TEMP1 EP23 - FOTO

97 16 26
                                    


ANO > 2000

O momento da ação finalmente chegou. Thiago recarregou sua arma com firmeza, sentindo o peso do metal em suas mãos, e saiu de casa determinado. A noite era chuvosa, e os trovões ecoavam no céu, trazendo uma sensação de nostalgia. Era como se aquele clima tempestuoso o transportasse de volta àquela mesma noite em que encontrou sua onça.

Os adolescentes saíram do trailer em silêncio, seguindo Thiago em direção à mata densa. Cada passo era pesado, carregado de tensão e expectativa. A chuva caía sem piedade, transformando o solo em um lamaçal, mas nada poderia deter o grupo determinado. Eles estavam prontos para enfrentar o que quer que encontrassem adiante, unidos em busca da verdade.

Lívia – Tem certeza que é por aqui? – pergunta – Nem alma penada tem

Thiago – Eu sei exatamente o lugar que o assassino quer que eu vá – responde tirando os galhos da sua frente – E o que ele quer

Teo – Não vai tão rápido assim – diz ofegante parando com as mãos no joelho – Eu preciso descansar! – ele se senta

Péssima escolha

Julieta – Eu não acredito Teo, levanta aí - ela estende a mão para o amigo, que nega

Teo – Não tem como, eu não consigo dar mais um passo!

Karen – Eu também não, vamos descansar um pouquinho - ela se senta também 

Patrick – Pelo amor de Deus, que frangos! - reclama - Temos que continuar, desse jeito vamos acabar nunca descobrindo o assassino

Rosalina – O Patrick falando isso?

Lívia – Olha, eu não me importaria de descansar um pouquinho - diz ofegante

Romeu – Tudo bem para você, Thiago? – pergunta olhando em volta – Thiago?

O adulto tinha ido em frente, seguindo sua intuição. Sabia que onde exatamente encontrar o assassino, eles costumavam a brincar naquele local

Thiago – Aparece logo! – grita para a chuva – Agora você não dá as caras né? – ele se vira para o outro lado, na esperança de ver quem deseja

Outro erro. Logo quando se vira, de um arbusto próximo em suas costas, surge lentamente uma figura animal, molhada pela chuva. Seus olhos faíscam em vermelho e um rosnado profundo escapa de sua garganta. Thiago percebe o perigo iminente e se vira para o animal. Já puxa o gatilho da sua arma, mirando no animal, mas logo para e percebe

Thiago – Pintadinho? – percebe, mesmo assim, não abaixa a arma. O animal se aproximava lentamente, e os trovões ecoavam cada vez mais alto.

A cada barulho e luz do trovão e dos raios, a imagem da fera selvagem se transformava naquela do gatinho amarelo que Thiago resgatara anos atrás, com a pata machucada, pequeno e assustado. Enquanto isso, a figura de Thiago, inicialmente com a regata preta, se metamorfoseava na blusa encharcada e o boné preto para trás, aquela mesma vestimenta...

Thiago abaixou a arma lentamente, mas a onça continuou a se aproximar, seus olhos vermelhos brilhando na escuridão. Thiago, viu-se novamente como aquele homem de blusa branca e colete quadriculado, ajustando sua gravata borboleta nervosamente.

O medo voltou, consumindo-o enquanto olhava para a fera à sua frente. As memórias do gatinho resgatado e do envelope em sua mão misturavam-se com o temor do momento. A onça avançou em sua direção, e Thiago sentiu-se paralisado pelo terror que o dominava.

MORRA OU VEJA A MORTEWhere stories live. Discover now