᠉ Eighteen.

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Minhas mãos tremiam, a medida em que eu me aproximava da porta. Dei um último suspiro, girando a maçaneta com os olhos fechados, abrindo-os novamente em seguida.

- Onde estamos? – perguntei.

- Já vai descobrir. – Michael respondeu, com a calma que estava começando a me incomodar.

Ouvi vozes; um casal parecia conversar perto dali. Abri outra porta, do que parecia ser o quarto e a medida em que me aproximava, sentia como se fosse perder o equilíbrio. Eu conhecia aquela voz. Uma criança se misturou a eles e ao adentrar a sala eu confirmei minhas expectativas.

- São os meus pais, não são? Eles não podem nos ver?

- Sim, são. – sorriu. – E ninguém pode te ver. Estamos apenas visitando o seu passado. – afirmou e antes que eu pudesse fazer outra pergunta, fomos interrompidos pela voz da mulher.

- Ele é tão lindo, Seunghyun. – ela sorria ao dizer. – Nosso principezinho. Veja só esses olhinhos.

- São iguais aos seus. – comentou alegre, afagando o cabelo da criança que brincava no chão.

- Quando isso tudo vai acabar? Não aguento mais viver fugindo! – mamãe sussurrou.

- Em breve,vai dar tudo certo, ok? Ele ficará seguro. – confortou-a.

Foram interrompidos pelo telefone que foi atendido rapidamente pelo meu pai. Sua feição de alegria se fechou e mamãe rapidamente carregou-me em seus braços, parecendo desesperada. Ele falava ao telefone, esbravejando sobre algumas coisas sem sentido, já que eu não tinha como saber o que a pessoa do outro lado dizia. Desligou o telefone, minutos depois, parecendo apavorado.

- Chegou a hora, Shin Hye. – falou desapontado, aproximando-se e envolvendo-a num abraço.

Mamãe automaticamente começou a chorar, logo desvencilhando-se dele e correndo para o quarto onde eu estava anteriormente. Não fui atrás, apenas fiquei observando meu pai. Não conseguia lembrar-me do dia em que isso aconteceu, talvez por ser muito pequeno para isso, mas não tinha um bom pressentimento. Sentei-me no chão e fiquei observando papai chorar, segurando uma foto de nós três na mão. Logo ela retornou, com duas malas na mão e eu, ainda pequeno, seguindo seus passos.

- Pronto, acho que tem o suficiente aqui.

- Mamãe... – a criança chamou e ela o carregou.

- Não vou conseguir ficar longe dele, é o meu filho! Não quero fazer isso, não tenho condições. – disse, começando a chorar.

- Querida, é preciso. Não torne mais difícil do que já é. – ele pediu. – Agora vamos, não temos muito tempo.

Mel's POV

Quase um mês desde que Jimin se foi. Ainda era difícil sair de casa; tudo está muito recente, ainda dói e eu não me conformara que ele tenha ido embora. Com seu celular em mãos, eu procurava formas de passar o tempo. Revirava vídeos, músicas e fotos, como se pudesse me sentir mais próxima por conta daquilo.

Mais uma vez, eu tentava abrir seus sms, sem sucesso. O que diabos ele escondia ali, para precisar de uma senha? Pensei em pedir para algum técnico, mas deixar terceiros invadirem a privacidade do meu amigo não estava entre as opções. Perdida em pensamentos, pensei em combinações de senhas que pudessem dar certo. Até que uma ideia ocorreu a mente.

- Porque não? – comentei comigo mesma. – J.I.K.O.O.K. – soletrei, enquanto digitava as letras e quase caí da cama quando as mensagens se revelaram para mim.

As primeiras me chamaram atenção, por ser de um número desconhecido. Abri uma delas e a surpresa foi maior ainda com o que li. A que ponto pode chegar? Se passar por Jungkook para atraí-lo para aquele lugar. Desgraçado. Enraiveci com a descoberta, mas acabei pegando no sono enquanto lia as menos interessantes. Acordei com meu celular vibrando embaixo do travesseiro.

won't you save me? ❁ jikook Where stories live. Discover now