o chalé

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Notas: bem-vindos, espero que gostem da história.

>>>Isso é um capítulo de introdução<<<

eu amo escrever sobre fantasia, mas admito que acho difícil contextualizar o mundo, então se tiver alguma confusão de informação peço que me avisem <3
(História tb postada em outras plataformas)

   ~ ~ ~ • ~ ~ ~

O chalé

    O barulho de galhos quebrando sob os pés descalços inundou a floresta fria e silenciosa. O medo e a pressa para chegar em casa levaram a frágil fada a correr entre as árvores assustadoras. Seu respirar pesado deixava claro o seu desespero, o medo fazia seu sangue correr mais rápido e seus ouvidos ficarem mais atentos. Como ele tinha acabado naquela situação tão assustadora? Era o que Naruto se perguntava a cada estralo que escutava. Ele estava angustiado, sua visão turva e a falta de direção o dominavam.

- Não quero morrer! - murmurou Naruto, apertando os olhos que derramavam lágrimas grossas. - Alguém, por favor, ajude, por favor.

De repente, com um sobressalto, Naruto acorda em sua cama. Seu corpo está coberto de suor, e sua respiração é ofegante. O quarto está imerso na tranquilidade da madrugada, e a luz fraca da lua entra pela janela. Ela coloca a mão no peito, sentindo o batimento cardíaco diminuir aos poucos. O pesadelo, embora vívido, começa a desvanecer, substituído pela sensação reconfortante de estar de volta à realidade.  

Naruto voltou a dormir.

                             ~ ~ ~ • ~ ~ ~

O mundo das fadas era um lugar seguro e tranquilo, sem a presença de criaturas malignas. As tradições se mantinham fortes graças à família real e suas leis, que, embora rígidas, eram justas e eficazes. Nada explicava como as fadas sobreviveram a tanto caos, mantendo-se puras e justas, enquanto a maioria dos reinos ruía na época das grandes guerras. E, na verdade, nada disso importava para o pequeno girassol, Naruto Uzumaki, que, quando ainda era um broto, sonhava em conhecer o mundo exterior. O que para muitos era um sonho bobo, para ele era seu maior objetivo. Seus pais, vendo que a vontade do filho não diminuía com o passar dos anos, decidiram mantê-lo em um pequeno chalé no fundo de uma floresta pacífica e muito bonita.

Era uma vida perfeita, perfeita demais. Ele acordava com os primeiros raios de sol, cozinhava, pintava, lia livros, cuidava das plantas, arrumava o chalé, colhia frutas e tomava banho no riacho de águas cristalinas. No final do dia, recebia a visita de seus pais, que, pesarosos por deixar Naruto recluso, o visitavam quase todos os dias, trazendo novos livros e roupas.

- Naruto, meu girassol brilhante - Kushina sorria saudosa ao abraçar o filho, que ainda era alguns centímetros mais baixo que ela - meu amor, estava com tantas saudades.

- Mamãe, você me viu ontem - Naruto respondeu de forma abafada nos braços da ruiva - se sente tanta saudade, por que não me deixa voltar para a grande cidade?

- Naruto, não vamos falar disso novamente, não seja teimoso, meu filho - a mulher diz, segurando o filho pelos ombros - toda sua teimosia resultou nisso. Seu pai e eu não viveríamos em paz sabendo que a qualquer momento você se colocaria em risco saindo pelo mundo afora. É tudo tão perigoso para um brotinho com menos de mil anos, você entende, né?

O girassol estava acostumado com esse sermão. Parecia um texto bem ensaiado que sua mãe recitava toda tarde de visita, quando o assunto era ele ser livre novamente.

- Sim, mamãe - o loiro se afasta alguns passos da mãe, finalmente olhando para a cesta que a mais velha carregava - são meus novos livros? - um sorriso ilumina o seu rosto bonito, e a animação toma conta do espaço onde o desânimo uma vez estava.

~ ~ ~ • ~ ~ ~

Um sorriso irônico e maldoso surgiu no rosto pálido. Seus olhos vermelhos, cheios de malícia, observavam através dos inúmeros espelhos que flutuavam livremente naquela sala mal iluminada. Ver aquele ser que muitos viam como frágil e pacífico, como uma flor ainda desabrochando, era no mínimo divertido.

Desde o dia em que ele nasceu, Sasuke soube. Soube que sua alma se conectou a uma criatura tão inferior, a um pequeno broto, a uma fada tão delicada que o vento poderia quebrar. Os deuses foram um tanto irônicos, escolhendo que o destino do senhor do caos fosse amar alguém tão vulnerável e indefeso.

No começo, Sasuke negou e enviou criaturas malignas para matar o bebê ainda no berço, mas elas não obtiveram sucesso na tarefa. As sombras sussurraram para Sasuke que o pequeno bebê ascendia em luz e eliminava seus inimigos enquanto dormia. O senhor do caos se viu surpreso e decidiu que, na hora certa, ele mesmo mataria Naruto. O problema surgiu logo em seguida, quando o pequeno girassol completou cinco anos. O pequeno broto decidiu escalar uma enorme árvore, mas, já no topo, ele se assustou com os gritos desesperados de Kushina e caiu de uma altura mortal para uma criança tão pequena.

Entre a vida e a morte de Naruto, Sasuke conheceu o que era o desespero. O ar faltou em seus pulmões, e suas íris vermelhas perderam a cor. Uma parte de sua alma estava se desprendendo do seu corpo. Com um feitiço antigo, o demônio não só reconectou suas almas, mas também seus corpos físicos. O girassol sobreviveu, Sasuke o curou de longe, mas a partir daquele dia, não apenas seus sentimentos, mas também seus corpos estavam interligados.


Notas : bom, é um capítulo de introdução e por isso foi mais tranquilo.
Espero que tenham gostado
;)



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