Capítulo 5

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Assim que entrou na caverna, Jiang Cheng colocou as conchas e algas e o casco de tartaruga que ele havia coletado para finalmente fazer o ninho que Lan Baizhu merecia. Dentro da sua bolsa de couro de tubarão, onde ele vinha escondendo as coisas que vinha juntando para fazer o ninho, tinha ainda várias pérolas miúdas e irregulares e conchas peroladas que ele escondia cuidadosamente quando estavam comendo. Aparentemente ele não estava sendo tão sigiloso quanto ele achava, já que havia algumas conchas ali que ele não se lembrava de ter coletado.

Jiang Cheng estava animado para colocar tudo junto e fazer um cantinho para Baizhu. Já fazia algum tempo que ele estava resignado em ser o único entre seus irmãos que não teria a chance de realmente fazer um ninho para um filho seu. Ele nunca esperava ter essa chance, e agora ele tinha. Ele não podia estar mais agradecido por Baizhu ter entrado em sua vida, apesar de toda adversidade e de ter sido de uma maneira não muito comum.

Quando estava terminando o arranjo do ninho, Wei Wuxian apareceu em sua nova casa, com Baizhu se remexendo em seus braços.

— Parece que ele terminou de mamar. — Jiang Cheng falou, pegando o filho de volta.

— Ele esteve inquieto desde que você saiu. Não é pra menos, ele está sendo tão mimado... — Wei Wuxian riu, suas nadadeiras e espinhos ondulado levemente. — O ninho dele ficou lindo!

— Eu agradeço pelas conchas peroladas adicionais. — Jiang Cheng falou, rindo do irmão quando ele corou como um camarão vermelho do recife.

— É bom ver você se estabelecendo. Apesar de tudo, eu tenho um sobrinho lindo que teve a sorte de achá-lo. — Wei Wuxian falou. — Agora, eu preciso voltar, eu acho que está chegando a hora da nossa bolotinha finalmente vir ao mundo!

— É bom ouvir isso. Tenha certeza de segurar Lan Wangji para ele não tentar ajudá-lo a sair. — Jiang Cheng falou.

— Eu achei que estaria mais preocupado que eu fosse tentar ajudá-lo. — Wei Wuxian falou, espantado.

— Bem, eu estou preocupado, mas talvez por não aparentar ser uma pessoa impulsiva, é bom manter sua atenção dobrada. Ele pode surpreender. — Jiang Cheng falou. — Eu ouvi histórias dos pais do recife oeste.

— É claro... — Wei Wuxian falou, e então saiu, sua longa cauda quase majestosa ondulado com seus movimentos. Às vezes, Jiang Cheng invejava a graça que todas as nadadeiras diferenciadas e até mesmo os espinhos davam a seu irmão.

Ele finalmente ajeitou Baizhu em seu ninho, e o pequeno dormiu quase que imediatamente. Suas sobrancelhas marcantes, que estavam sempre fazendo suas expressões pelo menos dez vezes mais engraçadas do que deveriam, descansavam enquanto ele dormia, e ele parecia sempre sereno e confortável.

Satisfeito que seu pequeno também estava satisfeito com o ninho, Jiang Cheng decidiu colocar alguns outros toques pessoais na caverna. Ele guardou alguns pratos que Wei Wuxian o havia emprestado, colocou sua bolsa de couro num lugar seguro, ajeitou suas facas de caça numa parede, penduradas em uma corda de algas feita por ele mesmo.

Ele saiu e deu uma volta nas redondezas para buscar alguma coisa para comer, mas não foi muito longe, com medo de Baizhu acordar. Por enquanto, sem a ajuda de outra pessoa, Jiang Cheng ia ter que usar da ajuda dos caçadores do recife para comer algo mais consistente que os camarões e mexilhões que ele achava pelo recife. Caçaria em mar aberto apenas se ele pudesse deixar Lan Baizhu com Wei Wuxian e Lan Wangji. O que era uma pena já que Jiang Cheng também gostava muito de lulas.

Enquanto ainda era dia, ele havia pendurado as duas lanternas de algas bioluminescentes que ganhou do lado de fora da caverna, mas assim que escureceu, ele as trouxe para dentro. O brilho azul das lanternas banhavam o ambiente em uma aura de paz e serenidade. Assim que levou as lanternas para dentro, Baizhu acordou, e começou a resmungar, da forma que fazia quando estava com fome.

Uma Pérola na Imensidão AzulWhere stories live. Discover now