capítulo sete

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Um Erro Sincero



Jimin saltou ansiosamente na ponta dos pés, as mãos enfiadas nos bolsos do short, enquanto ele desejava ter confiança para colocar os pés no Midnight Grind. Fazia trinta e três graus celsius lá fora e o sol da tarde batia forte na calçada, o calor emanava da mesma e lançava pequenas ondas em sua visão. Jimin estava sob um dos guarda-sóis que protegiam as mesas externas, que estavam quase vazias já que todos optaram por buscar conforto dentro do ar-condicionado.

Faltava apenas uma semana para o início de Julho e isso já estava deixando Jimin louco. Ele teve a sorte de não estar trabalhando hoje e não se limitando a calças sufocantes, mas mesmo as roupas casuais não estavam lhe proporcionando muito alívio. O ar estava parado e abafado, nenhuma brisa estava fluindo para dar uma trégua, e Jimin sentia-se um pouco sufocado.

Não ajudava o fato de que ele estava com medo de ter que encarar Hoseok.

Pela janela da frente da cafeteria, Jimin conseguia ver o barista correndo atrás do balcão, um sorriso grande estampado em seu rosto e seu carisma pessoal encantava os clientes por gorjetas. Jimin sabia que seu sorriso era genuíno, com ou sem intenção — Hoseok gostava de pessoas. Ele gostava de ouvi-las contar sobre suas famílias ou seus dias (ele até parecia gostar da conversa desconfortavelmente estranha). Ele era excepcionalmente bom em deixar as pessoas à vontade e fazê-las se sentirem confortáveis ​​perto dele.

Mas quando ele estava com raiva...

Jesus.

Ainda faltavam cinco minutos para que marcasse oficialmente as duas horas da tarde, então Jimin decidiu parar de ficar em pé e puxou uma cadeira.

Ele não tinha certeza do que Hoseok iria dizer a ele, mas ele tinha a sensação de que não seria uma conversa amigável durante o café. Hoseok não era de mandar mensagens curtas e contundentes para Jimin. Suas mensagens eram normalmente preenchidas com um número perturbador de emojis (alguns dos quais eram completamente inadequados e confusos em relação ao contexto), continham pelo menos um termo carinhoso e eram repletos de erros de ortografia e abusos de gramática. Hostil não era o jeito de Hoseok.

A cabeça de Jimin estava abaixada e ele estava perdido em pensamentos, mastigando distraidamente a unha do polegar, quando ele sentiu uma mão bater em seu ombro.

Forte.

— Hyung!

— Jimin. — Hoseok não parecia muito bravo, na verdade ele parecia estar com um humor bastante otimista. — Por que você não entrou? Eu tenho visto você surtar pela janela por, tipo, meia hora.

Meu Deus.

— Ah... — Jimin balançou a cabeça envergonhado. — Eu estava um pouco estressado, me desculpe.

O rapaz mais velho se inclinou sobre ele e colocou um café preto gelado na mesa em frente a Jimin, os pequenos cubos de gelo balançando enquanto ele empurrava para mais perto do outro; uma oferta de paz. O calor imediatamente começou a se prender ao copo de plástico e gotas de suor começaram a escorrer em direção à mesa, formando uma pequena poça ao redor de sua base, então ele o envolveu com a mão e levou aos lábios. A bebida gelada foi um refresco bem-vindo, acalmando um pouco da coceira sob sua pele, e Jimin começou a beber rapidamente antes que derretesse mais.

Hoseok deu um último aperto no ombro de Jimin, claramente numa tentativa de confortá-lo, antes de se mover para o lado oposto da mesa e se sentar. Seu uniforme preto e avental estavam polvilhados com grãos de açúcar e chocolate em pó, e Jimin começou a sentir o cheiro doce no calor.

Park's Anatomy » jikookWhere stories live. Discover now