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- Eu prometo que assim que eu conseguir um trabalho.. E dinheiro suficiente.. Posso abrir mão e te dar um cachorro.. Mas.. Não agora.

O mesmo suspirou e balança a cabeça em concordância e leva o pastor-alemão para fora.

- Desculpa...

Digo baixinho e ele volta e me abraça de leve, e fecho os olhos.

- Que abraço bom... Quentinho...

Minha voz começa a abaixar, como murmúrios, e acabo por sentir cansaço e não sei o que me deu e apenas... Apago.







Na manhã seguinte, eu acordei cedo desta vez, com o propósito de ajudar Tommy à falar. Peguei um caderno velho de caligrafia que era meu, lápis e borracha, e levei para a sala não o encontrando.

Ele ainda estava dormindo?

Volto para o andar de cima e caminho para o antigo quarto de Jacob. Thomas pareceu não se importar muito pelo fato de eu odiar aquele quarto com todas as minhas forças, mas ele gostava da cama de casal que era meio grande e larga, e mais confortável que a minha.

Bato na porta, não ouço respostas vindo do outro lado da porta mas apenas escuto um som abafado de "alguém" roncando, e decido por abrir a mesma e o ver dormir com o corpo para cima. Observo que sua camisa que está se via um pouco aberta, mostrando um pouco do peito cabeludo dele...

Subo o olhar para sua máscara que ainda me dava arrepios.

O dia havia amanhecido quente, e me pergunto como ele consegue dormir com isso no rosto. Talvez ele não frequenta dormir com ela, e só não quer que eu o veja, caso eu entre no quarto.. Como hoje.

Sua respiração era pesada, além de seu ronco grave que soava pelo quarto, e seus ombros e peito se erguiam a cada minuto que ele puxava o ar.

Thomas era consideravelmente bem forte.

O observar por tempo de mais, me levou ao passado... Em que era só eu e Bubba.

Eu havia saído de casa, assim que recebi algumas visitas em casa. Eram três amigas de minha mãe que também eram nossas vizinhas. Eu não as suportava. Falavam alto mesmo estando próximas à alguém, e suas vozes não eram tão agradáveis. E só sabiam fofocar das vidas alheias da vizinhança.

Eu me afastei e cheguei próximo à floresta e ao grande lago. Estava ao lado de uma casa antiga e grande. Era da família Sawyer.

Todos tinham medo daquela família, principalmente eu, mas eu gostava do lago, e engolia o medo só para ir para lá.

Mas enquanto estava chegando próxima à casa, escuto sons de risos e xingamentos sujos. Me escondi agachada a uma janela e caminhei com cautela até a frente da casa e vejo um pouco afastado, dois garotos já marmanjos, estavam afogando um garoto que se contorcia sobre um barril de madeira.

Calei minha boca com a mão ao quase gritar, ou exclamar algo. Vejo pedras ao meu lado e peguei algumas. Escuto eles o xingar, até de um nome peculiar "Bubba".

Eu não era muito boa em mirar, mas irei fazer um esforço.

- Ei!    - Gritei e joguei pedras grandes, conseguindo acertar só os garotos que me olham.

Eles eram altos, e tinham um brilho meio sombrio e doentio. Engulo em seco.

- Cai fora garota! Não sabia que é proibido pisar nessas terras?!   - Diz o que aparenta ser o mais velho, e tinha um moicano de cabelo espetado.

𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑁𝑎𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 +18 Where stories live. Discover now