𝟐𝟒

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O segundo tempo começa, e com ele, uma pontada de felicidade, e repleta de esperança.

Raphinha marca o primeiro, o primeiro gol pelo Brasil.

Eu fico paralisada, sem acreditar, até que eu vejo a comemoração dele, colocando a bola embaixo da blusa, precisamente em sua barriga, imitando uma gravidez, e a beijando, fazendo um coração.

Ele vem até mim e grita.

─ Eu consegui treinadora, eu consegui!! - Ele diz sorrindo pra mim e segurando minhas mãos.

Eu dou um sorriso, é a única coisa que eu consigo fazer, eu estava sem acreditar.

Uma certa vez me disseram: "A esperança é a última que morre." isso é verdade, eu vou agarrá-la a mim.

A derrota pode está na minha cara, mas eu ainda acreditarei fielmente na esperança.

Os meninos retornam pro jogo.

E a minha felicidade foi momentânea, eu fui completamente bombardeada.
E o fio da esperança que eu prometi agarrar, parece que acabara de escapar facilmente das minhas mãos.

A comemoração do quarto gol estava sendo feita.

A Argentina havia marcado mais um.

E aí eu perco meu controle, caio de joelhos no campo, e dou um grito, eu sabia que ninguém iria perceber, e se percebesse, eu estava pouco ligando.
A Argentina estava comemorando.

Até que alguém percebe.

Amor, oque tá fazendo?! Levanta!! - Diz Martinelli.

Eu estava chorando, ele me ajuda a me sentar no banco de reservas.

Amor, qual é, você não é assim, porque tá desse jeito? - Ele diz limpando minhas lágrimas.

Amor, será que você não percebeu?! A gente perdeu amor, eu destruí o sonho do hexa, eu destruí tudo, a confiança que vocês colocaram em mim!! Tudo! Tudo! Tudo! - Eu digo com as mãos no rosto.

Que porra é essa amor? Como assim você destruiu?! Você que trouxe a gente até aqui, lembra? Não chegamos aqui sozinhos, e nem você também, lembra do que disse hoje? Que a gente não tá sozinho? Então, você também não tá. Essa não é a nossa treinadora, e quero que traga a treinadora do hexa agora, a que não desiste, a que não se rende. Nós sempre acreditamos em você, e jamais deixamos. Eu, Phil, Adenor, todos os outros, o Brasil te ama minha garota, e eu também. Agora me faz o favor de erguer essa cabeça, minha Isadora, por mim, por você, por nós. - Ele diz.

Eu olho para Martinelli, e sussurro algo como um agradecimento, ele me puxa para um beijo na testa.

Olho pra os garotos no campo, eles não pareciam mal com o placar, e agora, justo agora, eu iria cair?

Eu estaria sendo uma hipócrita, pedindo pros outros seguirem oque digo, enquanto eu estava me recusando a seguir.

Amor, tá pronto? Você pode entrar? - Eu pergunto.

─ Posso amor, quando quiser. Tô mais que pronto. - Ele responde.

Eu limpo os restos das lágrimas, olho pras arquibancadas, e vejo Phil e papai.

Eles quando me vêem, colocam a mão no peito, provavelmente eles viram meu ato, e queriam dizer que estão comigo. Eu repito o mesmo ato, e faço a substituição.

𝐓𝐑𝐄𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 𝐃𝐎 𝐇𝐄𝐗𝐀 ─ gabriel martinelli Where stories live. Discover now