Capítulo 47

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Fernanda

O filhote tinha uma fita cor de rosa amarrada no pescoço. Clara chorou emocionada pegando a cachorrinha no colo e só pensei como seria quando voltássemos para casa. Apesar de ter um quintal espaçoso, aquela raça precisava de muito espaço, era um cão para lida e proteção. Deixei os pensamentos de lado me aproximando.

- Você está chorando, filha?! - Perguntei abaixando ao seu lado.

- Esse é o melhor aniversário da minha vida. Eu sempre sonhei com um cachorro, Nanda. - Respondeu emocionada e todos nós nos entre olhamos sorrindo.

Clara ficou brincando com a cachorrinha e conseguimos enrolar até próximo à hora do almoço. A chamei e subimos para o quarto, iríamos tomar um banho e nos prepararmos para a festa. Após o banho e escolhermos uma roupa confortável, tentei ganhar tempo com os outros presentes enquanto as pessoas se acomodavam onde seria a festa para o seu aniversário.

Comprei algumas coisas que eu sabia que ela queria. Uma boneca, um quebra cabeça das princesas, pijamas e umas roupinhas cowtry, todas as roupas no estilo mãe e filha. Já faz tempo que eu queria comprar roupas iguais para nós, porque desde o primeiro dia que nos conhecemos Clara gosta de vestir parecida comigo. Era para ser algo divertido entre nós, os cafés da manhã especiais de sábado e nós três vestido com pijamas iguais.
É claro que também comprei para Raul.

E enquanto explicava a ela a minha intenção e como seria legal nos vestirmos iguais, Clara se emocionou e começou a chorar.

- O que foi princesa?

- Eu fiz um pedido antes de soprar a minha vela. - Ela disse baixinho, com a cabeça baixa como se estivesse envergonhada. E aquilo me deixou alerta.

- Tudo bem, meu amor, todos nós fazemos pedidos no dia do nosso aniversário. - Expliquei e ela olhou-me com os olhinhos brilhando com lágrimas.

- Eu posso te contar o que eu pedi?

- Claro que sim, mas só se você quiser. - Ela olhou para as mãozinhas envergonhada e sussurrou:

- Eu pedi que você fosse minha mãe.

Imediatamente foi como se tudo, tudo que eu vivi, a minha vida toda, eu passei esperando por aquele momento. Ver Clara bem e saudável após o transplante, a maneira como, tão intensamente, eu me envolvi com Raul e principalmente com ela. Tudo fez sentido. Era ela que eu buscava, era por ela que eu esperei, aquele algo que eu sentia e não tinha explicação, sempre foi ela. Sem perceber eu comecei a chorar, a puxei para o meu colo e a apertei forte.

- Você já é minha filha e será uma honra ser sua mãe. Eu amo você, Clara. - Ela passou as perninhas ao redor da minha cintura e me encarou.

- Você está chorando! - Secou as minhas lágrimas com as suas mãos e chorei ainda mais.

- Sim. - Solucei. - Mas é de felicidade, porque eu sou muito feliz por ter uma filha como você. Eu vou estar para sempre do seu lado. Você é minha filha.

- E você a minha mamãe. - Ela sorriu e não aguentei. Comecei a sorrir e chorar ao mesmo tempo.

- Eu sou a sua mamãe. - Afirmei com a certeza de que eu seria e faria tudo para ser a melhor mãe do mundo.

Nos abraçamos por um longo momento, ela ficou quietinha no meu colo, com a cabeça deitada no meu ombro e eu acariciando suas costas.

- Posso te chamar de mamãe? - Ela perguntou baixinho e apertei um pouquinho mais forte.

- Eu adoraria.

Eu faria tudo por ela, um transplante é pouco demais diante do que sou capaz, se necessário darei a minha vida pela minha filha.

Laços de Amor (CONCLUÍDA)Kde žijí příběhy. Začni objevovat