus olhos de grau, que usava apenas para descanso e sorriu.

— A conversa estava boa né? Ficaram um tempão ainda dentro do carro.

Mordi meu lábio. Não queria dizer nada do que aconteceu para elas duas pelo o mesmo motivo de que quase eu não contava para Sarah. Eu estava com medo. Medo da reação delas, medo do meu próprio pensamento e de que elas iriam achar. Medo de mim mesma.

— Na verdade sim — digo voltando do país das maravilhas e prestando atenção ao mundo ao meu redor. — Nós conversamos a respeito das nossas expectativas sobre a nossa vida a partir de agora.

Não minto. Realmente falávamos sobre isso, só não dentro do carro enquanto nossas bocas e línguas estavam ocupadas fazendo coisas mais interessantes.

— Falando assim, nem parece que são minhas crianças. — tia Ana diz com uma voz chorosa me fazendo sorrir. Termino de lavar o último prato e me viro para elas.

— Agora se me dão licença, irei tomar um banho por que estou merecendo.

Digo e saio sem esperar receber uma resposta, passo no meu quarto apenas para pegar uma toalha e entro no banheiro ficando mais do que o necessário apenas para tirar o cloro do corpo e do cabelo. Eu precisava pensar. 

Rafael RafaelaWhere stories live. Discover now