Capítulo 27 - Perdido

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Nos escontravamos no calabouço. Era feito de pedra escura, devia ter uns 20 metros quadrados. Nas paredes continham estantes com vários
litros de álcool, e outros recipiente que não consegui descifrar. Mais de 15 chicotes presos numa estante em forma de vitrine estavam expostos. Continha uma mesa ao fundo, e em seu lado correntes grossas e sujas, do que parecia ser sangue. Mas não foi o que me espantou, pelo chão haviam marcas de líquidos secos em uma marca que ocupava quase metade do ambiente. Parecia que tinham escoado pelo chão.

- Sabe o que é isso? - ele pergunta apontando para a mancha preta no chão.

- Não.

- Sangue. O meu sangue. Está vendo aqueles chicotes, eram usados nas minhas costas, e aqueles vidros de álcool, eram para serem jogados logo após. Sabe o que é a dor de um desinfetante como esse em uma ferida aberta?! - prendi minha mandíbula ao imaginar a dor. - Agora vire-se.

Fiz o que me sugeriu, minha mão vai a boca com o tamanho do medo e pavor que senti ao ver aquilo.

Na parede continha um mural, de fotos. Eram fotos tiradas pelo Rei depois de espancar o filho. Imagens inacreditáveis das costas de Asher com as feridas abertas a cada surra.

Senti repulsa ao ver tudo aquilo e me viro de costas ao mural.

- Sinto muito. Ele é um monstro.

- Era um monstro. Mas me tornei mais forte que ele, e tudo se revolveu.

- Como consegue conviver com ele?

- Pode parecer estranho, mas gosto dele. Apesar de toda dor que me causou, eu o a...ele é meu pai.

- Como pode gostar de alguém assim? - pergunto-lhe confusa e incrédula.

- Não sei. Somente sei que consegui o que tanto desejava... seu orgulho. Meu pai realmente estava orgulhoso de mim.

Não consegui me conter, aquelas palavras mentirosas me incetivaram.

- Orgulho de quê?

- De me tornar o futuro Rei da Inglaterra - ele dizia com brilho aos olhos.

Balanço a cabeça negativamente.

- O que foi? - pergunta-me desconfiado.

- Você não conseguiu nada. O fato de ser sucessor ao trono é apenas uma casual necessidade do país - digo a ele com desdém.

- Do que está falando? - ele aparenta estar confuso.

- Os recursos fósseis que Dundeya tem, são o que movem a economia da Inglaterra. Você ter sido escolhido foi apenas um acordo vantajoso para o país.

Ele solta uma risada nervosa. Seu olhar transmitia raiva e surpresa ao mesmo tempo.

- Seja quem for que lhe disse isso, está muito mal informado, esses recursos são fornecidos ao governo gratuitamente. Não há motivos para terem de fazer acordos.

Naquele momento esqueço de como se respira, de como falar, ou até mesmo agir.

- Ardena. Você é uma garota incrível, porém você falha em um aspecto, julga os outros por aparências e por atitudes antes de saber a circunstância que o levou a fazer aquilo. E acaba tomando decisões prejudiciais não só a você mas a todos a sua volta.

- Quando vai esquecer minha quase partida?

- Nunca - ele aparentava estar cansado.

- Você me parece cansado?

- Estou a dois dias sem dormir.

- E está esperando o que para se jogar na cama? - estava tentando amenizar o clima.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Where stories live. Discover now