Olha a mão boba

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Eu não tinha certeza se estava ou não sonhando. Mas Ana estava, definitivamente, deitada do meu lado na minha cama. E o relógio marcava dez e meia da manhã. Meus amigos, eu já disse que a vida é doce? Já disse que Ana é a mulher mais linda desse mundo? Já disse? Pois se não disse, que fique dito! A vida é doce e Ana é a mulher mais linda desse mundo. E se eu estiver sonhando, por favor não me acordem, por tudo que é mais sagrado.

Não sei se processei bem tudo que aconteceu, eu tive um sopro de coragem e disse umas coisinhas pra ela enquanto o som ensurdecedor da festa era plano de fundo. Quando dei por mim ela estava me beijando. Você não tem noção de quantas vezes eu sonhei com o beijo dela, e devo dizer, é muito melhor do que eu imaginava. Essa menina ainda me mata, e isso eu tenho certeza que já falei.

Talvez eu deva me levantar e ajeitar esse meu cabelo, fazer um café da manhã pra ela, sabe, essas paradas que um namorado faz. N a m o r a d o. Caralho. Ela disse mesmo que tudo bem a gente namorar, né? Ou eu sonhei também? Meu deus, ela bem que podia acordar e confirmar essas coisas todas antes que eu entre em parafuso. Mas não, eu tenho certeza que depois daquela semana infernal, sendo ignorado de forma bem pouco piedosa, minha glória chegou e eu vou provar pra ela que fomos feitos um pro outro.

Não resisti em tocar os cabelos negros que caiam pelo rosto dela, afastando algumas mexas. Até parece um anjo enquanto dorme, quase não vejo aqui a menina que me diz coisas bem cruéis de vez em quando. Mas eu sei que não deve ter sido fácil pra ela, porque o modo como tudo aconteceu me levou a crer que tem coisas sobre ela que eu ainda não sei, coisas nas quais ela acreditou por muito tempo. E eu não a culpo.

Eu só quero agarrar essa chance e nunca mais soltar.

Ouvi um resmunguinho e meu coração acelerou, o que aconteceria quando ela abrisse os olhos e percebesse onde e com quem estava? Não vou negar, um puta medo me tomou e não consegui pensar direito. Ela me encarou meio confusa, franzindo a testa.

Ai deus, dá uma ajudinha.

— Bom dia... — resolvi falar.

— Bom dia — respondeu com a mão na boca e depois escondeu o rosto no travesseiro.

— Tá se escondendo por quê?

— Eu tô uma bagunça, vira pra lá, Jeon!

— Tá nada, Ana, deixa disso.

Ela se esgueirou pelo colchão ainda sem me deixar ver seu rosto, e saiu correndo do quarto. Achei aquilo a coisinha mais fofa do mundo? Achei sim. E já que ela provavelmente foi se arrumar, não me restou nada a não ser fazer o mesmo.

Sai do quarto um tempo depois já de banho tomado. Achei que não a encontraria por mais um tempo. Mas lá estava ela, de cabelos úmidos, rosto impecável, vestida numa camiseta gigante. Se ela soubesse como fica linda quando está assim desarrumada, mas fica linda arrumada também, então eu nem falo nada.

— Agora já podemos nos olhar? — perguntei me aproximando da bancada onde ela estava.

— Já...

Ela parecia não saber exatamente o que dizer. E isso, meu amigos, era bom sinal.

— Então, namora... — comecei a falar, mas a risada dela me interrompeu. Do que ela tava rindo tanto tão de repente? — O quê?

— É muito estranho! — Respirou fundo, tentando parar de rir. — Desculpa, só não sei como reagir...

Acabei rindo também, porque apesar de estar nas nuvens, era estranho pra caralho mesmo.

— Okay, vamos começar do começo — falei me recompondo. — Ana, ontem depois que você, por livre e espontânea vontade, foi deitar lá na minha cama, e eu disse que se você quisesse, e só se você quisesse, nós iríamos namorar, você disse que sim, não foi?

Você que lute, Jeon Jungkook!Where stories live. Discover now