Capítulo 10

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Capítulo 10

Pov. Harry

Acordo com batidas na porta. Olho no celular e são apenas sete da manhã. Fazem três dias que eu estou na casa do Draco e até agora mal conversamos.

Me levanto para abrir a porta e reparo que estou só de roupa íntima, mas não me preocupo em vestir algo. Provavelmente é Rony e ele já está acostumado com isso.

Quando abro a porta, não consigo deixar de ficar surpreso. Draco está aqui às sete da manhã batendo na porta do meu quarto. Percebo que sua camisa tem sangue, espero que não seja dele.

Me olhando dessa maneira que ele olha, parece que conhece todos os meus pecados mais terríveis. Porém, não é como se eu tivesse algum.

Percebo que até agora não disse nenhuma palavra, ele também não. Estamos apenas nos encarando, mas logo ele faz um barulho com a boca me tirando dos pensamentos.

— Podemos conversar? — Ele diz, parece estar preocupado. Talvez culpado.

— Claro, entra. — Nunca poderia fechar a porta na cara dele, afinal, a casa é dele.

Ele entra atrás de mim e se senta ao meu lado na cama, enquanto me encara eu paro para reparar em suas vestimentas. Além do sangue na blusa, tem sangue em suas calças e sapatos também. Se eu reparar bem consigo ver sangue até em seu rosto.

Não consigo concluir minha análise já que ele volta a falar.

— Então, eu preciso que você seja mente aberta. — Começa falando e olhando para seus dedos. — Acontece que quando você me disse o que sua família fez com você, eu fiquei muito bravo, sabe? Eu precisava descontar minha raiva em algo, espero que você me perdoe. — Ele acaba de dizer, parece estar com medo da minha reação.

— Draco, o que foi? Me conte. — Tento fazer ele continuar a falar e é claro que funciona.

— Talvez eu tenha matado seus pais e sua irmã só por estar com raiva deles, mas é só talvez, sabe. Mas eles mereciam, né? Você concorda comigo? Eu senti que precisava te proteger deles, me desculpa. — Uau, realmente é um alfa lúpus pedindo desculpas para um ômega comum.

Eu fiquei animado em saber sobre isso, não é como se eu estivesse feliz com a morte dos meus pais. Mas eu estava. Agora eu não preciso me preocupar em passar meus cios amarrados.

Sem saber como agradecer por ele ter feito o que fez, eu apenas me jogo em cima dele. O abraçando.

Ele cai na cama e coloca os braços ao redor da minha cintura. Eu afundo a cabeça em seu pescoço para sentir seu cheiro e, nossa, que cheiro bom.

— Obrigado por me salvar, Dray. — Digo baixo, rente ao seu pescoço e deixo um beijinho logo depois. Confesso que fiquei com medo de ele reclamar pelo apelido. Afinal, ele é um mafioso e governa toda a cidade, não deve estar acostumado com apelidos bobos.

Mas ele parece gostar, já que me aperta mais no abraço e me vira na cama, ficando por cima de mim.

— Eu faria qualquer coisa por você, princesa. — Ele fala baixinho e a próxima coisa que faz é aproximar seu nariz do meu, me dando um beijo de esquimó. Isso faz minhas bochechas ficarem vermelhas.

Solto um risinho quando ele deita do meu lado na cama e me puxa pra deitar em cima dele. É uma sensação muito boa ter um alfa, por mais que ele tenha me sequestrado.

Acho que esse é o momento perfeito para falar sobre a padaria, talvez ele não saiba me negar as coisas agora que é meu alfa. Mesmo não sendo oficialmente.

— Dray. — Chamo e logo em seguida ouço um resmungo dele. Ao menos está ouvindo. Eu continuo: — Antes de você me sequestrar, eu queria abrir uma padaria, sempre foi meu sonho. Você deixaria eu abrir uma? Por favor, Dray. — Levanto minha cabeça e encaro seus olhos com expectativa, mas eles não dizem nada.

— Claro, meu anjo, e você não precisa pedir nada para mim, é um ômega livre agora. — Ele diz com um sorriso no rosto, e isso me deixa feliz. Mesmo sabendo que é meu alfa, ele prefere não me prender. Eu nunca fui livre de verdade e isso me deixa feliz.

Na minha mente, por ele ser um mafioso, achei que ele iria me prender em casa e me usar para o seu prazer sempre que quisesse. Ele parece ser melhor do que dizem, tenho medo de quebrar a cara se ele mudar do nada.

Ainda estando feliz, me aproximo mais, dando um selinho em seus lábios. É algo curto, mas faz eu senti borboletas no meu estômago. Ele é o alfa que eu quero para a minha vida.

— Obrigado, Dray. — Dou mais um selinho em seus lábios e quando vou me afastar sinto suas mãos em minha nuca, me puxando para fazer o beijo durar.

Os lábios dele são bons, são cheinhos e rosados. Estão com gosto de whisky caro. Mas não deixa de ser algo bom. Uma sensação muito boa ter os lábios dele sobre os meus, me sinto livre com ele.

Ficamos nesse selar longo até ficarmos sem ar, o que não demora muito. Quando nos soltamos percebo que ele tem um sorriso convencido em seus lábios, como se soubesse o que ele causa em mim. E o desgraçado sabe.

Volto a deitar a cabeça em seu pescoço enquanto ele tem uma mão na minha cintura, para me segurar em cima dele, e a outra em meus cabelos, fazendo carinho. É uma coisa que eu não esperaria de um alfa que nem ele, talvez eu não devesse ter o julgado tanto. Ele é fofo comigo e respeitoso, qualquer outro alfa já teria se aproveitado da posição que estamos e feito algo sem permissão. Não me lembro de merecer uma pessoa tão boa que nem ele, talvez seja mais do que eu mereça.

Os carinhos que ele faz em meus cachinhos são o suficiente para fazer eu pegar no sono novamente, deitado em seu peito e sentindo seu cheiro. Talvez eu possa me acostumar com isso.

Crime Favorito | Drarryحيث تعيش القصص. اكتشف الآن