O DOMINGO SANGRENTO

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ABRAHAM TINHA SUAS MÃOS PEQUENAS envolvidas na da irmã enquanto as crianças andavam pelas vielas de São Petersburgo.
O vento era frio e úmido por mais que fosse verão, nas pedras desreguladas corria uma líquido vermelho que que levava a praça em frente ao palácio de inverno do Czar Nicolau.
Na praça haviam corpos espalhados, sangue no chão agora diluído pela chuva e mulheres limpando o sangue, sangue daqueles que poderiam ser seus maridos, filhos, pais e irmãos.
-Você os viu saindo pra lutar?-perguntou uma das mulheres a sua companheira
-Crianças da Barrica, nem uma noite chegaram a durar-a outra respondeu
-Você os viu deitados onde morreram? Alguém costumava dar-lhes colo e um aperto-disse uma outra mulher, essa mais idosa que visivelmente fazia forças para se manter em pé
-Sim, os vi, deitados lado a lado-respondeu a mais jovenzinha-Quem vai acordá-los?
-Ninguém nunca o fará, esquecer de avisar que um dia de verão pode matar-respondeu a primeira
Abraham olhava para chão, procurando um corpo em especifico, um homem de seus quarenta anos, de olhos castanhos bondosos e cabelos loiros, alto e forte. Abraham procurava um pai.
-Abe, o papai- apontou a irmãzinha de Abraham que tinha apenas quatro anos
-Eram apenas trabalhadores, nunca haviam tocado em uma arma, lutando para que novo mundo viesse pela manhã-disse a mais jovenzinha
Mas onde estava o novo mundo agora que a luta terminou?

   "There is a revolution coming"

Segue : @czarevich._.r

CzarevichWhere stories live. Discover now