Capítulo 8

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Capítulo 8

Pov. Harry

Quando acordo, percebo que estou em um lugar que eu não reconheço, provavelmente um quarto. Três das quatro paredes são brancas, uma é de um tom cinza claro. Percebo que o quarto tem uma boa iluminação, são umas três lâmpadas de luz branca. Dentro do quarto tem duas portas, uma talvez seja para um closet já que não tem roupeiro pelo quarto e a outra o banheiro. Espero que tenha acertado, não me sinto bem para levantar, então não posso confirmar minhas expectativas.

Eu estou bem confuso, na verdade, em alguns momentos atrás eu estava no shopping com meu melhor amigo e agora estou em um quarto totalmente desconhecido. Estou ficando com dor de cabeça só pelo fato de ter muita coisa branca nesse lugar. A cama é todinha branca, junto com os lençóis e travesseiros. Tem um tapete no chão com pelos, ele é branco. Sem contar as paredes e a luz, as portas também são brancas.

Se essa pessoa, dona da casa, não for apaixonada por branco eu recomendaria um terapeuta, já que isso é um caso sério.

Agora colocando meus pensamentos dos últimos acontecimentos em ordem. Não lembro de muita coisa, só de ver Ron abraçado com dois alfas e chorando? E um alfa lúpus vindo em minha direção. Depois disso minha visão de apagou e só acordei agora.

Será que esse alfa é algo meu? Puta que pariu, os olhos dele estavam dourados quando ele olhou para mim. Eu sou a alma gêmea dele, de um alfa. Justo eu, que não quero ter relacionamento nenhum por toda a minha vida. Sério, não poderiam ter escolhido um ômega melhor para ele?

Talvez tenha sido ele a me sequestrar, não entendo bem os motivos, mas espero que me tratem melhor aqui do que lá em casa. Não sei se posso chamar aquele lugar de lar, então prefiro dizer que é apenas uma casa onde eu durmo.

Eu ainda estou vestindo as roupas que usei para sair com o Ron, então sei que o alfa que me trouxe até aqui não fez nada comigo. Talvez eu deva agradecê-lo por fazer o mínimo. Agora que percebi, nada em mim foi mexido. Até meu cabelo está igual eu arrumei para sair.

Estou coberto com um lençol fino, branco também. Me sinto seguro aqui e nem conheço o dono da casa. Talvez ele seja um assassino que me sequestrou para roubar meus órgãos, ou talvez eu deva parar de assistir a vídeos de casos criminais. Realmente eu estou ficando paranóico com essas possibilidades.

Mas todas elas tem uma chance de estarem certas, como, por exemplo, o homem que me sequestrou pode querer usar meu corpo para prostituição e depois me vender para um velho rico que está à beira da morte, mas pagaria rios de dinheiro para ter um ômega novo e virgem para lhe satisfazer.

Esses pensamentos me fazem ficar com nojo e medo, e isso parece intensificar meu cheiro e chamar a atenção de alguém que provavelmente estava passando pelo corredor. Já que ouço algumas leves batidas na porta, e por incrível que pareça eu ouço a voz do Ron.

Logo vejo a cabeça ruiva entrar pela porta e não me seguro, já que vou correndo até ele e o puxo para um abraço apertado.

Quando nós nos soltamos do abraço ele me puxa gentilmente até a cama e começa a explicar toda a situação que ocorreu. Mas é o Ron explicando, então tudo tem seu jeito diferente.

— É o seguinte, você foi sequestrado por um alfa lúpus que jura de pé junto que você pertence a ele, já que disse que vocês são almas gêmeas. — Ele faz uma pausa para respirar e continua: — Basicamente estou falando do Draco, o Draco Malfoy que manda na cidade. Ele é sua alma gêmea. E parece que ele realmente quer que você fique com ele, já que por ser um lúpus, se você não retribuir o sentimento, ele morre. — Outra pausa para respirar. — Então você não tem muitas opções, ou você sai por aquela porta da frente e deixa ele morrer e causa uma revolta na cidade ou você escolhe ser dele e pode ter tudo que quiser, a hora que quiser.

Quando ele acaba de falar eu ainda estou processando todas as informações. Então quer dizer que eu sou a alma gêmea de ninguém mais, ninguém menos, que o Draco Malfoy que manda nessa cidade e pode fazer o que quiser? Puta que pariu, eu tô ferrado.

Claro que eu não vou deixar ele morrer, mas também não pretendo retribuir seus sentimentos. Ele é um assassino, afinal. Não me importo com as coisas boas que ele fez e com o dinheiro que ele tem, já ouvi muitas coisas sobre ele e sei que não é santo.

Percebo que entrei em transe quando Ron começa a estalar os dedos na frente do meu rosto, sem ter muitas opções volto a prestar a atenção nele.

— Eu também fui sequestrado, mas a questão é que se eu sair pela porta ninguém morre. Mas eu decidi ficar, vou ter dois alfas pra me satisfazer e isso me parece bom. — Vejo um sorriso malicioso correr pelos lábios dele.

— 'Pera aí, dois alfas? — Não me julguem, precisava perguntar, vai que eu ainda estou desmaiado.

— Sim, Blaise e Cedric, ambos têm vinte e seis anos e tem um relacionamento entre eles, porém querem me marcar também e é óbvio que eu aceitei. Só de pensar que eu vou ter dois nós só para mim, eu já sinto coisas acontecerem no meu corpo, se é que você me entende. — Fico um pouco espantado com a sinceridade do Ron, com todos esses anos de amizade eu ja deveria ter me acostumado, mas é sempre uma coisa nova.

Antes que eu pudesse respondê-lo, ouço outra batida na porta e vejo ela se abrindo. É Draco lá, ele é realmente mais lindo do que eu pensei.

— Ronald, seus alfas estão te chamando lá na sala. — ele diz com a voz rouca e Ron logo se levanta e sai pela porta, me deixando sozinho com Draco.

Com o meu alfa, eu tenho um alfa agora. Só percebo que prendo a respiração quando vejo Draco fechar a porta e se dirigir até a cama, sentando de frente para mim.

Quando ele me olha eu quase me perco na imensidão daqueles olhos. Eu acabei de conhecê-lo e não posso me apaixonar. Mas esses planos são quase estragados quando ele faz um carinho no meu cabelo, o que me faz ronronar e me sentir acolhido.

— Dormiu bem, gatinho? — Alguém me ensina a respirar porque eu não sei mais como faz isso. É o homem mais perigoso da cidade sentado na minha frente me chamando de gatinho. Faço uma afirmação com a cabeça e vejo ele soltar um riso.

E que sorriso bonito, eu tô realmente fodido. E não é de uma maneira boa.

Crime Favorito | DrarryKde žijí příběhy. Začni objevovat