Capítulo 8

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Durante a madrugada, enquanto os heróis dormiam, três criaturas espreitavam pela janela. Eles observaram cada um deles cair em um sono profundo, enquanto criavam algum plano envolvendo magia. Feudan, apesar de ter arquitetado quase 90% do plano, ainda assim, olhava com compaixão para seu alvo: Gwen Stacy. Ele não queria interferir em sua linha do tempo, mas Alfheim precisava de um rei legitimo.

— Meu senhor? — Um de seus servos chamou sua atenção — Está tudo pronto. É só o senhor dizer, que iniciaremos a retirada do bebê.

Feudan contorceu seu lábio em uma linha reta, tomando coragem. Ele pegou um punhado de Pó do Sono, que administrado na quantidade errada, poderia deixar o individuo em um coma eterno; e adentrou pela janela aberta que dava acesso ao quarto do casal. Ele assoprou um pouco no rosto de Peter e viu o rapaz começar a respirar mais lentamente. Porém, sua esposa ao lado estava um pouco inquieta. Seu sentido aranha, mesmo com sua dona adormecida, ainda era bem atento aos perigos externos; e estava tentando acordá-la. Feudan fora rapidamente para o seu lado da cama e assoprou-lhe o restante do pó em seu rosto. Gwen ficou imóvel, como que num sono muito profundo.

Aron, o Médico Real, se aproximou do corpo adormecido de Gwen e o scanneou com um dispositivo preso ao seu braço esquerdo. O resulto físico e neurológico saiu na hora. Aron tinha péssimas notícias. 

— Senhor, os níveis de serotonina e dopamina estão muito baixos. Balder está experimentando um nível muito alto de tristeza. — Ele olhou diretamente para seu senhor — Ele está passando pelo luto também.

— Eles perderam um ente querido hoje. — Justificou Feudan.

— É compreensível, mas isto não está fazendo bem ao bebê. Devemos prosseguir?

Feudan olhava com atenção para Gwen. Apesar de não pertencer ao seu povo, Feudan a achava muito bonita e se perguntou como a mesma seria quando não estava num sono profundo. Seus lábios se apertaram novamente quando imaginou o que seria o afastamento dela de seu bebê. Gwen ficaria arrasada, mas como moradora de um mundo considerado subdesenvolvido pelos Álfar, ela não poderia fazer nada para impedir que seu filho tomasse posse de Alfheim. Feudan se tranquilizou com esse pensamento.

— Não vamos tirar-lhe o filho por agora. Deixamos que nasça, será melhor para ambos. — Disse o General Álfar. — Diga aos nossos melhores feiticeiros que fiquem preparados. 

— Como quiser, senhor.

Aron e os outros saíram do quarto de Gwen, seguidos por um Feudan pensativo. Ele queria mesmo fazer aquilo?

O general lembrou dos últimos momentos ao lado de seu rei, pensando em suas últimas palavras. Aranion dizia com uma voz fraca o quanto se sentia amedrontado com a ideia de não ter tido herdeiros para ocupar seu lugar, mas que gostaria que Feudan assumisse, mesmo sendo proibido.

— Meu filho — Como Aranion costumava o chamar — Sinto por não poder continuar ao seu lado, mas saiba que você fora como um filho que nunca tive.

— Obrigado, senhor. — Sorriu fracamente o general — Poupe suas forças, o senhor está muito fraco.

— Eu tenho uma última missão a você...

Feudan estranhou.

— Pode falar, senhor.

— Por mais autoridade que eu tenha sobre este reino, ainda assim, não possuo poder para alterar as leis antigas. Você seria a escolha perfeita para ocupar o trono... Porém... Há alguém digno o suficiente para tal feito.

— Eu não entendo, majestade. Como alguém que não possui laços sanguíneos com o senhor poderia ocupar o trono? O senhor, por acaso, tem um filho bastardo?

Aranion não respondeu. Tossiu um pouco e fechou os olhos pelo cansaço.

Feudan ficava mais aflito sem respostas.

— Vá para Midgard... Encontre ele...

— Quem?

Feudan sentiu a respiração de seu rei ficar cada vez mais fraca, até que parou por completo. Aranion parecia estar num sono profundo, mas Feudan sabia que não era isso. Naquele momento ele era o que Alfheim tinha de mais próximo de um líder. 

— Vou trazê-lo para casa, senhor. — Prometeu baixinho.

Spider-Gwen VII: The Bloody HuntWhere stories live. Discover now