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Embora fosse divertido e diferente repousar pelo campus durante aqueles dias antes das aulas começarem, havia prometido para papai que retornaria para o fim de semana

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Embora fosse divertido e diferente repousar pelo campus durante aqueles dias antes das aulas começarem, havia prometido para papai que retornaria para o fim de semana. Embora não estivesse com muita vontade de me afastar da minha mais nova amiga, de Bryan e das loucuras de Luke e Selena.

Aos poucos acredito que Selena passou a se acostumar com a minha presença todas as noites no quarto dos meninos, quer dizer, dos quatro dias que estive ali eles voltaram apenas uma vez para trazer alguns uniformes novos de futebol que deixaram guardados em seu quarto e em seguida voltaram para as suas casas.

— Não sei o que farei sem você aqui. — Alexia comentou preocupada enquanto me via arrumar uma pequena bolsa para pegar o ônibus.

— Se você quiser pode ir comigo, sei lá. — Dei de ombros a vendo me olhar com os olhos pidões que eu havia descoberto que fazia sempre que queria algo.

— Faria isso por mim? Acha que seu pai não se importaria? — Perguntou já segurando uma pequena mochila empolgada.

— Tenho certeza que não teria problema. — Respondi sem certeza no que havia dito.

Ela sorriu animada e não contestou mais minha fala. Em vez disso arrumou o mais rápido possível sua mochila com algumas mudas de roupa para irmos.

Enquanto ela se arrumava — ainda tínhamos uma hora até o ônibus sair —, resolvi correr até o quarto de Bryan e me certificar que tudo estava bem. Ele estava em seu computador como de costume, me olhou atento assim que adentrei seu quarto.

Seus olhos percorreram meu corpo até meus pés se certificando que eu já estava pronta para partir.

— Ah. — Suspirou alto. — Minha alimentadora está indo embora.

Eu ri com seu drama e me direcionei até ele que colocou o computador de lado para me receber em seu colo.

— Sentirei muita saudade. — Cochichou em meu ouvido.

— Não faça muito esforço com esse pé. — Falei autoritária.

Embora eu estivesse ali em seu colo e a poucos minutos de partir, mesmo sabendo que passaria apenas dois dias fora e já retornaria, algo no meu coração dizia que eu não deveria pegar aquele ônibus.

Talvez fosse a saudade antecipada que já estava começando a sentir. Não fora bom os dias que fiquei longe de Bryan, passar o tempo sem notícias suas era arrasador e era o que parecia que iria acontecer.

— Você não pretende ficar muito tempo fora, né? — Seus olhos agora pareciam tristes ou talvez fosse somente uma tentativa de me fazer dizer que logo voltaria.

— Apenas esse final de semana. — Respondi. — Ainda tenho muito o que organizar por aqui.

Uma parte de mim estava com medo de ir embora. Mesmo que fossem apenas dois dias, ainda existia uma parte do meu cérebro que pensava em mamãe e na possível volta para casa.

Será que quando eu retornasse ela estaria lá? As meninas evitavam falar sobre isso, papai também. Se ela estivesse lá as coisas teriam mudado? Ela havia de modificado com os acontecimentos? Estaria brava comigo? Estariam eles recomeçando sem mim? A filha que resolveu "sair de casa" e acabar com os planos dela?

Não queria pensar negativo em relação a ela, não queria ter esse sentimento de amargura e insegurança, mas era isso que meu coração sentia, fazendo com que minha cabeça não parasse um segundo sequer de pensar.

Eu e Alexia tivemos que correr até a rodoviária que ficava logo ali do lado para embarcarmos no ônibus, infelizmente por conta da bagunça quase perdemos o horário. Havíamos arrumado apenas duas mochilas para passarmos os dois dias lá.

— Estou com medo. — Alexia afirmou enquanto roía suas unhas. — E se eles não gostarem de mim?

— Por que não irão gostar? — Perguntei e levantei todas as opções de gostarem dela, minhas irmãs a adorariam e para papai quem sabe fosse indiferente.

Durante o caminho aproveitei para mandar mensagem para Lola avisando que eu estaria na cidade caso ela quisesse me visitar ou marcarmos algo para fazer por lá. Ficar longe da minha melhor amiga não era fácil, mesmo tendo feito novas amizades na universidade.

Enquanto o tempo passava, eu e Alexia conversávamos sobre nossas expectativas referente a universidade.

O caminho já não era muito longo, e ainda com a presença da minha companheira de quarto, ficou ainda mais rápido passar o tempo conversando. Quando chegamos, combinamos que papai me buscaria na rodoviária.

Papai estava sozinho no carro, os olhos fechados, cabeça encostada levantada no banco do carro, dois toques em sua janela foram necessários para que ele sentisse a minha presença ali.

— Entrem, por favor! — Foi o que ele disse ao ver que eu estava acompanhada.

— Pai, essa é a Alexia, minha colega de quarto. — Iniciei a apresentação. — Espero que não se importe de ela ter vindo junto, não gostaria que ficasse sozinha pelo campus.

— Prazer, senhor. — Ela disse do banco de trás. — Espero não estar incomodando.

Papai balançou a cabeça negativamente.

— Capaz. — Falou. — Mas já vai se preparando, sua mãe está em casa.

A sua última frase me acertou como um tiro. Apesar de estar me preparando para revê-la, não esperava que ela já estaria por ali.

Não sabia exatamente o que dizer. Não sabia como reagir. Ela estava melhor?

— Devo me preocupar com alguma coisa? — Perguntei para papai durante o caminho.

— Não exatamente. — Respondeu. — Ela não está falando muito desde que chegou.

Isso só fez com que a minha preocupação aumentasse ainda mais. Pode ser que estivesse guardando as palavras para quando eu chegasse.

Fizemos o restante do trajeto até em casa, contando um pouco mais sobre a organização de nosso quarto. De como estávamos adiantadas e que em poucos dias tudo estaria exatamente em seu devido lugar.

Quando chegamos em casa e papai estacionou na garagem, meus pés continuaram no chão do carro, cravados, como se eu não tivesse domínio sobre as minhas pernas.

— Ei! Você não vem? — Alexia me chamou, quando papai já estava quase adentrando nossa casa.

Respirei fundo e abri a porta do carro, tomando toda a coragem do mundo para que meu retorno em casa fosse bem recebido.

Jeannine e Athany estavam na porta me aguardando entrar. Sorridentes e receptivas como sempre, não poderia esperar outra coisa, se não um abraço caloroso entre irmãs. Assim que nos despertamos daquele clima afetivo familiar, houve uma brecha para que eu pudesse apresentar minha amiga que estava toda sem graça ao meu lado.

Ouvi vozes vindas da cozinha, o que presumi ser papai e mamãe conversando.

Talvez uma parte de mim esperasse que ela estivesse melhor, ou que fingisse demonstrar alguma melhoria. Mas mamãe não estava bem, os cotovelos apoiados na mesa, as mãos segurando seu queixo e o olhar baixo e longe. Era como se ela não estivesse ali.

Assim que seus olhos encontraram os meus, procurei por um pouco de saudade ou amor, mas não consegui enxergar nada.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 19, 2022 ⏰

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