fucked up kid || II

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Michael


bem, eu vivo em um constante drama em me matar ou matar todos a minha volta. mas como eu não tenho coragem pra fazer nenhum dos dois, eu me afogo em bebidas e remédios pra controlar a minha depressão.

sim, eu tenho depressão. e transtorno bipolar também. eu tomo alguns remédios, o que me deixa mais deprimido do que eu já sou. afinal, isso me faz me sentir doente e louco, talvez incontrolável. e eu não quero isso, não quero ser um doente mental, e não quero ser tratado como tal.

e tem o meu ex-namorado, brandley. ele me humilhou na frente de toda a minha antiga escola uma semana antes das aulas acabarem, foi a pior semana da minha vida. a única coisa boa que aconteceu naquela semana foi o fato de eu ter conhecido meu melhor amigo, jack, por causa de uma briga. eu o conheci 3 meses atrás (que foi quando a briga aconteceu), mas só esse tempo já foi necessário para que ele me provasse que eu podia confiar nele.

seu único defeito além de morar longe e ser burro feito uma porta (ele repetiu o segundo ano duas vezes) e ser sincero demais. ele me lembra um personagem do meu filme favorito, o bender, de clube dos cinco. ele briga muito também, e as vezes extrapola. foi o que aconteceu quando ele brigou com brandley pra me defender – sendo que eu nem o conhecia.

além do jack, eu tenho uma amiga que eu conheci no grupo de apoio que meu terapeuta indicou. na verdade, o grupo foi fundado por ele. o nome dela é lana, e nós nos conhecemos a pouco tempo. ela também se parece com uma personagem do clube dos cinco, a alisson. ela é meio neurótica e não fala muito, assim como minha amiga.

além desses dois, eu não tenho amigos, principalmente agora que mudei de cidade e de escola. eu espero conseguir fazer amigos, por mais que eu assuste as pessoas com meus piercings, tatuagens e meu cabelo preto que eu pintei com uma tinta qualquer que encontrei na rua.

neste momento, eu estou cruzando a cozinha em direção a porta.

passo pela prateleira de remédios e tomo minha dose da manhã.

mãe: quer comer alguma coisa?

não, eu nunca como nada no café da manha.

mãe: você vai sair?

eu: vou até a casa da lana.

mãe: não volte tarde.

isso se eu voltar.

eu: tudo bem. eu não vou.

mãe: tenha um bom dia.

eu: tchau.

eu nunca digo bom dia. na verdade, as vezes eu nem digo tchau. eu sinto que isso decepciona minha mãe.

eu sinto pena dela, na verdade. quando ela engravidou não teve nenhum aviso de "seu filho vai crescer e virar um emo, bosta e depressivo". ela tentou me dar uma criação boa, e ela meio que conseguiu, afinal eu nunca matei ninguém e nem fui pra prisão. ela foi uma mãe maravilhosa, ainda é.

ela é a melhor mãe do mundo de um emo, bosta e depressivo.

eu saio pela porta e percebo que algo esta faltando.

preciso de café.

eu penso em voltar pra casa e beber uma xícara, mas eu não gosto do café da minha mãe. tem gosto de morte.

eu atravesso a rua e compro um café comum na cafeteria. estava fazendo um frio de congelar o cu de sydney, e eu precisava de café pra esquentar e amargar um pouco mais a minha vida. eu comprei um brownie também.

❁ flaws || muke {hiatus} ❁Where stories live. Discover now