Capítulo 9- Eu te amo.

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-Calma porra! Eijirou respira, eu tô aqui e não vou pra lugar nenhum. Só me ajuda a entender essa merda toda, porque caralho, né?! Eu nem sabia que tu curtia piroca 24 horas atrás, e agora eu descubro que você gosta de mim... Eu sei que sou irresistível, demorou até tempos demais. Sabemos o quanto eu sou gostoso. -Ouvir dele essas coisas em tom de brincadeira e com um sorriso escondido no canto da boca me tranquilizou, era como se nada tivesse mudado. Ele não iria embora, ele ainda era o meu amigo. O cara que eu contava tudo. Meu porto seguro desde os 15 anos. Eu só precisava esclarecer as coisas, ele merecia isso. Só que... Como eu vou explicar uma coisa que não faço ideia de como aconteceu? ALGUEM ME AJUDA!

-Katsuki... Eu não sei como ou quando aconteceu, mas eu sei que aconteceu. Quando eu ficava com as garotas não sentia como eu me sinto agora, com você agachado na minha frente me olhando desse jeito, podia ser a melhor mulher, a mais engraçada, gostosa, compatível... Eu ainda sentia que faltava alguma coisa, eu sabia que não era pra ser. Só que quando eu fico perto de você, quando eu olho no teu olho como tô fazendo agora... Quando sua mão toca sem querer a minha quando estamos vendo filme e pegamos pipoca ao mesmo tempo, ou quando estamos treinando juntos e eu vejo seu corpo suado... Eu... Olha, me desculpa de novo. 

-Para de pedir desculpa Kirishima, eu sei que a gente não escolhe essas porras. TU JÁ TÁ ME APURRINHANDO CARALHO... Ta, desculpa... Eu prometi a Mina que ía tentar te ouvir e não explodir sem antes entender tudo. 

-Você falou com a Mina?

-É, ela ligou hoje cedo pra saber se a gente tava bem porque você não atendia o telefone e bebeu demais. Queria saber se precisava de algum remédio, que ela compraria e mandaria entregar aqui. E eu contei tudo a ela... E por alguma razão ela não me pareceu surpresa, e ainda me pediu paciência e receitou vários chás que segundo ela seria bom beber antes da coversa... Você bebeu? Nem eu. Odeio chá, mas voltando ao foco principal da conversa, para de pedir desculpa. Vamos resolver tudo, eu também preciso te contar uma coisa Kirishima. -Nessa hora nossos olhos se encontraram e eu pude ver todo sentimento que pra ele é difícil pôr em palavras. Katsuki também precisava resolver umas coisas internamente, ele também tinha que organizar os sentimentos.

-O que você quer me falar?

-Lembra que uns anos atrás, logo depois que terminamos a faculdade eu meio que me afastei, e você não entendeu nada e me chamou de maluco?! Então... Eu meio que tava gostando de você e não queria perder tudo que a gente tem, e... Você não é o primeiro cara que eu percebi que eu queria tá legal? Só que é o primeiro cara que é importante o suficiente pra eu ter medo de perder.

-Quê? 

-Na escola... Eu já fiquei com garotos, só ia beijos. Nunca fui até o final, achei que era uma fase, mas você chegou e eu vi que tinha sentimento, que não era só atração. Não queria te falar... Tu era todo "Másculo" e eu achei que ía se afastar. Com o tempo você conheceu minha mãe, entrou pra família, passou pela depressão depois que sua mãe morreu, seu pai foi embora, nossa amizade virou irmandade e eu deixei o sentimento pra lá... Sou homem porra, não ía ficar pra baixo por isso né?! 

-Então... Você é gay?

-Quê? Não. Eu não me rotulo, mas acho que o certo é bissexual. Eu sempre me envolvi com mulheres porque com os caras eu pensava em você cabelo de merda e não dá. Não mesmo.

-Eu acho que eu sou gay... Eu nunca consegui ter sentimento por mulher nenhuma, o sexo era morno. Nunca teve nada que me acendesse suficientemente. Ah sei lá... Não testei com um cara pra saber. 

-Você... É... Kirishima... Me beija!

-Sério? Tem certeza? Eu quero. Mas e se for uma merda? Eu sou bruto e você...

-Vem.

Ele chegou perto, olhando dos meus olhos pra boca, quase como se tivesse indeciso do que era mais bonito. Ninguém nunca me olhou com tanta admiração, com tanto medo... Eu sou enorme, e era eu quem ía pra cima das mulheres. Só que dessa vez não, ele veio. Lentamente, eu senti a respiração dele nos meus lábios e senti o aroma do café que ele gosta tanto, meu coração acelerou, minha mão ficou trêmula e dei graças a tudo que é sagrado por eu estar sentado. Minhas pernas estavam igual gelatina. Nunca foi assim, isso é novo. 

-Tem certeza Katsuki? Pode ser decepcionante pra v- ele me puxou forte, e finalmente eu senti a boca dele na minha. Tive a certeza, eu sou totalmente boiola por ele. Senti que ele iria se afastar, mas não podia acabar agora. Eu precisava de mais. E puxei ele pela camiseta, aprofundei o beijo enquanto as mãos dele que antes estavam apoiando na mesa vieram parar na minha cintura. Forte. Gostoso. Perfeito. A minha pele nua em contato com o aperto forte dele, o sabor da língua que dançava com a minha, as respirações e toda atmosfera quente me deixando excitado e querendo experimentar tudo com ele. Se Katsuki permitisse eu não o soltaria mais, só que ele se afastou. Ele pediu espaço e eu cedi. 

-Isso foi... -ele disse ainda ofegante.

-É... -respondi sem muita certeza do que ele quis dizer.

-Eu acho que eu quero mais. Eijirou, me dá mais.

-Dou.

Eu daria a ele qualquer coisa que ele me pedisse, tive certeza ali. Não é só atração, paixão, ou sentimentos confusos. Eu o amo. E não é o amor de irmão que eu acreditava ser...

-Katsuki?

-Oi.

-Eu te amo.

E o sorriso que antes estava escondido, apareceu e iluminou toda a cozinha. Eu não me importei, por mim ele sorriria assim o dia todo. Só pra mim. 

-Vem... Vamos pro quarto Eijirou.

Sentimentos Conflitantes - KiriBakuTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang