Depois de que tudo aconteceu, minha mente parecia que iria estourar. Eu me sinto tão culpada por ter feito o que fiz, mas também tão feliz por sentir todas as sensações que tive toda vez que os lábios de Rafael tocavam o meu. E ao ouvir os suspiros de Sarah ao outro lado da ligação, fazia meu corpo e mente ficarem ainda mais confusos.
Enquanto um clamava por sentir novamente o calor e o toque de seus lábios. O outro dizia que aquelas ações eram totalmente erradas.
Eu namorava, certo? Eu namorava; Mas por que o sorriso ainda estava bem estampado em meu rosto sabendo que tudo era tão errado?
— Ai meu Deus, isso é tão errado, mas tão bom! — digo fazendo Sarah gargalhar.
Depois que voltamos da pizzaria e dos beijos antes de entrar no carro. Ainda rolaram vários beijos antes mesmo de entrarmos dentro de casa. E naquele momento nada do que está passando agora, passava na minha cabeça.
— Você está tão ferrada, amiga! — Sarah diz com a voz risonha.
— Mas o que eu vou fazer? E o Renan?
Minha amiga suspira do outro lado da linha me fazendo me sentir ainda mais culpada.
— Ele não merece tanta preocupação, Rafa. Ele não merece todo esse clamor que você está fazendo por apenas um beijo.
Mas não foi apenas um. Foram vários.
— Eu sinto que eu preciso resolver isso comigo logo. Não sei se consigo falar com Renan novamente sem tocar no assunto.
— Não toca ué! Ele não precisa saber disso.. — Sarah fala e mordo o lábio pensativa. Eu conseguiria?
— Eu só vou ver ele no dia da festa Camila e ainda falta alguns dias, não sei se até lá ainda falarei com ele.
A ligação fica muda por alguns segundos e escuto Sarah suspirar. Ela não gostava nem um pouco de Renan e não escondia isso de ninguém. Minha melhor amiga nunca foi com a cara do meu namorado e sempre era eu quem ficava no fogo cruzado entre os dois. Então, depois de acontecer o beijo de mais cedo com Rafael, não era segredo saber de que lado ela estava. Team Rafael com toda certeza.
— Mas me fala, o beijo dele é bom?
Sorrio ao lembrar.
— Se é bom? É Maravilhoso!
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Sentar na mesma mesa e lado a lado de Rafael depois da seção de beijos da noite passada era complicado. Primeiro por que nossos pais nos olhavam como se soubessem que escondíamos alguma coisa e segundo, por que os lábios dele chamavam ainda mais atenção depois de ontem.
Eu tinha escolhido que não tocaria no assunto por enquanto. E que também nada do que aconteceu voltaria a se repetir. Então depois de tomar o meu café da manhã, me retiro da mesa rapidamente e me dirijo até a área da piscina, onde deito na borda e fico pegando o sol da parte da manhã.
Fico entre mergulhos na piscina e pegando sol na espreguiçadeira até o momento que mamãe me chama para entrar para o almoço e para minha felicidade, ou nem tanta assim, não vi o Rafael nele.
— Onde o Rafael foi? — pergunto despretensiosamente enquanto ajudo tia Ana a lavar os pratos.
— Acho que surfar — me diz pensativa — Mas ele saiu sem o carro, então acho que está por perto.
Aceno com a cabeça e mantenho minha atenção para a pia com pratos e sabão a minha frente.
— O que aconteceu ontem à noite? — minha mãe pergunta me fazendo deixar um prato escorregar de minhas mãos.
— Apenas conversamos. — digo depois de tentar me recuperar dos tremeliques das minhas mãos. Mamãe que guardava a louça que tia Ana enxugava me olhou por cima dos seus olhos de grau, que usava apenas para descanso e sorriu.
— A conversa estava boa né? Ficaram um tempão ainda dentro do carro.
Mordi meu lábio. Não queria dizer nada do que aconteceu para elas duas pelo o mesmo motivo de que quase eu não contava para Sarah. Eu estava com medo. Medo da reação delas, medo do meu próprio pensamento e de que elas iriam achar. Medo de mim mesma.
— Na verdade sim — digo voltando do país das maravilhas e prestando atenção ao mundo ao meu redor. — Nós conversamos a respeito das nossas expectativas sobre a nossa vida a partir de agora.
Não minto. Realmente falávamos sobre isso, só não dentro do carro enquanto nossas bocas e línguas estavam ocupadas fazendo coisas mais interessantes.
— Falando assim, nem parece que são minhas crianças. — tia Ana diz com uma voz chorosa me fazendo sorrir. Termino de lavar o último prato e me viro para elas.
— Agora se me dão licença, irei tomar um banho por que estou merecendo.
Digo e saio sem esperar receber uma resposta, passo no meu quarto apenas para pegar uma toalha e entro no banheiro ficando mais do que o necessário apenas para tirar o cloro do corpo e do cabelo. Eu precisava pensar.
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Rafael Rafaela
Teen FictionQuão estranho pode ser uma relação de dois amigos que cresceram juntos, mas que agora não se falam? O quão estranho seria passar o seu último mês de férias antes da faculdade, com a pessoa que era seu ex-melhor amigo e que agora não passa de estranh...