A campainha tocou e Seonghwa apressou-se em abrir a porta encontrando Yunho parado ali com as mãos nos bolsos da calça escura. Vestia também um casaco de couro um pouco gasto sobre um moletom cinza escuro.
Yunho estranhou a presença do moreno no dormitório do amigo, seu cenho franzido entregava sua confusão.
— E aí, cara, entra — Seonghwa cumprimentou e deu espaço para que o garoto entrasse no ambiente quente.
— E aí Seong, quanto tempo — respondeu ao que retirava seu casaco e seus coturnos.
— não sabia que você tinha... Você sabe... voltado — Yunho coçou a nuca ainda com certa confusão.
— é.. meio que recente — Seonghwa não sabia exatamente o que dizer naquele momento, parte de si queria ser simpático enquanto outra só pensava em perguntar ao outro sobre o que acontecera mais cedo com Hongjoong.
Depois que o Kim tomou chá e comeu naquela manhã, acabou por deitar-se em silêncio e dormir por boa parte do dia. Agora era quase noite e o garoto estava em sua escrivaninha produzindo algo que Seonghwa não quis atrapalhar.
O moreno chamou Yunho para a cozinha, guiando-o com o intuito de iniciar uma conversa íntima. Seong ofereceu-lhe um pouco de chá, o que o loiro educadamente recusou. Sentaram-se à mesa e Park contou a ele sobre o ocorrido de maneira preocupada, seus olhos trêmulos e um pouco assustados de certa forma. Lidar com o emocional de outra pessoa era algo que ele nunca imaginou precisar passar, considerando o fato de mal preocupar-se com os seus sentimentos e problemas.
Yunho ouviu toda a história com calma, sentindo uma dor em sua cabeça ao ouvir que o amigo havia tido outra crise. Elas estavam mais frequentes do que gostaria, e pior, estavam mais intensas.
Jeong suspirou antes de comentar com Park sobre a primeira crise de pânico de Hongjoong, sobre como ele havia corrido uma longa distância e estava completamente desorientado e com medo. O moreno sentiu seu coração pesar com culpa.
Yunho tentou tranquiliza-lo, explicando como Hongjoong tinha seu psicológico frágil e convivia com ansiedade diariamente desde seus quinze anos. Não era fácil conviver com os pais extremamente críticos e perfeccionistas, que colocavam sobre si o peso de ser sempre o melhor em tudo que fazia.
Hongjoong passou sua vida toda vivendo como um jovem excêntrico, na escola sempre foi a criança que se vestia diferente e gostava de coisas que não eram populares às outras crianças. Passava grande parte do tempo sozinho desenhando e decorando seus matérias e roupas. Suas notas eram exemplares, ficava sempre entre os melhores da turma e também era bom com esportes, jogava futebol muito bem. As aulas de música eram onde ele se destacava, tocando bateria e compondo canções para eventos e peças escolares.
Sua timidez era seu único desafio, infelizmente não conseguia fazer amizades ou aproximar-se das pessoas por muito tempo, sentia-se sempre inferior, o pensamento das pessoas sobre ele e os julgamentos e comentários possuíam grande peso na sua própria visão de si mesmo.
Quando finalmente se livrou da escola e colocou seus pés na universidade, decidiu que tudo iria mudar e de fato conseguiu manter sua máscara sociável por alguns meses, mas quando as férias chegavam todos seguiam seus caminhos e ele se encontrava sozinho de novo. Não queria perturbar, então nunca chamou ninguém. Yunho foi o único a correr atrás dele o suficiente para manter uma amizade.
Não era difícil Kim abrir seu coração para quem se aproximasse. Seonghwa sabia disso, pois conviveu com ele por um ano, sentiu seus carinhos e compartilhou com ele bons momentos. O que era estranho, já que, pelo que Jeong contou, Hongjoong não costumava correr atrás.
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LOVE LETTERS | au¡seongjoong
FanfictionSeonghwa faz parte de uma banda punk e conhece Hongjoong em uma festa qualquer. Eles se apaixonam mas não assumem até Hongjoong entregar à Seonghwa as cartas decoradas que escreveu contando como se sentiu desde a primeira vez que o viu. seongjoong |...