Capítulo 10

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Mais tarde naquela mesma noite, três criaturas adentraram no palácio completamente adormecido. Feudan e mais dois soldados Álfar passaram despercebidos pelos guardas, mas não para o olhar atento de Loki. O Asgardiano acompanhou os guerreiros até o quarto onde Peter e Gwen dormiam, enquanto elaborava um plano para proteger Lukas dos invasores. Ele fez aparecer uma adaga em sua mão, mas não atacou por ouvir algo interessante de Feudan e seus soldados:

— Aquele mago logo vai despertar, então temos que ser rápidos. Assim que chegarmos em Alfheim, podem começar os procedimentos com Balder. — Cochichou Feudan.

— Sim, meu senhor. — Respondeu um dos guardas, jogando Pó do Sono nos dois heróis adormecidos.

Feudan se aproximou de Gwen e tirou Lukas de seus braços com muito cuidado. Lukas começou a chorar, mas acalmou-se quando Feudan cantou uma música nativa de Alfheim. Loki surpreendeu-se, pois até aquele momento achava que apenas as músicas asgardianas tinham esse efeito no bebê.

Seus olhos percorreram o quarto todo. Desde Gwen em um sono profundo, até Feudan sair com Lukas em seus braços. Apesar de poder atacar aqueles três soldados e ainda garantir a segurança de Lukas, Loki decidiu-se manter neutro, pois em sua cabeça aquilo tudo seria importante para o casal. Mais ainda para Gwen. Loki sabia de uma verdade que mais ninguém sabia, nem a própria Gwen Stacy: sua existência não pertencia àquele universo ou qualquer outro. E mesmo que tivesse sido, seu evento canônico não deveria ter sido cancelado por aquela aranha radioativa.

Gwen Stacy como Mulher-Aranha não deveria existir. E, após a morte do Capitão da Polícia, a mesma deveria morrer também. Assim como em cada multiverso.

Loki sabia disso. Era só questão de tempo até que a ramificação daquele Universo começasse a se desintegrar. E sabia que o único que estava cuidando para que isso não acontecesse, nesse eaxto momento, estava sem seu artefato mais valioso: o Olho de Agamotto. A questão era... Quanto tempo os Álfar demorariam para conseguir o que queriam? E quanto tempo levaria para Gwen Stacy chegar até Alfheim procurando seu neném?

Apesar de não admitir, Loki adorava um caos e Gwen Stacy enfurecida lhe seria útil.

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DIA SEGUINTE...

O palácio todo acordara com os gritos de Gwen.

— Cadê o meu bebê?!

Valquíria indagava aos guardas sobre alguma aparição incomum na noite passada, enquanto Peter tentava acalmar sua esposa. 

— Vocês nos garantiram que estaríamos seguros aqui e agora... O meu filho sumiu! — Gwen berrava aos prantos.

— E, é — Respondeu Valquíria — Eu não entendo como podem ter passado pelos guardas. Vocês têm certeza de que não viram nada?

— Não, senhora. Estava tudo calmo como sempre. — Respondeu um deles.

Thor saiu um pouco desnorteado do palácio. Não queria pensar que tivesse sido os Álfar a fazerem isso, mas sua intuição lhe dizia que eles eram os responsáveis.

Loki aproveitou o momento em que Peter deixara Gwen sozinha para falar com Valquíria e trancou-se no quarto com ela.

Gwen o olhava com ódio, mas não ousou levantar a voz.

— Você me prometeu que o manteria à salvo. — Disse entredentes.

Loki não respondeu. Os olhos de Gwen estavam vermelhos por conta do choro e seus punhos estavam cerrados. Loki conhecia bem aquela sensação: ela queria seu bebê e não importava quem estivesse com ele... Ela o pegaria de volta.

— Você vai ficar aí parado? — Ela sorriu, não como costumava sorrir.

Um sorriso maligno. Loki a olhou decidido.

— Sei onde Lukas está e com quem está. A questão é...  Até onde iria por ele?

Loki colocou um pequeno cilindro no chão, em frente a ela. A gosma simbiótica se remexia com velocidade e força, quase que derrubando o pequeno vidro de lado. Loki notou um brilho estranho nos olhos de Gwen e viu como a garota estava se contendo. Ela só precisava de algumas palavras de incentivo e assim ele as proferiu:

— Ninguém melhor do que você para pegar o Lukas de volta, Stacy. Os responsáveis por tirarem seu filho de você são os Álfar. Feudan está com ele. Mas devo avisar-lhe que não será fácil adentrar nos limites do reino. Por isso, aqui está seu simbionte.

Loki abriu o compartimento. Cookie deslizou lentamente até o pé de Gwen, mas hesitou em tocar-lhe. Sabia que havia algo errado.

— O que me diz, Stacy?

Gwen não respondera. Ela inclinou levemente seu corpo para frente e esticou seu braço, deixando que Cookie adentrasse seu corpo. Suas roupas ficaram completamente negras e seu olhar ficou branco por alguns segundos.

Loki estava satisfeito com seu plano. Simbiontes eram violentos por natureza, mas um hospedeiro cheio de ódio era algo que Loki gostaria de ver. 

Spider-Gwen VII: The Bloody HuntNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ