Sobre a noite passada

Capítulo 35

—Caralho—Falei assim que chegamos no rio, não imaginava que tava sentindo tanta falta daqui—Como é bom voltar pra casa—Falei dando um sorriso.

—Nunca devia ter saído—Rafa disse me tirando do transe, já tinha alguém pra pegar nossas coisas, e nós levarmos pra favela.

—Se você preferir ficar em algum hotel na zona sul, a gente super entende amiga—Isa colocou as coisas da Sofia no carro, que por sinal ainda estava dormindo.

—Para de besteira, não virei nenhuma patricinha não—Falei zombando com dela que me deu língua, o homem ligou o carro seguindo pro morro, tava mas lindo que já era as ruas estavam mais iluminosas, pinturas nas paredes.

—Depois passo na sua casa Isa, vou ajudar a Rafa enquanto ela não ganha o Miguel—Isa concordou indo pra casa dela, Rafa morava em uma mansão linda dentro do morro, minha pretinha e poderosa.

—Sinta se em casa—Disse abrindo a porta, coloquei minhas coisas no quarto de hóspedes.

—Quanto tempo cunhada—Lucas veio me dando um abraço, quando viu a Rafa seus olhos brilharam foi correndo até a mesma dando um selinho em seus lábios, se abaixou dando outro beijo na barriga dela, admiro muito esse casal minha amiga merece toda essa felicidade.

—Continua o mesmo—Falei zombando dele que riu, ficamos trocando papo até ele precisar voltar pra boca—Me conta, como anda as coisas aqui—Falei enquanto eu preparava um misto pra gente.

—Ta até mais calmo depois que o Lucas assumiu, não queria ele nesse mundo amiga, só que decidir apoiar mesmo não aceitando, eu amo esse homem vou  uma família com ele—Falou fazendo carinho na sua barriga, dei um sorriso orgulhosa, as vezes eu fico pensando como seria se eu tivesse uma familia com ele, balanço minha cabeça tirando esses pensamentos.

—Lanche pronto—Entreguei o misto pra ela que logo devorou a bixinha tá comendo por dois, ela queria até pegar o meu, só que com a fome que tava não dei ousadia pra ela.

—Você nunca teve curiosidade pra saber como ele tava?—Perguntou quando ficamos um tempo em silêncio, esse pergunta me pegou em cheio.

—Acho que não, eu só queria que ele estivesse bem só isso que importava—Fazia tanto tempo, que eu não tocava naquele assunto.

—Depois que você foi embora ele nunca foi o mesmo, não saia pra canto nenhum ninguém chegou mais ver a cara dele, sem ser o Lc ou Vt, até um dia ele decidir jogar tudo na mão do Lc e desaparecer, ninguém nunca mais teve notícias dele—Diz terminando de comer, me senti egoísta de nunca ter perguntado sobre ele, será que ele tá vivo, essas pergunta me invadiram.

—Eu tava tão focada em mim, que esqueci dele—Falei um pouco chateada comigo mesmo.

—Paro com isso ele foi muito filho da puta com você, fez certo em tocar sua vida, agora vamos fazer minha mala pra maternidade—Disse empolgada pegando minha mão, lá se foi a tarde toda escolhendo roupa pro Miguel eu achava tudo fofinho, que acabei ficando mais animada que a Rafa.

—Lembrou dos pobres, paulista—Vt disse assim que eu cheguei na casa dela, toda vez que vinha no Rio ele inventava um apelido pra mim, sem sombra de duvida ele sempre odiou eu ter ido pra são paulo.

—Para de caô velho—Falei dando um tapa na cabeça, que começou a dar risada—Cadê a nossa mulher?—Perguntei me referindo a Isa, ele fechou a cara pra mim.

—Sapatona encubada—Falou fingindo tá bravo.

—Dinda—Meu amor desceu as escadas correndo, sua mãe vinha logo atrás gritando pra ela parar de correr.

—Já ta pronta?—Vou levar ela pro shopping, queria um momento com ela.

—Minha mamãe me arrumou—Disse dando uma rodada, elogiei ela de tudo que é possível, sou apaixonada nessa menina.

—Mais tarde trago ela—Falei pegando na mão da Sofia que já tava me puxando pra fora, olhei pro casal que se olhavam, hoje tem.

Peguei um uber que deixou a gente no shopping, íamos no cinema primeiro depois vou comprar uns presentes pra ela.

—Quero pipoca dinda—Pedi uma pipoca junto com refrigerante pra ela, fomos assistir o filme que ia passar "Procurando Nemo", eu amo esse filme claro que ia fazer minha afilhada gostar também.

Sofia tinha amado o filme ficava comentando toda hora, parei na praça de alimentação tinha que alimentar essa mocinha.

—Olha o Titio—Sofia falou enquanto comia, não tava vendo ninguém mas ela insistia que tinha—Era o Titio dinda—Concordei, deve ser coisa de criança.

—Comprou a loja toda pra minha filha Luana?—Trouxe a Sofia pra casa, só que acho que exagerei na quantidade de brinquedos.

—Rafa tá me ligando tenho que ir—Falei saindo rápido dali, não ia esperar pra receber bronca da Isa.