Yanni é a filha mais velha entre três meninas. Com seus dezessete anos o seu único sonho é passar oficialmente para o time de futebol da sua futura universidade.
O grande problema é ser filha de pais extremamente religiosos que colocam sempre em ri...
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Quando nos deitamos em seu quarto, eu havia ficado com a sua cama de baixo. Era um beliche de chão, não daqueles que se é necessário ficar tão em cima. Lola ligou a televisão em um documentário sobre futebol feminino, ela tinha o hábito de assistir bastante.
Sua mãe havia passado no mercado logo após seu trabalho e aproveitou o momento para encher a cestinha de besteiras. Haviam salgadinhos, chocolates e balinhas diversas, além do refrigerante que já estavam em nossos copos coloridos da coleção de Lola.
— Estava pensando... se sua carta não chegar, como serão as coisas com Bryan? — Perguntou vidrada na televisão.
— Nós não temos nada. — Respondi dando de ombros. — Apesar de termos nos encontrado e conversado algumas vezes por mensagens e tudo que aconteceu na universidade, não existe nada para ser cobrado.
— Mas vocês se gostam. — Falou como se fosse óbvio. — Acredito que apesar da distância vocês conseguiriam ficar juntos, afinal, a família dele mora aqui.
Não estava no meu melhor dia para falar sobre Bryan. Algo dentro de mim estava procurando se afastar pela negatividade que se passava pela minha cabeça em não entrar na universidade.
Apesar de ter tido uma alta conexão com ele desde o momento que o vi dentro do campo de futebol, e o fato de ter vindo me visitar quando na verdade poderia estar fazendo qualquer outra coisa e principalmente por ter me levado até a sua casa.
— Acho que você vai conseguir. — Falou persistente.
— Obrigada. — Agradeci.
Quando o documentário acabou, avistei Lola acomodada em sua cama grudada ao seu travesseiro. Seus olhos já estavam fechados e o seu suspiro estava alto, era claro que estava embalada em seu sono.
Recolhi tudo que estava em cima da sua cama e da minha e os deixei sobre a pequena cômoda de seu quarto.
Desliguei a televisão na tentativa de não fazer muito barulho para não acorda-la.
Fechei meus olhos e apertei a coberta quentinha que Lola havia separado para mim em seu quarto. Talvez eles estivessem com os climatizadores ligados, porque o local estava bem mais aquecido do que o normal dentro das casas.
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