⚖ 09 || PROVOCATION ⚖

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Boa Leitura!

#VanillaEMacchiato

“Serás amado apenas quando puderes mostrar a tua fraqueza, sem provocar nenhuma força.”

~ Theodore Adorno

     Depois de mais um dia cheio na universidade, segui direto para casa. Não tive uma tarde agradável para ser mais exato, Yoongi não foi às aulas por motivo de saúde, e eu novamente me senti perdido já que não fiz outra amizade além dele.

     Segui de ônibus até a avenida principal e o resto do trajeto fui caminhando, algo que tem sido bem comum já que não quero dar trabalho aos meus tios. Cada dia que passa me torno mais independente em Seul, vivendo sem medo, embora muitas coisas ainda costumam me assustar em meio à vida agitada.

     Quando cheguei na mansão, notei a movimentação atípica dentro da casa. Ae-Cha parecia bem preocupada enquanto falava ao telefone, e pelo pouco que entendi, parecia estar envolvendo as condições clínicas de alguém. Por sua inquietação desconfiei que fosse com Jungkook, e logo tive a certeza que era relacionado a ele, porém não diretamente.

     – O que houve, querida? – meu tio perguntou, ainda parado no meio da sala sem entender assim como eu. – Aconteceu algo com Jungkook?

     – Não, ele… Ele está com Sarangi no hospital veterinário, parece ser grave. – a mais velha respondeu, parecendo estar atordoada com a notícia. – Eu sinto que meu filho não está bem com tudo isso, por favor, vamos até lá.

     – Posso acompanhar vocês? – questionei, e só então se deram conta da minha presença.

     – Todo apoio é bem vindo, meu príncipe.

     Seguimos os três no carro do meu tio, como se estivéssemos lidando com uma emergência, e de fato talvez seja. Pelo tempo de convivência deu para perceber o quanto os animais de estimação são importantes para eles, e a representação do felino para Jungkook é de longe a ligação mais forte.

     Lembro de quando Ae-Cha mencionou que Sarangi está com Jungkook há bastante tempo, inclusive a forma que o felino fez companhia ao filho em noites que ele passou estudando ou trancado no escritório. Embora ele não pareça ser alguém com fortes ligações sentimentais, sei que não é certo julgar por aparências, tampouco medir a dor do próximo somente por palavras ouvidas pela metade.

     O hospital veterinário se localiza quase do outro lado da cidade, o que nos fez levar quase meia hora no trânsito devido ao horário de vias movimentadas. Quando chegamos, Jeon estava conversando com a veterinária, a mesma que parecia estar lhe informando alguns resultados de exames e não estava com uma expressão muito boa.

     Estranho foi a forma que ele desabou quando ela deu as costas, não houve lágrimas, mas notei pela forma que sua expressão pareceu desanimada. Ae-Cha correu em sua direção, e quando finalmente o abraçou, soou como se tirasse um peso enorme dos ombros dele.

     Meu tio e eu apenas acompanhamos a interação de ambos, permanecemos a certa distância para dar privacidade aos dois. A relação de Jungkook com a mãe é uma das coisas mais belas que já presenciei, pois mesmo sendo um homem que passou dos trinta anos, ela continua sendo sua heroína e seu porto-seguro.

     É irônico ver um homem com quase um e oitenta de altura, todas aquelas proporções musculares e expressão séria se prostrar diante de situações assim, é mais uma prova de que todos temos fraquezas que lutamos para esconder. Enquanto Ae-Cha conversava com ele, pude notar sua expressão se suavizar, tal como o medo que Jungkook parecia transmitir.

END GAME ⚖ JIKOOK || KOOKMINWhere stories live. Discover now