XXI

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E então... Iniciamos o nosso dia com Tommy tentando me agradar sem me tocar. Ele trazia flores, e achava pelúcias de dentro do guarda-roupa que não chegamos a abrir, e outra hora trazia frutas em uma vasilha.

Eu me fingia de difícil, negando tudo o que ele fazia.

Bubba bateu o pé me olhando irritado, isso era engraçado.



Semanas depois...

- Droga... Tenho que comprar novas calças...  - Murmuro enquanto me observo no espelho quebrado por alguma razão, e olho para baixo vendo minha barriga meio gordinha.

Olhei a casa vazia. Tommy havia saído pra buscar mantimentos... Eu deveria ter ido com ele... Bom, ele não vai gostar da ideia de eu sair assim que ele chegar, mas.. Eu gosto de me arriscar né?

- Tommy!   - O chamei esboçando meu melhor sorriso doce e alegre. Ele me olhou calado, ia estranhando minha alegria... Parece que vivo depressiva...   - Posso pedir um favor..?

Ele acenou. Parece que não estava com muita vontade pra falar.

- Bom... Preciso ir pra cidade.   - Ele me olhou perplexo e antes de começar a reclamar, o interrompi -  Eu sei que você acabou de voltar.... Eu posso ir! E antes que você pergunte, preciso comprar novas roupas! Minha única calça está ficando apertada e minhas duas bermudas também!

Este entortou a cabeça pra lado totalmente confuso e seu olhar desceu para minha barriga e apenas o vejo revirar os olhos e segurar minha mão acenando com a cabeça.

Ele não ia deixar mesmo.

Sorri satisfeita. Me arrumei enquanto ele ligava o carro e logo saímos; aproveitei para ficar com ele na pequena viagem à cidade, entretanto, era arriscado mas na entrada da cidade, havia um homem vendendo máscaras para algum.. Festival.

Àquilo de alguma forma chamou a atenção de Thomas, afinal, ele não estacionou próximo do homem à toa.

Bubba não desceu do carro, porém fez um desenho torto em um papel e assim que me entregou, decifrei que era a máscara de porco que havia ali. Isso me trouxe lembranças dos irmãos de Tommy...

- Certo... Me espere aqui.   - Digo saindo e indo até o rapaz de barba mal feita, cabelo comprido (e com certeza mal lavado)... Semelhante à um hippie.. Espero que ele não me reconheça -   Er.. Boa tarde.   - Digo o olhando.

- Ah! Olá! Boa!   - Sorriu parecendo animada por alguém aparecer em sua lojinha -  Tá perdida, gata? Tenho um mapa, ou se não estiver, vendo máscaras para o aniversário da cidade!

- Isso! Quero uma máscara! Me vê... Uma cabeça de.. Porco, por favor!

- Er... Ah! Tá falando dessa? - Tirou do gancho e me entrega - Prova aí!

- Ah.. Não precisa!... Poderia também me ver essa de...

Assim que o paguei, voltei para o carro com duas máscaras grandes. Thomas olhou curioso e agarra a máscara de urso e me olhou e apontou para si mesmo.

- Ah vamos! Você tem o tamanho ideal para um urso.. E é forte como um!   - Sorri divertida e olhei a cabeça de porco - ... Isso que me trará traumas.   - Este riu baixo.. Parece que ele até se esqueceu do que seus irmãos faziam...

Respirei fundo e assim coloquei a máscara assim como ele, e Tommy entrou na cidade dirigindo. A cidade estava cheia! Havia diversas barracas sendo montadas, lojas com movimentos, a roda gigante funcionando... Uau! Seria uma grande festa pelo visto!

O bom que já havia pessoas fantasiadas, então não terei tanta vergonha assim... Tommy estacionou e descemos com ele já com a cabeça de urso, e eu pondo a minha máscara que dei graças por não estar fedida.

Senti a forte mão de Bubba segurar a minha, com certeza querendo me proteger do grande número de pessoas. Sorri por baixo da máscara e o guiei para a loja de roupas ali perto.

- Se quiser, pode me esperar aqui fora. Será rápido.. Eu espero.  - Sorri pequeno e ele acenou e ficou.

Entrei vendo mães com crianças e mulheres e jovens sem acompanhantes.

VI algumas bermudas e calças, e peguei algumas camisolas de botões. Provei todas e deu certo; por fim, consegui comprar com um cartão que Thomas havia encontrado por aí, tive que agradecer mentalmente ao dono.

Saí da loja e vejo um policial fazendo perguntas para Bubba, o qual não dizia nada. Meu coração acelera e me posicionei ao lado de Tommy o segurando a mão.

- Esta tudo bem, xerife?  - Percebi de cara o distintivo dourado no peito.

- Só estou querendo saber quem é esse?

- .. Ele não vai responder. Tem problema na fala. Seus lábios são.... Tortos.  - Digo séria -  Sou.. Janet. Posso responder as perguntas, mesmo que estejamos com pressa.

- Janet de..?  - Ele estava escrevendo... Imaginei.

- Janet Briggs.

- .. Nunca ouvi esse sobrenome.

- Sou nova na cidade.  - E antes dele perguntar.. -  Vim pra cuidar da minha avó. E o nome desse grandão é Deniel! Deniel Lincoln! 

- Também nunca ouvi falar, ele também é de fora?

- Sim! Meu primo! Por parte de pai! Por isso a mudança de sobrenome!

- Ah sei como é!.. Bom, estão liberados.

- Obrigada! Vem Deniel.  - Nome que não combinou nadinha com ele.. Deve tá bravo por isso...

Estávamos voltando pra casa, mas Thomas havia parado o carro próximo da floresta, na frente de um portão gigante e provavelmente automático.

- O que..? Que lugar é esse?   - O olhei curiosa e esse apenas observa o portão, e notei uma pequena placa corroída com o tempo, escrita “Residência Dos Sawyer'S”.

No início era uma trilha e ao redor sendo cercada por árvores... Sawyer.....

- ..... Sawyer! É o sobrenome da sua família, é claro!  - O olhei surpresa e fiquei mais curiosa com o que tinha mais no fundo. Uma casa? Chalé? Mansão? Ou um lugar abandonado?

Ele me olhou e concordou com a cabeça.

- Entendi... Quer entrar lá?

E sua resposta.. Foi um..

- Não.  

- Hum.. Então vamos voltar pra casa.  - Acariciei seu braço de leve, e ele me escutou e voltou a dirigir, sendo que fiquei ainda mais curiosa em questão daquele lugar.

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𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑁𝑎𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 +18 Where stories live. Discover now