TEMP1 EP21 - THIAGO

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INVESTIGADOR POV

Parece que passei 90% do meu dia nesta investigação e os outros 10% apenas sobrevivendo. Mas pelo menos esses 90% estão realmente valendo a pena. O que Helena disse... parece que já conheço seus amigos. Mas não fisicamente, parece ser um paradoxo temporal. Os jovens que estou investigando se assemelham muito, em termos de características, aos amigos de Helena.

Todos os dias, sou atormentado por uma enxurrada de pensamentos, cada um mais intrincado que o outro. Há tantas questões sem resposta que me consomem: o conteúdo enigmático do envelope, o significado do misterioso envelope azul, a presença constante do olho egípcio em tudo o que investigo, os enigmáticos desenhos deixados por Nando, sem contar naquela guitarra que acharam na casa da Giovanna. 

Ao olhar para o mural da minha investigação na parede do bueiro, vejo um emaranhado de indagações. No centro, um gigantesco ponto de interrogação paira, enquanto logo abaixo uma pergunta ecoa de forma desafiadora: quem é o assassino? São tantas incógnitas a desvendar.

ANO > 2000

Tudo estava mergulhado na escuridão, um negro completo. Um silêncio absoluto reinava, tão intenso que até o próprio silêncio era audível. Apenas sussurros indistintos podiam ser ouvidos ao longe, vindos do lado de fora.

Rosalina – Alex, cadê a chave? – pergunta sem paciência

Alex – Eu não sei, eu tinha pegado lá em cima - ele procura em seus bolsos - Ah, achei

Karen – Mas é uma mula mesmo – resmunga

O som metálico da garagem se abrindo ecoou pelo espaço escuro, que gradualmente foi iluminado pela claridade que vinha de fora.

Alex se aproximou de um objeto grande, coberto por um lençol empoeirado. Com um gesto decidido, ele retirou o lençol, revelando um trailer velho, porém funcional. Apesar de sua aparência desgastada pelo tempo, ainda era evidente que já fora um símbolo de viagens e aventuras passadas. 

A estrutura metálica estava marcada pela ferrugem e pela exposição aos elementos, mas ainda mantinha sua integridade básica. A pintura original, agora desbotada e descascada em alguns lugares, revelava vestígios de cores vivas que um dia adornaram suas paredes. As janelas, apesar de empoeiradas, permitiam a entrada de luz suficiente para iluminar o interior.

Alex – Conheçam a Ferrari! – diz alegre, tirando a poeira da mão

Julieta – Ferrari? Isso está mais para um velotrol – comenta

Alex – Ferrari sim, com um motor super potente, tendo espaço para dormir e comer, com rodas brilhantes e janelas... – ele olha para as janelas sujas e quebradas – Bem, sobreviventes. Vamos entrando no incrível trailer dos Ferrari

Sofia – Sim querer me intrometer nem nada, mas porque esse trailer tem esse nome? – pergunta curiosa, tentando não tropeçar nas caixas da garagem

Alex – Foi o primeiro transporte que nossa família conseguiu, e nós o guardamos – conta

Rosalina – Nosso avô conseguiu achar ele num lixão, e o concertou, e viajou o mundo inteiro com ele, em busca de fazer muito dinheiro - explica indo até o trailer - E conseguiu, até que fez uma parceria com o avô do Romeu, ficando ainda mais podre de rico. Por isso ela é tão importante – completa, abrindo a porta do automóvel

Ao entrar, podia-se notar o interior simples, mas acolhedor. As paredes de madeira estavam gastas, mas limpas, e as cortinas florais adicionavam um toque de charme nostálgico. Os móveis eram simples e funcionais, com uma pequena cozinha equipada com fogão a gás, pia e armários desgastados, mas ainda úteis. Uma mesa dobrável no centro do espaço servia tanto para refeições quanto como área de trabalho.

MORRA OU VEJA A MORTEWhere stories live. Discover now