Capítulo 2

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ALFHEIM

Feudan andava de um lado para o outro no grande palácio élfico. O motivo disso? Seu rei, Aranion, havia falecido sem deixar herdeiros ou qualquer outro com capacidade para reinar sobre Alfheim. Porém deixou para Feudan, seu fiel general, a missão de buscar alguém digno o bastante para tal posição e alertou-lhe que tal ser não se encontrava no reino élfico.

Feudan estava aflito e confuso, nunca havia sentido tais emoções. Alfheim era um lugar pacifico, sem guerras ou coisas do tipo. O reino era um verdadeiro País das Maravilhas. Suas árvores eram altas e robustas, suas flores exalavam o perfume mais doce que suas narinas poderiam experimentar. E seus habitantes, os Álfar, eram criaturas belíssimas desprovidas de maldade e egoísmo.

Mas, como todo reino, Alfheim precisava de um rei para governar.

Feudan fora até a biblioteca Real falar com seu amigo Hara, responsável pelos cuidados com os manuscritos antigos e documentos reais.

Feudan adentrou a biblioteca sem nenhuma cerimônia, encontrando o bibliotecário guardando alguns pergaminhos.

— Hara, meu amigo. Preciso falar com você.

— O que passa?

— Aranion em seu leito de morte mencionou que o próximo governante de Alfheim não está nos limites do reino. Sabe de algo a respeito?

— Há algo nos registros que eu vira há muito. Talvez ajude.

Hara pegou um manuscrito empoeirado de uma prateleira alta e o colocou sobre uma mesa de pedra, esticando para que ambos pudessem ver o que estava escrito.

— Há muitas eras atrás, nosso querido rei falecido, previra sua morte. Ele e Odin, apesar do contato escasso, eram aliados e Aranion usou essa aliança para garantir que Alfheim tivesse um descendente de sua linhagem. Porém, o governante da Cidade Dourada não era bobo, e não faria um acordo sem ganhar algo em troca. Odin também sabia do futuro que Asgard aguardava.

Hara mostrou a ilustração do que seria o Ragnarok.

— Ambos os reinos ficariam sem seus governantes legítimos. Digo, aqueles que possuem alma ou sangue descendentes dos reis anteriores. Então, houve um acordo — Hara mostrou-lhe o desenho do que seria um aperto de mãos entre Odin e Aranion — Aranion precisava de um filho que governasse Alfheim com sabedoria e gentileza e Odin, precisava de um herdeiro que fosse forte e destemido para governar Asgard após o Ragnarok.

— E o que consiste esse acordo? — Indagou Feudan.

Hara pegou outro pergaminho. Nele, havia uma imagem de Frigga, mãe de Thor.

— Está é Frigga, Rainha de Asgard e esposa de Odin. Ela foi a responsável para que o acordo acontecesse. Durante um ritual poderoso abaixo de uma lua de sangue, Frigga e suas assistentes pegou um pouco da essência de Odin e Aranion, juntou as duas e as converteu em luz, transformando ambas as energias em uma única alma.

— Impossível!

— Infelizmente não, meu amigo. Tal feitiço quase matou a Rainha e a mesma teve de lidar com o aprisionamento da Alma sozinha, pois suas assistentes não aguentaram tamanho poder que aquele feitiço precisou.

— Então, a alma está presa?

— Não mais. Ouvi boatos de que ela está em Midgard, pronta para nascer.

— Um descendente de Aranion não deveriam estar num mundo subdesenvolvido como Midgard.

— Concordo, meu amigo. Mas é lá que se encontra Nova Asgard, o pouco de reino sobrevivente do Ragnarok.

— Asgard se refugiu em Midgard? Por que não aqui? Ou Vanaheim?

— Talvez deva perguntar a Thor, filho de Odin.

Feudan observou o pergaminho, arquitetando um plano em sua mente.

— Irei reunir os mais bravos elfos de Alfheim e partiremos pela manhã rumo a Midgard. O novo governante não vai ficar entre esses meros mortais.

Spider-Gwen VII: The Bloody HuntWhere stories live. Discover now