Capítulo 5 - Parte 5

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Anabel sente o vento em seu rosto enquanto Mau corre com ela pela floresta. Os dois tinham se aproximado muito no último mês e, três dias atrás, Mau perguntou o que ela gostaria de ganhar no natal. Anabel só conseguiu pensar que gostaria de ir ao lago. Foi uma ideia terrível, a água estava tão gelada que ela quase congelou. Mau foi esperto e havia levado roupas quentes, então o caminho de volta estava sendo suportável.

– Já pensou no que gostaria de ganhar? – Pergunta Anabel por cima o vento.

– Sim, pensei em algo. – Ele responde.

– E o que é?

– Não vou te falar agora.

– Se você quer um presente, precisa me avisar antes para que eu conseguir arrumar.

– Quando eu te disser, você poderá arrumar na hora. – Ele diz, e mil ideias passam pela cabeça de Anabel. – Você está animada com a festa hoje a noite? Vai com Raul, certo?

As coisas estavam bem melhores naquele lugar, mas ela não estava nem um pouco animada. Estava pensando até em nem aparecer.

– Não, ele me convidou, mas eu recusei.

– Por quê? – Pergunta, e Anabel engole em seco.

– Estava esperando você me convidar. – Mau desacelera e para.

Anabel pula de suas costas, e ele a encara.

– O quê? – Mau pergunta, confuso. – Por que você iria querer ir comigo ao invés de Raul?

Anabel o encara, confusa.

– Eu só achei que fosse querer ir comigo, mas você não me convidou.

– E eu quero, claro que quero, mas pensei que você fosse com ele. – Ele passa as mãos nos cabelos cacheados.

– Bom, mas eu não vou, então... você quer ir comigo? – Ela pergunta.

– Não. – Mau diz e sorri. – É meu dever te convidar, pare de ser tão apressada. – Ele diz, e Anabel sorri. – Então, Ana... você gostaria de ir a festa de natal comigo?

Anabel sorri, assentindo.

– Sim, Maurício. Eu quero. – Responde, e Mau abre um sorriso.

– Vamos voltar pra casa. – Mau diz, se virando.

Anabel sobe em suas costas, envolvendo sua cintura com as perna. Ela beija seu pescoço, e Mau estremece com o toque. De fato, adorava o efeito que tinha sobre ele. Sorriu enquanto Mau voltou a corre. Os dois chegaram, e ele a colocou no chão.

Mau deu um beijinho no rosto dela, e Anabel estava preste a falar o horário quando Clarisse chegou para cortar sua fala. Anabel sentia que ela era a vilã de sua história, sempre por perto para atrapalhar os momentos simples e bons. Clarisse não a agradava desde o dia em que mostrou as passagens secretas quase sem saída. Ela poderia ter morrido lá dentro.

– De onde vocês estão vindo?

– Fui levar Ana até o lago. – Ele diz.

– Ana? – Ela pergunta, erguendo a sobrancelha, claramente incomodada com o apelido.

Anabel serra os dentes. Quem ela pensava que era?

– Anabel. – Ele explica, apontando para Anabel ao seu lado. Como sempre, não entendendo o real sentido da pergunta.

Clarisse revira os olhos.

– Já alumou sua loupa? – Pergunta Clarisse para Mau.

– Sobre isso, eu não vou mais com você. – Ele diz, e o queixo de Anabel cai. O quê? – Mas eu ouvi dizer que Ramon está sem par. Vocês estão juntos ou algo assim, certo?

2 - Sobre Meninas e DesejosWhere stories live. Discover now