Seonghwa faz parte de uma banda punk e conhece Hongjoong em uma festa qualquer. Eles se apaixonam mas não assumem até Hongjoong entregar à Seonghwa as cartas decoradas que escreveu contando como se sentiu desde a primeira vez que o viu.
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[TW ⚠️ angst]
🚨 atenção para descrição de cenas de ansiedade e angústia intensas, você estará seguro para ler o que estiver antes de "⚠️" e depois do "✅". Leia com cuidado e não se exponha a gatilhos 🚨
Hongjoong sentiu a claridade invadir seu quarto, incomodando seus olhos fechados e por isso afundou-se mais ao travesseiro macio, puxando o cobertor para cobrir-lhe a cabeça.
A janela estava fechada e o sol acabou por abafar demais o casulo de cobertas em que se encontrava. Pela dificuldade de respirar, ele se livrou do tecido, e então pode notar seu quarto claro e... vazio.
Sentou-se no colchão, sentindo-se arrepiar pelo sentimento de solidão. Era silencioso, não havia ruído de chuveiro ou movimentação na cozinha ou sala. Seus olhos sonolentos piscaram lentamente enquanto ele olhava em volta, não vendo nada que dissesse que Seonghwa esteve ali.
Teria ele ficado bêbado o suficiente pra delirar tudo aquilo? Não, claro que não, a sensibilidade e exaustão de seu corpo comprovavam que tudo tinha sido real.
Levantou-se de maneira arrastada, procurando por algum vestígio, algum sinal ou bilhete que Seonghwa pudesse ter deixado, porém não encontrou nada.
Seu reflexo no espelho comprovou mais uma vez o quão real a noite passada tinha sido, a realidade em forma de marcas em seu pescoço e peito. Tocou sua pele delicadamente com a ponta dos dedos, não sentindo dor, mas as marcas estavam ali.
Caminhou pela cozinha em busca de qualquer vestígio de Seonghwa, ainda não havia desistido, mas encontrou apenas frustração e sentiu o peso crescer em seu peito.
Ele foi embora. A noite anterior não significou nada.
Seus pés pareceram pesar toneladas ao que ele se arrastou até o banheiro, sentindo-se desolado. As lágrimas ainda não tinham começado a cair, mas isso se dava pelo fato de que ainda não aceitava a realidade.
Estou sozinho. De novo.
Livrou-se da cueca e ligou o chuveiro para um banho quente. Deixou que a água encharcasse seus cabelos suados, levando com ela os últimos resquícios do cheiro de Seonghwa.
Os pensamentos em sua cabeça rodeavam como um tornado, sentia-se embriagado novamente, seu estômago vazio se contorcia em uma ânsia e ele soluçou, finamente deixando as lágrimas caírem e misturarem-se às gotas de água do chuveiro. Escorrendo por seu corpo e descendo pelo ralo.
Durante sua vida toda, desde que se lembrava, Hongjoong buscava sentir, buscava o sentimento verdadeiro de gostar de alguém, de apaixonar-se intensamente e amar de verdade. Seu maior medo era nunca encontrar o amor da sua vida. Mas o que era exatamente amar? Toda essa angústia e esse descaso e esse aperto em seu peito valiam as horas de alegria e compreensão que recebia em migalhas?
