Capítulo 3

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Estava doendo.

Louis sentia que seu coração ia se despedaçar.

Ele dirigiu até não saber mais para onde ir, e quando parou permaneceu sentado no carro, as mãos segurando o volante com força tentando fazer seus braços pararem de tremer.

Ele não entendia porque aquilo não parava.

Não entendia porque estava doendo tanto.

Okay.

Ele viu um garoto que é igual a alguém que morreu há dezesseis anos.

Era absurdo.

Ilógico.

Mas não impossível.

Tinha uma explicação coerente.

Que ele não quis ouvir.

Mas tinha.

Ele não era ele.

Ele era alguém novo, uma brincadeira da natureza para o fazer sofrer.

E era isso que ele não entendia.

Por que com ele?

Por que para ele.

Já não era suficiente que ele tivesse sonhado durante todos aqueles anos?

Já não era suficiente que ele tivesse se martirizado pensando no que teria acontecido se ele tivesse agido diferente.

Pensando se seu amigo estaria vivo se ele tivesse tentado.

A culpa era dele, ele sabia que era.

Ele o deixou morrer.

Mas a falta que ele fazia não era castigo suficiente?

Louis estava absorto, o choro incontrolável cheio de soluços já havia passado, mas lágrimas quentes continuavam a descer de seus olhos.

A morte dói.

E o que as pessoas dizem sobre passar com o tempo, é mentira.

Como qualquer outra coisa ruim o luto é deixado de lado por um tempo, você tenta viver com ele, e você quase esquece que ele existe dentro de você.

Mas basta uma lembrança, ás vezes só uma simples coincidência que te faz lembrar que a morte existe e que você não passa de um hospedeiro para o parasita que o luto é.

Então a dor volta.

Era um ciclo vicioso.

Disseram para Louis que doía porque ele o amava.

Mas isso só tornava tudo pior.

Porque se Louis o amava, por que ele não disse para ele ficar? Por que deixou que ele fosse naquela noite para nunca mais voltar?

Louis sabia que não o amava.

O amor não existia.

Era uma ilusão.

Ele só se culpava demais.

Ele soube disso da primeira vez que sonhou com ele.

E em todas as outras noites em que o sonho se repetiu.

Era sempre o mesmo.

Eles estavam num lugar bonito, era verão e a grama estava fresca e alta.

E as roupas deles eram estranhas.

Quase como se eles tivessem saído de outro tempo.

Louis lembra que sempre passava um dia inteiro com ele.

Love Don't Break MeWhere stories live. Discover now