᠉ Seventeen.

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- Mãe? O que está fazendo aqui a essa hora? – a jovem de cabelos ondulados conferiu o relógio. – Aconteceu alguma coisa? – perguntou assustada.

- Não houve nada, Hani... É que... Precisamos conversar.

- Senta aqui. – apontou para uma cadeira da recepção.

- Preciso que você deixe uma pessoa aqui no pronto socorro, por um tempo... – pediu apreensiva.

- Como assim? Quem é?

- Kwan achou um garoto na mata, quando voltava do riacho... Ele está desacordado desde sabe-se lá quando e precisa de cuidados.

- Um garoto? Ele está machucado? Onde ele está? – disparou a mais nova.

- Calma. – a mãe pediu. – Seu irmão está cuidando dele. Pode sair agora?

- Vou conversar com o doutor, ok? Me espere aqui.

A moça adentrou o consultório e lá permaneceu por alguns minutos. Depois, saíram ambas em direção à humilde casa que não ficaba muito longe dali. Ao entrar e encontrar o rapaz deitado e aparentando estar em um sono profundo, ela levou a mão à boca em sinal de espanto.

- Mãe, ele é tão... Novo...

- Pois é. O encontramos bastante machucado, o olho ainda está bastante roxo, tem um hematoma ali. – apontou para a barriga. – A roupa estava muito suja e com alguns rasgos. Tinha bastante sangue... – Eu apenas limpei-o da melhor forma que consegui e vesti umas roupas antigas do seu pai.

- Como será que ele veio parar aqui? – a jovem agora sentara-se ao lado do garoto de cabelo alaranjado. – Logo nesse fim de mundo...

- Não faço ideia, Hani. Kwan pensou que ele estava morto, nem sei há quantos dias está sozinho nesse matagal, no frio... – ela acariciava a cabeça do garoto, como se ele fosse alguém de sua afeição. – Os lábios estavam roxos.

- Ele precisa de cuidados médicos e, bom, aqui... – ela coçou a nuca, pensativa. – É muito precário para esses quadros.

- Hani, podem ter tentado se livrar dele por algum motivo... – a senhora questionou, enquanto a filha checava os sinais vitais do rapaz. – Essas marcas, acho que alguém lhe agrediu e o deixou por aí. Não seria muito seguro levá-lo para outro lugar ainda tão frágil. Não ainda.

- O máximo que eu posso fazer é conversar com o doutor, vou fazer isso agora mesmo e volto para buscá-lo, se for o caso. Ele não pode ficar tanto tempo sem cuidados apropriados, afinal não sabemos o que ele tem.

Após longa conversa com o plantonista diário, Hani conseguira a permissão de que precisava. Transferiram então o rapaz para o quase hospital, improvisando-lhe uma espécie de quarto-UTI. Ficara combinado que para despistar qualquer suspeita, ele seria identificado com parente distante dela.

O médico fazia os últimos ajustes no soro e observava os batimentos cardíacos do paciente no monitor.

- Doutor? – Hani chamou, antes de adentrar a sala. – Posso?

- Claro... Preciso mesmo lhe falar sobre os resultados.

- E então? – perguntou apreensiva.

- Ele está em coma. Embora não tenhamos o resultado dos exames e ainda seja cedo para dizer, ele parece forte. Está lutando bastante para viver. Os sinais vitais estão bons, bem como os batimentos. Vamos ver se ele consegue estabilizar com o soro. – explicou, fazendo anotações da prancheta. – Mas se o quadro piorar, teremos que transferi-lo para outro hospital. – concluiu.

won't you save me? ❁ jikook Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum