Capítulo 1

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O rosto dele estava petrificado.

Ele não podia parar de encarar o garoto a sua frente.

Pele branca, lábios rosados, olhos verdes.

Sobrancelhas franzidas.

Exatamente como ele lembrava.

Um pouco mais jovem.

Mas, ainda assim.

Era ele.

O garoto que ele achou estar fora de seu alcance.

O garoto que ele pensou que nunca mais veria na vida.

O garoto cuja morte ele lamentou por dezesseis anos.

- O senhor está bem? - ele perguntou um pouco preocupado.

A voz.

Era a mesma voz.

Louis já havia esquecido como ela soava.

Mas uma frase havia sido suficiente para liberar todas as memórias presas em sua mente.

Todo precioso segundo em que ele havia escutado sua voz.

Qualquer pequeno sussurro que ele havia esquecido com o tempo.

- Olha eu tô começando a ficar preocupado... - o garoto disse nervoso.

Louis o viu ficar embaçado na sua frente e só percebeu estar chorando quando seus olhos piscaram e lágrimas gordas correram por suas bochechas.

O garoto arregalou os olhos assustado, e sem saber o que fazer esticou os braços por cima da mesa que os separava e segurou o rosto do homem com as duas mãos.

Louis sentiu seu corpo todo acender com o toque, como se os dedos do garoto o tivessem eletrificado.

Seu coração saltou dolorosamente em seu peito e ele balançou o rosto lentamente em negação.

As mãos do garoto, ainda em seu rosto, provaram que aquilo era real.

E antes disso ele estava se perguntando se era mais um de seus sonhos estranhos.

Sonhos indesejáveis que nunca iam embora.

Sonhos que o faziam não ter vontade de acordar.

Mas ele saberia se fosse um sonho.

Saberia se mais uma vez sua mente estivesse apenas tentando o fazer sentir bem.

Porque já haviam sido tantas vezes que ele já havia aprendido a diferenciar.

Nos sonhos ele sempre se sentia bem, em paz, como se ele nunca tivesse o deixado.

Ele nunca sentia que estava perdido ou no automático quando sonhava.

Era sempre perfeito, como a vida era antes de a morte os separar.

Por isso ele sabia que não estava sonhando.

Porque estava doendo, estava o machucando, sufocando.

E quando ele o tocou tudo piorou, porque pareceu mais real.

E estava errado.

Tinha que estar errado.

Ele morreu.

Morreu há dezesseis anos.

Louis o viu no caixão.

O viu ser enterrado.

Sentiu sua falta.

Porque ele não estava aqui.

Não estava.

Love Don't Break MeWhere stories live. Discover now