Capítulo 23

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Quando Harry abriu os olhos outra vez o dia já havia amanhecido, há muito tempo provavelmente se ele fosse se basear pela luz do sol que tinha invadido o quarto todo.

Ótimo! Aquilo significava que com toda certeza não haveria neve em lugar nenhum, apesar de ainda estar frio demais seria definitivamente um bom primeiro dia do ano.

Louis tinha levantado há pelo menos vinte minutos e sussurrado para um Harry meio grogue que faria café da manhã.

Mas ele havia aberto não só as cortinas como as janelas da sacada, e Harry resolveu levantar não apenas pela luz forte que estava incomodando seus olhos por trás de suas pálpebras, mas também por toda a brisa fria que estava deixando até seus dedos dos pés congelados.

Quando seus pés frios tocaram o chão mais frio ainda seu corpo todo se arrepiou, mas Harry achou melhor não adiar levantar por isso foi na ponta dos pés até a sacada para fechar a porta.

Ele suspirou contente quando parou de sentir a brisa fria envolver seu corpo e só naquele instante percebeu que ainda estava nu. Olhou para cama lembrando do que havia acontecido na noite passada e sorriu enquanto andava em direção ao closet de Louis.

Achar um suéter grande o suficiente foi fácil já que Louis parecia ter um amor especial por roupas maiores que o necessário, o tecido do que Harry escolheu passava muito da sua cintura e ele achava que se parecia muito como uma camisa do século XVIII de alguma série que ele tinha assistido.

O cheiro de Louis estava por todos os lados, e Harry estava mais do que feliz por perceber que o reconheceria em qualquer lugar.

Permanecer naquele espaço relativamente pequeno, rodeado por roupas e sapatos não deveria o fazer se sentir tão bem, mas fazia, e por isso Harry não resistiu andar pelo lugar tocando as coisas e talvez até cheirando algumas.

Louis tinha uma coleção de sobretudos e casacos muito bonitos, todos em tons escuros que faziam Harry imaginar o quão elegante ele deveria ficar vestindo um deles.

Ele se interessou por um casaco em particular, que era macio como veludo, e não resistiu tirá-lo do cabide para experimentar.

Ele se sentiu quentinho e aconchegado na roupa, e quando pensou em tirar outro afastou as roupas umas das outras e acabou vendo no fundo do armário um pequeno baú que chamou sua atenção.

Era igualzinho ao que Gemma o tinha dado de presente de Natal, Louis já tinha falado sobre, mas sempre postergava o mostrar.

Harry o pegou com cuidado e sentou no carpete para olhar o que havia dentro. Ele o abriu devagar e passou um pouco impressionado os dedos pela madeira tão bem esculpida.

Tinha uma foto bem em cima de tudo que havia dentro do baú, e Harry sorriu vendo Louis, Bill e Tom abraçarem uma Kat de não mais que doze anos.

Havia outras coisas sobre os três ali, a maioria fotos de quando Kat ainda era criança.

Mas então debaixo de tudo aquilo, havia um bilhete amassado, escrito na caligrafia desleixada de Tom.

"Por que não somos suficientes para você?"

Junto havia um papel bem grosso, com um rabisco de uma possível letra de música.

Aquela, Harry reconheceu, era a letra de Louis.

E ele não sabia se ficava mais surpreso por saber que Louis também gostava de escrever músicas, ou pela letra deprimente que falava sobre como um amor não poderia jamais substituir outro, porque as pessoas são únicas e...

E por isso ninguém, nunca, seria suficiente.

Com o cenho franzido ele continuou a encarar o papel, até que o pôs de lado e voltou a olhar para dentro do baú.

Love Don't Break MeWhere stories live. Discover now