Cecília Albuquerque
Me despedi da Amandinha e do Felipe, que foram embora em seguida.
Eu e o Enzo entramos na casa dele e ele fechou o portão.
— Agora sim, paz. - O Enzo falou se jogando no sofá e eu ri colocando as mãos na cintura.
— Quem vê até pensa, né. - Falei irônica — Você só se faz, mas é doido com o Felipe. Vocês dois não se largam e isso não tem como negar.
— Eu não. - Ele respondeu rindo — Quanto mais longe o Felipe tiver, mais perto vai tá a minha paz.
— Aham, sei. - Concordei falsamente e ele estendeu a mão pra mim, me fazendo ir até ele no sofá.
Ele me puxou pela mão e eu deitei por cima dele, que passou as mãos pelas minhas costas parando na minha cintura.
Deixei um cheiro no pescoço dele, ficando ali sentindo o meu perfume masculino favorito.
Ele deixou um beijo na minha cabeça e ficamos agarradinhos trocando carinho por um tempo.
— Preciso ir pra casa. - Falei me soltando dele e sentando na ponta do sofá.
— Precisa nada. - Falou me puxando pra ele de novo e eu ri.
— Preciso sim. To aqui na sua casa desde madrugada. - Falei fechando os olhos sentindo o carinho que ele fazia na minha nuca.
— E daí? - Perguntou sem importância parando de fazer o carinho.
— E daí que eu preciso de roupa, né Enzo. - Falei rindo dando um tapa na testa dele, que fez careta.
— Precisa nada. - Falou com um sorriso sem vergonha e eu gargalhei — Muito melhor sem.
— Bora, preciso ir pra casa. - Falei levantando e ele fechou os olhos me ignorando — Me leva lá, você aproveita e dorme comigo.
— Fechou então. - Respondeu levantando rápido me fazendo rir absurdos da reação dele.
Segui ele pela casa e fomos parar no quarto dele. Vi o bonitinho pegando uma roupa dele e algumas outras coisas.
O Enzo tirou tudo que tava nos bolsos dele, que por sinal não consegui ver o que era já que ele tava de costas pra mim, deixando tudo no guarda roupa.
Fiquei esperando deitada na cama. Ele me chamou pra irmos com a cabeça e fomos, deixando a casa dele e pegando rumo pra minha.
— O que você vai fazer pra gente jantar? - Ele perguntou estacionando em frente o meu prédio.
— Quando eu fizer você vai saber. - Respondi sorrindo falsa pra ele, que me olhou debochado.
— Tá abusada, né Cecília. - Reclamou saindo do carro e eu ri — Vou acabar com esse teu abuso rapidinho.
— Você me pede pra fazer a janta e eu que sou abusada? - Perguntei com uma sobrancelha erguida e ele assentiu — Tá bom, viu.
— Já aviso que hoje não vou virar seu empregadinho e lavar as louças igual aquele dia. - Ele falou trancando o carro e entrelaçando nossas mãos com a dele livre.
— Então não vai ter janta. - Falei parando de andar e ele riu negando com a cabeça me puxando pra continuarmos andando até o elevador.
Chegamos no meu andar e eu destranquei a porta com a chave que a Amanda me devolveu, que tava na bolsa dela.Liguei as luzes e tranquei a porta novamente, tirando meu salto que tive que usar o dia todo no shopping por consequência de ter saído direto da casa do Enzo sem passar na minha.
— Preciso de um banho. - Falei amarrando meu cabelo em um coque.
— Que coincidência, eu também preciso. - Falou me olhando igual canalha se aproximando de mim.
Corri dele até o meu quarto e gargalhei vendo ele correr atrás de mim, me abraçando pela cintura.Iniciamos um beijo quente com muita intensidade, deixando nossas roupas pelo caminho até o banheiro.
Depois de transar horrores naquele chuveiro, finalmente tomamos o nosso banho de verdade.
Saí do banheiro enrolada na toalha, pegando uma outra toalha pra ele no meu guarda roupa.
— Sabe o que eu tava pensando aqui? - Perguntou se secando e eu olhei pra ele — Tu andou descalça aquela festa toda ontem e dormiu na minha cama com o pé sujo.
Quando ele falou isso eu não aguentei, perdi as forças de tanto rir sabendo que era verdade o que ele tava dizendo.
— Ué, eu já tinha chegado cansada da festa e ainda transei boa parte da madrugada com você. Acha mesmo que lembrei disso na hora? - Argumentei e ele negou com a cabeça querendo rir.
— Só pra te dar o troco vou andar descalço esse apê aqui todo e pular em cima da tua cama. - Falou me ameaçando e eu olhei debochada pra ele.
— Virou criança assim do nada? - Perguntei irônica e ele jogou a toalha dele em mim.
Nos vestimos enquanto conversávamos e confesso que eu to toda boiolinha com nós dois.
Depois fomos pra sala assistir alguma coisa, enquanto eu olhava o Ifood pra ver se tinha algo interessante pra pedir.
— Tu não ia cozinhar, Cecília? - Falou deitando encostado no sofá com a cabeça nos meu peito se agarrando na minha cintura.
— Eu ia, mas fiquei com preguiça. - Respondi fazendo careta — Vou pedir uma pizza.
— Daqui a pouco a gente vai sair rolando. - Ele disse tirando do jornal que passava aleatoriamente e eu gargalhei da naturalidade que ele falou isso — Se bem que tá tranquilo.
— Tranquilo por quê? - Perguntei sem entender.
— O cardio a gente já fez há uns minutos. - Disse simples e eu demorei a entender — No chuveiro, pô.
— Aaah sim. - Falei realmente entendendo agora e ele negou com a cabeça querendo rir.
— É lerdinha, coitada. - Falou olhando rápido pra mim e eu fiz bico.
— Então é pra pedir uma salada? - Perguntei olhando pra ele, que me encarou de volta.
— Olha pra minha cara de quem vai comer salada, Cecília. - Falou indignado e eu soltei um riso fraco pedindo a pizza mesmo — Tá achando que eu sou vaca pra ficar comendo capim?
— Cara, por que você é assim? - Falei me recuperando da crise de riso que me deu.
— Se é assim que você gosta, pô. - Falou sorrindo convencido — Então tá tudo certo.
— Quem disse? - Perguntei olhando debochada pra ele, só pra irritar.
— Eu. - Falou dando de ombros apertando no play em Tropa de Elite.
Ficamos assistindo por um tempo esperando a pizza, que demorou uns 35 minutos pra chegar.Depois desistimos de assistir o filme todo e fomos dormir, já que ambos estavam cansados por termos dormido pouco hoje.
ESTÁ A LER
Aquela Pessoa
Teen Fiction"Todo mundo tem uma pessoa, aquela pessoa Que te faz esquecer todas as outras".