Capítulo 3

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Chegamos em Nova Asgard ao cair da tarde, quando o sol estava se pondo. A cidade estava bem bonita e movimentada e os cidadãos pareciam felizes. Pude ver como Thor fixou quando chegamos, seu rosto estava mais iluminado. Loki parecia indiferente, embora eu soubesse que estar ali era algo novo para ele.

Thor me levou direto ao "palácio" que nada mais era do que um edifício onde Valquíria permanecia junto com alguns documentos e objetos importantes para a história de Asgard, salvos do Ragnarok. A própria Valquíria nos recebeu junto com Korg, um homem-pedra bem alto.

— 'Tá aí uma coisa que eu jamais cogitaria ver — Ela sorri descrente — Loki em Nova Asgard. Devo me preocupar?

— Sempre. — Respondeu Thor — Acredito que já tenha conhecido Gwen e Peter.

— Claro. E aí, Garota-Aranha? Como vai nosso pequeno príncipe?

— Ah, agora está quieto. É só o Thor abrir a boca que ele fica assim.

— Ele tem um preferido?

Thor ficou sem jeito.

— E o que os trazem aqui? Por acaso, decidiu que ele vai nascer em Nova Asgard? Porque, olha, eu acho uma ótima ideia.

Olhei para Loki, que estava logo atrás de mim.

— Todo mundo quer o meu bebê?

Loki sorriu desviando o olhar. Valquíria estranhou.

— Val, precisamos do diário de minha mãe. Achamos que nele está as respostas sobre Balder.

Fiz outra careta. Nome horrível.

— Tá bom. Mas tem que prometer que tomarão cuidado com ele.

— Te dou minha palavra. — Sorriu Thor.

Valquíria pediu para um de seus homens buscar o livro, enquanto nos sentávamos em uma mesa de jantar. Havia comidas e bebidas a vontade, fato do qual Thor teve o maior prazer em saciar. Ao decorrer do jantar, todos pareciam um pouco mais alegres, pois a bebida já estava fazendo efeito. Exceto por Peter e eu que preferimos saber mais sobre nosso filho. As frases estavam em uma língua que para nós era impossível de compreender, mas Loki nos ajudou com isso.

— Aqui diz que certamente ele herdará alguns traços asgardianos como força e agilidade, mas o mais importante, ele será invulnerável a ataques mágicos, graças a minha mãe Frigga.

— Fico feliz que ele possa se proteger desde cedo. — Suspirei aliviada.  

— Diz também que ele herdará outras características, distintas de sua outra descendência.

— Como assim?

— Me parece que ele é só meio asgardiano.

— A outra parte é humana, não? — Indagou Peter.

Loki parecia pensativo.

— Eu agradeceria se não fizesse essa cara. — Cruzei os braços.

— Perdão — Ele sorri fraco — O garoto deve estar certo. A outra parte deve ser a humana. 

Peter parecia convencido disso.

Loki me entregou o diário e foi para perto de Thor. Peter e eu voltamos nossa atenção a mesa calorosa de jantar.

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(Autora)

Loki aproximou-se de Thor e disse baixo, próximo ao seu ouvido:

— Preciso falar com você.

Thor tentou disfarçar sua curiosidade.

— O que foi?

— Balder... Tem descendência Álfar.

Thor bebeu um pouco de hidromel, tentando mais uma vez disfarçar suas expressões.

— Isso estava no diário de nossa mãe?

— Sim, irmão.

— Isso não me parece um problema. Os Álfar são um povo pacifico.

— Ainda assim acho melhor checar. Fique aqui com eles e não a perca de vista.

Thor deu uma breve olhada para seu irmão. Sua expressão era genuinamente de preocupação para com Gwen e seu bebê. Isso foi suficiente para Thor confiar em seu irmão.

— Está bem, mas leve o Rompe Tormentas com você. Ele te levará direto a Alflheim.

Loki assente, deixando a mesa de jantar discretamente. 

Gwen viu Loki sair de fininho e fez uma expressão de interrogação para Thor, que não fez mais do que sorrir e levantar sua caneca de Hidromel. Gwen devolveu o sorriso e voltou sua atenção para Valquíria, que estava a contar sobre suas batalhas.

Do lado de fora, Loki fora para um lugar mais afastado com o Rompe Tormentas em mãos. Depois de verificar se estava longe o suficiente, Loki cravou o machado no chão e disse da forma mais educada possível que o levasse ate Alfheim. O martelo o fez, abrindo a bifrost. Apesar de já ter visitado o reino antes, Loki sempre se encantava toda vez que adentrava os bosques de Alflheim. Era realmente um lugar paradisíaco.

Mas ele não tinha tempo a perder. Loki foi direto para o palácio, encontrando com dois soldados guardando a entrada. Ambos com espadas em suas bainhas e lanças afiadas em suas mãos.

— Olá, soldados. Sou Loki... de Asgard.

— Sabemos quem é você, filho de Laufey.

— Prefiro que me refiram como filho de Frigga, se possível.

— Como desejar. A que devemos sua presença?

Loki ajeitou sua postura.

— Gostaria de falar com seu soberano. Ou alguém que esteja no comando.

— Nosso rei morreu há alguns dias. Nosso general está em uma missão fora do reino.

Loki estranhou as informações.

— Minhas condolências ao povo de Niflheim pelo seu Rei. Imagino que, como não teve herdeiros, o general tenha ficado no comando. Feudan parece ser a escolha perfeita para o trono.

— De fato, ele é.

Loki sentiu que não conseguiria muita coisa com aqueles soldados, mas ainda queria saber sobre Balder e os Álfar. Perguntou por Hara e imediatamente um dos soldados o levou até a Biblioteca Real. Hara o recebeu bem, embora desconfiava pelo o que o asgardiano viera.

— Há quanto tempo, Loki — Ele sorri — Você está diferente. O que andou fazendo?

— Vou deixar minhas aventuras para um outro momento, meu caro. Vim em busca de informações e espero que possa me ajudar.

— Vamos ver no que posso ser útil. — Ele convida Loki a se sentar com ele.

— Bom, não posso dar muitos detalhes, mas gostaria de saber se o Rei não deixou algum descendente para trás? Um filho bastardo, por exemplo.

— Isso seria impossível. O Rei não podia ter filhos, por isso a ausência de herdeiros ao trono. 

— Ele, em um momento de desespero, poderia ter recorrido a magia.

— Temos os magos mais talentosos de todos os noves reinos, meu amigo, algo do tipo causaria repercussão e ficaríamos sabendo logo.

Loki pensou um pouco no que Hara havia dito. Repercussão... Realmente não houve nenhum tipo de boato a respeito. Aranion confiou apenas nos feiticeiros de Asgard e deixou Alflheim de fora. Mas porquê?

— Além do mais, senhor, Feudan está cuidando de tudo. Nosso reino está mais protegido do que nunca.

— Engraçado você mencionar... Se Feudan está numa missão fora daqui, ele levaria seus melhores soldados consigo, certo? 

— Não está errado, meu amigo. Mas lhe garanto que nosso reino está seguro, pois nossos soldados são muito bem treinados.

Para um reino que não luta, com certeza. Pensou Loki. Ele agradeceu ao bibliotecário e saiu do reino calmamente, com o auxilio do Rompe Tormentas e da bifrost.

Spider-Gwen VII: The Bloody HuntOnde as histórias ganham vida. Descobre agora