Harry nunca esqueceu, mas com o tempo tudo parou de doer.
Tinha algo incrivelmente adorável sobre o amor, ele não o machucava, de modo algum, pelo contrário, ele estava constantemente o consertando e o renovando.
Nos primeiros dias, todos suspeitaram que algo estava errado, isso porque Harry simplesmente era um péssimo mentiroso, mas a desculpa da doença de sua avó era boa, e seus pais mantiveram a promessa.
Não importava quem ou o quanto insistissem, eles não contariam o que realmente havia acontecido se Harry não quisesse contar.
E ele não quis, por um longo tempo.
As coisas entre ele e Louis se estagnaram por algumas semanas, nada de amassos ou beijos longos demais.
E o pior de tudo era que Louis parecia agradecido.
No dia primeiro de fevereiro, exatos trinta dias depois, foi quando as coisas começaram a ser superadas.
Harry estava mantendo contato com os pais de Gemma, esses que nunca aprovaram o comportamento da filha e garantiram que só queriam o conhecer porque enfim não podiam negar o quão emocionante era ver seu rosto, mas que eles tinham absoluta consciência de que eles não eram a mesma pessoa.
Seus pais não gostavam muito daquilo, mas Harry havia descoberto que tentar fingir totalmente que nada nunca havia acontecido e que ele não sabia de nada era um erro.
Fazia toda a situação e todos os sentimentos sobre aquilo se amontoarem dentro de si, o sufocando. Então Harry sabia que o melhor era se livrar deles; e enfrentar tudo ao invés de fugir era um ótimo jeito de superar.
Então Louis ficar cabisbaixo durante aquele dia fez sentido quando Robin disse ser o dia do aniversário de seu falecido filho.
Harry só queria tentar o distrair, dar algo para Louis lembrar naquele dia ao invés de se lamentar sobre a morte de alguém que, Harry ainda desconfiava, ele se culpava.
Então ele o chupou, e foi mais engraçado do que qualquer outra coisa.
Porque Harry ainda era um adolescente entusiasmado demais que nunca havia feito aquilo, e o vocabulário de Louis havia sido reduzido para quatro simples palavras.
"Eu te amo porra"
Então sim, era engraçado, e era ótimo que eles pudessem rir sobre aquilo.
E de um jeito quase mágico, que só o amor consegue fazer, os dois naquele dia começaram a lentamente superar suas angústias.
Louis percebeu naquele dia, que aquela era a primeira vez naquele ano que ele estava lembrando de seu amigo, porque ele estaria fazendo aniversário se estivesse vivo, e era normal sentir saudade.
Ao contrário de todos os outros anos desde que ele havia partido, em que Louis tinha ficado o mês de janeiro inteiro se lamentando e se culpando por algo que não havia sido culpa dele e que ele jamais poderia mudar.
Harry, seu Harry, seu novo Harry, havia ocupado sua mente, e no dia seguinte, Louis não chorou.
Faziam dezessete anos que seu amigo havia morrido, e por mais que um amor não substituísse outro, seu coração estava preenchido demais com paixão; a saudade não era mais tudo dentro dele, era apenas uma mancha natural que o tempo e a distancia traziam.
Harry havia pensado muito sobre tudo aquilo, sobre Louis se culpar pela morte de alguém, sobre ele ser fisicamente igual a esse alguém, mas ele havia pensado principalmente sobre o que Gemma havia feito questão de o relembrar.
Louis era vinte anos mais velho que ele.
Harry demorou para entender o que ela realmente queria dizer com aquilo, no começo ele havia pensado que ela estava apenas condenando de um jeito preconceituoso a diferença de idade entre os dois, mas depois pensando melhor Harry entendeu.
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Love Don't Break Me
FanfictionLouis nunca teve fé. Sempre cético até sobre si mesmo, ele sempre se manteve descrente; nunca acreditou em reencarnação, muito menos em segundas chances. Mas após passar quase dezessete anos se culpando pela morte trágica e prematura de um de seus m...