[06] banho de milkshake e blusão do itachi

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Acordar cedo é a pior coisa já inventada pelo ser humano.

Sério, como posso ser produtivo se preciso acordar enquanto ainda está escuro e mal consigo me manter em pé por mais de cinco segundos?

A grande verdade é que preciso me dar bem nesse emprego para pelo menos ganhar alguma coisa, nem que seja uns bons trocados, porque andar de carteira totalmente vazia é meio humilhante para alguém da minha idade. Que seja, não custa tentar.

Depois de um bom banho gelado no banheiro luxuoso do senhor eu me dei bem aos vinte e dois anos, procuro pela roupa mais simples que encontro, enroscando minha própria cabeça pela gola da camiseta branca e lisa, com o sono tomando conta.

Até consigo vestir a calça jeans, mas no meio do caminho, já na sala, apago no sofá enquanto tento calçar o par de tênis.

E sinceramente nem sei quanto tempo passo aqui, completamente desacordado, mas resmungo irritado ao sentir algo me chutando. É Jeon, só pode, mas não sei distinguir se é sonho ou realidade.

Se tratando dele deveria ser pesadelo.

Depois de mais duas cutucadas, mesmo não conseguindo abrir meus olhos porque o cochilo está bom demais, resmungo:

— Que foi, caralho?

— Pode me explicar que porra você está fazendo aqui ainda, Park?

Certo, no terceiro chute eu acordo virado no capeta, irritado mesmo, sentando-me no sofá todo emburrado enquanto meus olhos se preenchem com a figura do seu corpo vestido com uma regata preta e calça larga de moletom, olhos sonolentos e o cabelo bagunçado. O diabo anda trabalhando tão bem...

— Já é de manhã?

— Você está vestido, com um tênis só e desmaiado no sofá. — Ele diz, autoritário. — E sabe o que é engraçado?

— Não. — Sorrio falso, encarando-o bem no fundo dos olhos. — O que é engraçado, Jeon?

— Você já deveria ter pegado a droga do ônibus pra chegar na merda do serviço. — Se ele soubesse o quão excitante fica quando sai dizendo essas palavras de baixo calão... Ai, nossa.

— Foi mal, eu apaguei.

— Que se foda, era sua chance. — No momento percebo que Jeon está realmente nervoso, ou pelo menos frustrado, então me sinto culpado porque sei que sua intenção foi boa, por mais que nós nem ao menos tenhamos algum tipo de vínculo.

Só que eu sou bruto assim mesmo, meio idiota na maior parte do tempo, e não sei demonstrar o que estou realmente sentindo. E eu estou agradecido, de verdade, mas acho que fodi com tudo, e meu orgulho é muito grande para tentar compensar.

Entretanto, enquanto imagino que ele ficaria em silêncio apenas me xingando em pensamentos, o que ouço num tom nada amigável é:

— Às vezes eu penso que você só quer alguém que te banque — mal consegue me olhar, irritado. — Que quer tudo de mão beijada sem se esforçar para nada.

— Mas que merda você está dizendo?

— É isso mesmo, Jimin. Você se acha muita coisa para trabalhar em um lugar como aquele, não é? Por isso está fazendo esse pouco caso.

— Não?

— Sério, você só tinha que acordar cedo e pegar o maldito ônibus. Se não consegue fazer isso, não sei o que consegue então.

Por fim, chateado e querendo enfiar a mão bem no meio da cara dele, encaro-o com os olhos magoados e percebo certo incômodo nos seus ao observar isso.

HELLISH • jjk x pjmWhere stories live. Discover now