46° Sob a Chuva, Onde se Lamenta.

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Hoje, dia 4 de novembro, às dez da manhã, momento que ele, Murilo, percebeu a burrada que ambos fizeram. Desperdiçaram algo incrível. Os dois se sentem iguais, sujos pelo que disseram, com o coração magoado.

Eles trocaram juras de amor, fizeram promessas frente a frente, só para eles, havia apenas duas testemunhas, que na verdade contam como uma só. Seus corações que, anteriormente, se conectavam, agora, mesmo com um resquício da ligação que tiveram, só restaram memórias. Para ele... A memória, dolorida, muita dolorida, de abandonar sua amada. Ela aos pés da escada, chorando, seus gritos eram gemidos de dor, as mesmas frases, pedidos de desculpa, sussurros de arrependimento. E ele, ele subiu as escadas, enquanto seu coração pesava de vê-la de tal forma, pois, ele sentia que a fez sofrer, por não ser quem havia prometido, por fazê-la passar pela mesma dor cruel, de novo.

-Merda! -Gritou com uma voz de um homem amargurado, o que realmente se tornou, e junto a isso, arremessou a primeira coisa a seu alcance. Uma caixinha de veludo em tom azul escuro. -O que eu fiz? -Perguntou a si mesmo com desespero aparente. Ele acabará de jogar, literalmente, pela janela, sua chance de, talvez, reconquistá-la. -O anel!

Sim, um anel, seu plano era para que assim que chegasse em casa, pudesse, enfim, tornar esses votos públicos, mostrar aos outros como se amam, colocar no papel, no dedo, em fotos e vídeos, e principalmente, fixar em seus corações.

Ele correu, o mais rápido que pode, desceu e foi até a área externa, jardim/parquinho, região onde a caixinha parecia ter caído.

Ele saiu de moletom preto com o capuz na cabeça, e uma calça também de moletom, foi aí, sua desgraça só aumentou. Uma forte chuva começou, o que a semanas vinha acontecendo.

-Ahn! Droga! -Começou a gritar, todos ouviam, nem o alto e tempestuoso som da chuva cobria sua voz. -Chuva? Sério? Tem como piorar? Não...! Eu já fiz a pior coisa possível. Por que não fiz diferente? Era só dizer tudo que você sentia, você a amava, a ama, e agora? Agora você está gritando com a chuva. Eu mereço tudo isso. Isso é por todas as lagrimas que fiz ela derramar naqueles dias. -Tirou sua blusa de frio e revoltado com si próprio a jogou na poça d'água, ele chorava, estava incontrolável. -Me desculpa. -Se joga de joelhos. -Eu nunca te mereci, a fiz sofrer, era só ir e pedir desculpas, evitar todo aquele transtorno, ainda dava. Eu sou um idiota. -A cada grito mais pessoas saiam, ficavam no hall do prédio, e por uma porta de vidro aberta, viam e ouviam tudo. E em suas sacadas, mesmo chovendo, todos começavam a gravá-lo. -Eu, provavelmente, nunca a terei de volta. Cada erro meu, espelhou nossas vidas, ou seja, estou me lamentando para a chuva, quando na verdade deveria ir até lá, pedir desculpas. -Pois a mão sobre o rosto e sussurrou para si mesmo. -Idiota, hipócrita, canalha, cretino, descarado, me caem bem, ela disse certo.

POV Murilo.

Pareço uma criança. Eu devia ir até lá, me desculpar, mas estou chorando, desesperado, sob a chuva, só ela pode camuflar minhas lágrimas, mas minhas dores não, eu a fiz sofrer, arcarei com as consequências. Me levantei, peguei a blusa encharcada e ao me virar para a entrada. Vi várias pessoas, celulares "a posto", expressões de incompreensão, risadas e no fundo...

Continua...

Diga aí, o que estão achando? O que acham que aconteceu? Por favor, amo ver o que vocês dizem. A não esqueçam de votar, é só clicar na estrelinha. 

Não me matem, desculpa. Olha, amanhã tem mais... Bom, tchau Coxinhas.


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