Capítulo 30

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Cole me olha com uma cara de reprovação. Sei que fiz errado falar para Harry, mas na hora só pensei em dizer para ele terminar com ela, para assim talvez, eu ter uma chance.

— Você sabe que ela vai te odiar para sempre, não sabe? Você fez a pior coisa que poderia fazer, e pior, fez de propósito. — Adele diz, relendo minha conversa com Harry.

— Sei que estou errado, mas agora só me resta esperar para ver o que vai acontecer. — encerro o assunto.

Rihanna não diz nada, só me olha com reprovação assim como Cole. Pego minhas chaves e saio de casa. Christine a essa hora está na Universidade, quero falar com ela antes de Harry.

Dirijo com certa pressa, já que o caminho é bem longo. O medo de que nunca mais ela vá falar comigo começa a tomar conta de mim. Gostar de alguém comprometido é pedir a morte.

Logo quando estaciono ouço o sinal do final das aulas. Saio do carro, ignorando o assédio das fãs. Esqueci como é difícil sair sem um disfarce, mas preciso falar com Christine.

Avisto ela conversando com uma mulher de meia-idade, ela não está com uma cara boa, e fala com ela de forma desesperada. Talvez seja uma professora.

— CHRISTINE? — a chamo, recebendo uma careta de sua parte. Ela passa por mim me ignorando, sem sequer me olhar. — Por favor, preciso falar uma coisa, e tem que ser agora.

Ela para diante do meu pedido e me olha cruzando os braços. Sinto falta dela, e ela nem imagina o quanto.

— O Harry... ele já sabe. — Digo e ela arregala os olhos

— Do que ele sabe? — Ela questiona, já com os olhos lacrimejando

Percebo que ela tem uma um anel de noivado, e isso só me deixa pior.

— O que você está fazendo aqui? Não bastou o que fez? Agora o que você quer, transar com ela? Deixe-a em paz! — Harry de repente aparece em nosso meio.

Os flashs começam registrando os gritos de Harry. Isso com certeza estará em sites de fofocas daqui a pouco.

— Christine nós precisamos conversar, e a sós. — Harry diz, a puxando pelo braço até seu carro.

— HARRY A CULPA FOI MINHA, NÃO BRIGUE COM ELA. — grito mas ele me ignora.

O que eu fiz da minha vida? Por que quando ela me disse que era comprometida a anos atrás eu não a deixei em paz? Agora estou em uma situação ruim, e não sei sair dela, não tenho mais Christine para me dar conselhos, e isso está me quebrando interiormente.

Dirijo sem um destino em mente, a última coisa que quero é ir para minha casa escutar um "Eu te avisei" dos meus amigos. Eu vi nos olhos de Christine o quanto ela está confusa com o que está sentindo, e isso, por mais que seja errado, me dá uma certa esperança.

Ouço meu telemóvel tocar e o pego instantaneamente, mas tendo o desgosto de ver que é a Modest me ligando. Ignoro a chamada e o desligo. O que menos quero agora é sentar em uma mesa rodeado de pessoas de ternos e escutar reclamações por duas horas.

O carro para, sinalando a ausência de gasolina. Argh, esqueci disso também. Saio do carro e bato na porta de uma casa bem grande. Ela é velha e parece que a qualquer momento irá desabar sobre a cabeça de quem mora aí.

Uma criança de aparentemente seis anos abre a porta com um enorme sorriso, sorriso este que me faz sorrir também. 

— Alice eu já disse que você não pode abrir a porta sozinha, é perigoso. — Uma mulher de uns quarenta anos repreende a menina, que continua sorrindo para mim. — Pois não, o que deseja?

— Meu carro morreu bem aqui em frente, será que por acaso a senhora não tem um pouco de gasolina para me emprestar? — Pergunto. Mas espera, as pessoas pedem gasolina emprestada? Eu não sei, nunca passei por isso, nunca fiquei tanto tempo dirigindo.

— Não temos, mas você pode esperar aqui enquanto alguém trás pra você. 

Entro e logo me deparo com dezenas de crianças, mais ou menos quarenta.

— Aqui é uma creche? Tantas crianças... — Pergunto a Jessica, a mulher que me permitiu entrar.

— Uma creche não, um orfanato. Nós recebemos crianças abandonadas e cuidamos delas. São poucas as que são adotadas, nosso orfanato não é o mais bem visto perante a sociedade, por não termos uma casa bonita e muitos patrocinadores. Mas o que não falta para elas enquanto estão aqui é amor, isso eu garanto. Deus sabe de todas as coisas.

— Sim, Deus sabe de todas as coisas. — Concordo com ela, fascinado pelas crianças.

Não demora mais que quinze minutos para meu assessor chegar com outro carro. Me despeço de Jessica e das crianças, que me fizeram prometer voltar para brincar.

— Eu não quero ouvir sua voz, Mendez. — Aviso a ele, que bufa.

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2ªT: ACONTECEU ♡ HS▪ZM {CONCLUÍDA}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora