Encaixe perfeito

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Caitriona POV

Eu nunca senti tanta raiva, tanto ódio de alguém em toda a minha vida. Bem, pelo menos não recentemente, a última vez que me senti assim foi quando uma das modelos que deveria dividir a passarela comigo em um importante desfile para uma marca famosa, sabotou os meus sapatos e eu tive que desfilar usando um sapato tamanho 37. Veja bem, eu uso 39. Ao fim do desfile, a única coisa que eu queria fazer era forçar os sapatos garganta abaixo daquela mulher e depois engessar os meus pés.
O que Sam fez comigo, foi bem parecido, só que não foi os meus pés que ele atingiu, foi algo um tanto mais acima dos joelhos e abaixo do umbigo.

A minha vontade foi de ir atrás dele e jogar tudo o que eu encontrasse pela frente, socar a cara dele, mas óbvio, ele rapidamente me dominaria, ele é muito mais forte do que eu e sabe como se defender. Vontade não faltou. Me resumi a arrancar o figurino da Claire de mim o mais rápido que consegui sozinha, me troquei e rezei para que no caminho do trailer até o carro nenhum vento mais forte passasse, naquele dia eu havia ido trabalhar usando um vestido fluido e o filho da mãe roubou minha calcinha. Ninguém mais precisava saber disso, já era humilhação demais saber que ele estava em algum lugar por aí, carregando minha calcinha como se fosse algum troféu. Rezei para que ao menos ele tivesse a decência de não estar rodando ela no dedo. Nem cheirando.
Meu Deus, não tem nada mais esquisito do que um homem que senta sozinho num lugar escuro e cheira uma calcinha.

A imagem mental foi forte demais e eu consegui visualizar ele fazendo exatamente isso. Por favor, Sam, não seja tão creepy.
Quando cheguei ao estacionamento, o maldito carro dele estava lá, aquele carro que ele não deixava ninguém tocar ou chegar perto ou comer dentro. E que surpresa, ele estava lá sentado no banco do motorista, me olhando com cara de satisfação ou pelo menos eu achei que estava, quando me aproximei um pouco mais, pude ver que ele não estava olhando na minha direção, estava com os olhos semicerrados e ao me aproximar mais, vi que a mão direita dele se movia pra cima e para baixo ao redor do pênis levemente avermelhado pela fricção.

Era exatamente como eu lembrava, não foi minha imaginação que me fez ter aquela imagem passeando pelos meus pensamentos, até os malditos pelos eram iguais. Eu não consegui ouvir o que ele tanto falava, mas por leitura labial, consegui discernir meu nome. A lembrança da boca dele próximo ao meu ouvido, dizendo meu nome entre um gemido e outro, tomou conta de mim e eu juntei as pernas com força.
A única coisa que me trouxe de volta foi ouvir a voz do meu motorista Finnie. Por sorte ele havia estacionado bem distante do Sam e eu não deixei ele se aproximar o suficiente para ver ou ouvir nada. Entrei no carro ainda apertando as pernas bem juntas e fui para casa me resolver sozinha com meu amigo que para minha sorte, estava com a bateria carregada. Somente bem mais tarde vi que Sam havia respondido a mensagem que enviei enquanto ainda estava no carro a caminho do meu flat. Sempre competitivo.

Mesmo que meu lado racional me dissesse que aquilo era burrice, meu lado tão competitivo quanto ele, me empurrava a fazê-lo pagar pelo que havia feito comigo no trailer. Que tipo de ser humano começa um sexo oral e para? Que tipo de ser era Sam Heughan? Eu só tinha certeza de que era a pior das criaturas.
Eu pensei no que aquilo poderia trazer de ruim para a série, se isso saísse da forma errada poderia acabar com tudo. Minha primeira grande personagem, um trabalho do qual eu gosto tanto, um trabalho que pode me abrir tantas portas. Não tenho mais 18 anos, não posso simplesmente jogar pro alto uma oportunidade de crescimento profissional por uma boa transa. Mesmo que seja tão boa quanto foi, apesar de todo o álcool envolvido.

Além disso, nós construímos uma amizade sólida, Sam é definitivamente um ponto de calmaria em meio a tempestade. Todas as vezes que a pressão das gravações, do conteúdo das cenas me atingiu, ele estava lá com os olhos doces e o abraço pronto para mim. Sempre nos demos bem, sempre nos divertimos juntos, ele é um bom companheiro de trabalho, de bar e muito fácil de se conversar. Não quero perder isso, essa relação que nós já temos.

UnprofessionalWhere stories live. Discover now