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Enzo Martins

    Eu não costumo falar dos meus problemas familiares facilmente, mas com a Cecília foi diferente.

    O pouco que a gente se conhece já me fez sentir uma confiança que geralmente não consegui sentir nem com colegas de escola.

    O fato dela sempre saber o que dizer ajudou bastante, porque normalmente as pessoas não sabem o que dizer e fica um clima chato.

    Esse lance que ela me disse sobre mecanismo de defesa me fez pensar bastante sobre. Ela vai ser uma psicóloga muito foda, sem dúvidas.

    Conversamos sobre mais uns assuntos aleatórios e ela foi pedir o sanduíche da Amanda pra voltarmos pra festa.

    Estacionei no mesmo lugar e descemos. Assim que a gente entrou na casa deu pra perceber que tinha menos gente, até porque já beirava às 2h. Assim que avistamos nossos amigos fomos até eles.

— Aqui, chatice. - Cecília disse entregando o subway pra Amanda.

— Te amo demais, amiga. - Amanda disse abraçando Cecília.

— Já deu de bebida pra tu hoje viu, senhora? - Cecília disse tomando o copo da mão da Amanda.

      
                                        [...]

    Já era mais de 4h e o irmão da Amanda veio buscar as meninas.

    O pessoal foi embora e eu e o Felipe fomos lá pra cima dormir. Deixamos pra arrumar a bagunça depois que acordássemos.







Cecília Albuquerque

    Acordei 11h e olhei pro lado, vendo a Amanda desmaiada de tanto sono do meu lado.

    Fui ao banheiro, escovei os dentes e tomei um banho. Só consigo iniciar meu dia depois de fazer essas três coisas.

    Assim que me arrumei com as coisas da Amanda, desci pra tomar café. Eu sabia que a mãe dela sempre fazia a boa guardando café da manhã pra gente.

— Olha quem tá aqui. - O pai da Amanda disse ao me
ver — Só vem aqui quando eu não to. - Me deu um beijo na cabeça.

— Bom dia, tio Marcos? - Ele deu risada — Eu percebi que o senhor tá se escondendo de mim, toda vez que venho aqui não te vejo. - Falei cruzando os braços fingindo estar brava.

— Eu acho que vamos ter que marcar pra conseguir se encontrar nessa casa viu... - Ele falou servindo um cafézinho e eu gargalhei.

— Te aviso assim que eu verificar na minha agenda se tenho horário livre. - Falei entrando na onda dele.

— Bom dia, rapaziada. - O Gui falou sentando na mesa com a gente e servindo um suco.

— Olha o meu filho como é bonito, Ceci. Com essa cara de morto com certeza não puxou o pai. - O tio Marcos falou zuando o Guilherme e eu me contorci de tanto rir.

— Esse meu estado é culpa da sua filha e da amiga dela, me fazendo buscar as duas 4h da manhã em festa. Como que dorme desse jeito? - Falou indignado.

— Elas estão certas. Com um besta como você pra buscar elas de madrugada quem é que vai querer dirigir? - O tio marcos perguntou irônico.

— É o nosso uber particular. - Pisquei dando um gole no meu café.

— Vocês vão ver quando eu sumir. - Guilherme fez o drama dele de sempre.

— Deixa de drama, Guilherme. - Dei um soquinho no braço dele, que sorriu de canto.

— Não, pô. Tá na hora dessas duas arrumarem namorado pra levar e buscar. - Guilherme disse e o tio Marcos quase cuspiu o café.

— Tá louco, garoto? Eu lá vou deixar algum marmanjo chegar perto das minhas meninas? - Tio Marcos falou quase batendo no Gui e a gente riu.

O Café todo foi assim, leve e descontraído como sempre. Ninguém mensura o quanto eu amo essa família.

Assim que terminei de comer, subi pra atazanar a vida da Amanda. Quase 12h e a bonita na cama? Até parece que vou deixar.

— Bora minha filha, tá achando que tá no spa? - Perguntei abrindo as cortinas e me jogando em cima dela.

— Pelo amor de Deus, Cecília! Não começa. - Falou tampando a cara com um travesseiro por causa do sol, me empurrando pro lado.

— Uai linda, não teve coragem de beber todas ontem? Agora trate de matar essa no peito. - Falei saindo de cima dela e pegando meu celular.

— Minha cabeça vai explodir. - Ela falou sentando na cama.

— O nome disso é ressaca, gatinha. - Falei bloqueando o celular — Me conta aí como foi a pegação com o Felipe ontem. - Perguntei curiosa.

— Amiga, a gente ficou conversando depois que você saiu e ele começou a me apresentar um monte de pessoas da festa. Eu juro pra você que achei que ele não fosse me beijar, já tava ficando puta com ele conversando com aquele tanto de gente. - Ela disse sincera e eu ri do jeito que ela falou.

— Até parece que ele ia perder essa oportunidade. Continua, vai. - Falei.

— Aí teve uma hora que ele me apresentou o irmão dele , que teve a coragem de dar em cima de mim na frente do Felipe. - Arregalei os olhos quando ela disse isso — Aí o Felipe cortou o André dizendo que eu não estava disponível. - Ela disse segurando um sorrisinho.

— Caralho, Felipe soube agir em. - Ela assentiu — E depois disso? - Perguntei.

— O André saiu e eu perguntei pro Felipe "como assim não to disponível?". Mal terminei a pergunta e ele me beijou como resposta. - Terminou de contar.

— Gooooool. - Gritei e ela gargalhou tampando minha boca.

— Gol? Gol de quem? Quem tá jogando? - Guilherme perguntou entrando no quarto segundos depois todo desesperado e começamos a rir muito da cara dele.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora