Dias de glória

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Taehyung é mesmo uma peste na minha vida, eu estava já quase pronto para desfrutar de uma boa noite de descanso com a minha Ana e ele me liga com aquela voz embolada e todo meloso dizendo que não conseguia ir pra casa sozinho. E eu como o bom amigo que sou, deixei o conforto do meu lar pra socorrer a criatura.

E aquele loiro beberrão só enche a cara de cachaça por um único motivo: Roseanne, a também loirinha, do curso de nutrição por quem ele jura com os dois pés juntos que não está apaixonado. Eu e todos os nossos amigos discordamos, porque cada vez que ela age como se ele não existisse uma bebedeira daquela acontece.

O fato é que ele é ruim com as palavras — pior do que eu, acredite —, e também não é muito certo das ideias, vive dando mancada com a menina, que é um anjo na terra por ainda não ter dado um basta nele.

Mas deixando essa história de lado, eu só levei ele de volta pra casa e o ajudei a se recompor para dormir feito um ser humano decente. Fiz o rapazinho beber água e deixei o celular perto da cama, vai que ele precisa de mim mais uma vez, eu não sou desalmado e mesmo reclamando iria de novo até ele.

Com a boa ação feita, fui direto pra casa, e até a minha subida tudo parecia normal, abri a porta e não ouvi nada, nem a televisão, nem as músicas que ela gosta tocando pelo celular. Só a luz do quarto dela é que estava acesa, e eu já pensando que ela devia ter ficado chateada e ido dormir sem mim, e na cama dela. O que não era muito a cara dela, não é o tipo que não entende uma emergência com o melhor amigo, sabe, tenho certeza que se a Somin ligar ela me deixa ali plantado na hora.

Deixei as coisas na mesinha e fui até lá, e aí, meus amigos, que a noite pareceu literalmente virar da água pro vinho. Eu nunca tinha visto aquilo em todos os anos de convivência com Ana, ela sempre teve pijamas divertidos e larguinhos, sempre ficava uma gracinha em qualquer um deles, mas aquilo que eu estava vendo era outro nível, era outra coisa, um negócio totalmente novo.

Com certeza tive uma mini pane no sistema, até que eu conseguisse pensar de novo para o que exatamente eu estava olhando. Ana estava lá arrumando a penteadeira, coisa normal você pensa, só que não naquela peça azul marinho muito, mas muito menor do que deveria. E eu jamais seria capaz de reclamar daquilo.

Ana estava querendo me dizer alguma coisa? Ana estava querendo me dizer o que eu achava que ela queria me dizer?

Meu dia de glória teria finalmente chegado?

Ela se virou pra mim com aquele olhar de desentendida em que é quase expert e eu tive que pedir uma confirmação em palavras.

— Ana, eu espero que isso signifique exatamente o que eu tô pensando.

E ela riu. Riu com gosto, linda de morrer e quase me matando do coração com aquele corpo. Meus nervos são fracos, mas aquilo me pedia pra deixar o surto de lado e aproveitar o momento que esteve na minha cabeça por muito tempo.

— Não sei, Gukkie, o que você acha que significa?

Okay, it's happening, everybody stay calm!

Era naquele momento que eu começava a falar sacanagem, não é? E eu bem que pensei em várias, mas não consegui proferir nem uma sequer. Ana me deixa nervoso num grau que nem ser safado eu tava conseguindo. Mas veja bem, em minha defesa, eu tenho que relembrar que aquela seria a nossa primeiríssima vez. Eu não queria tratar aquilo como só sexo.

Por isso eu deixei a conversa de lado e fui abraçar a menina bonita que sorria pra mim. No momento em que ela se encaixou no meu corpo e eu senti o calor dela junto do meu, e soube que aquele momento seria único, e que o fato de estar apaixonado por ela era o mais real de toda a minha vida.

Você que lute, Jeon Jungkook!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora