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Cecília Albuquerque

Já tinha dado o horário do intervalo e eu tava indo com a Jade pra lanchonete.

— Mais um dia sem sentar com a gente? - Perguntei pra Jade durante o caminho.

— Eu fico com receio da Amanda. - Ela admitiu — Lá no show tava nós três numa boa, aí depois que eu dei aquele perdido com o irmão dela senti que ela ficou incomodada.

— A Amanda parece um bicho de sete cabeças mas eu te garanto que não é o que parece. - Fui sincera — Ela só é um pouco ciumenta, é dela isso.

— Ai, amiga. - Falou pensativa — Não sei...

— Cecília. - O Enzo me chamou — Preciso falar com você.

— Depois a gente se fala, amiga. - A Jade disse deixando nós dois a sós.

— Nossa conversa não acabou aqui, garotinha. - Gritei pra ela que tava mais longe e a cretina me mandou beijo — Oi, né. - Falei voltando minha atenção a ele.

— Oi. - Ele disse me dando um selinho rápido.

— O que foi? - Perguntei — É algo grave?

— Depende do que você me responder. - Ele falou de um jeito mais sério e eu engoli seco com essa resposta.

— Pode falar. - Pedi curiosa tensa sobre o que seria.

— O Felipe viu você conversando com o Fábio hoje mais cedo. - Falou dando uma pausa esperando uma resposta minha.

— Sim? - Perguntei com o intuito dele ser mais específico.

— E aí que eu quero saber o que vocês tavam conversando. - Foi direto.

— Ele me parou pra puxar assunto comigo, mas eu nem dei bola pra isso. - Expliquei — Também veio me perguntar se eu tava com você.

— E você respondeu o quê? - Perguntou umedecendo os lábios.

— Que sim. - Afirmei— Eu disse que tava com você.

— Que bom. - Abriu um sorrisão me olhando nos olhos — Era isso que eu queria ouvir.

— Tá aliviado? - Perguntei sorrindo e ele riu sem graça.

— Pra caralho. - Admitiu nervoso me fazendo sorrir.

— Fica tranquilo, neném. - Falei carinhosa abraçando ele.

Consegui sentir o coração dele acelerar só com o abraço.

— Bora. - Entrelaçou a mão na minha com um sorriso — Antes que o Felipe encha o nosso saco pela demora.

— Ele vai encher o nosso saco de qualquer jeito. - Falei enquanto caminhávamos e ele concordou rindo.

Chegamos lá na mesa e eu estranhei ver a Jade sentada com os meninos e com a Amanda.

Eles tavam conversando numa boa, a Amanda não tava de cara fechada pra Jade. O que me fez agradecer mentalmente.

Como parecia estar tudo bem entre elas, não toquei no assunto do show e fingi normalidade.

— Achei que vocês iam chegar no intervalo de amanhã. - O Felipe falou encarando a gente.

— Porra, vai encher o saco de outro vai. - O Enzo respondeu sentando e eu fiz o mesmo.

— Eu te disse que ele ia encher nosso saco de qualquer jeito. - Falei relembrando o Enzo e ele riu sabendo do que eu tava falando.

— Muito bom saber que vocês falam bem de mim. - O Felipe falou tomando o gatorade dele — Uns queridos, pô. Amigos do peito eu diria.

— O Felipe sempre tem essas respostinhas na ponta da língua, incrível isso. - A Amanda disse rindo — Haja criatividade numa só mente.

— Por isso que o maluco parece o megamente. - O Enzo falou apontando pra cabeça do Felipe e o Guilherme cuspiu rindo a água que tava tomando.

— Na moral, já não basta ser desmoralizado pelos meus próprios amigos, ainda tomo um banho de cuspe. - O Felipe disse exagerando.

— Mas faz tempestade em copa d'água, viu. - Falei olhando pra ele — Caiu um pinguinho só e tá aí falando que tomou até banho.

— Vai beijar o Enzo, Cecília. - O Felipe falou virando a cara pra mim e eu belisquei ele — Ai, porra. Controla tua mina aí, Enzo.

— Vou me juntar com ela pra te agredir, isso sim. - O Enzo respondeu e o Felipe fez cara de tédio.

— Engraçado, desde a primeira vez que eu vi o Felipe lá no show pensei que ele fosse o engraçadinho do grupo. - A Jade disse pensativa — E em quinze minutos de conversa eu só comprovei essa minha teoria.

— Sua teoria tá errada. - O Felipe negou — Eu sou um cara muito sério, posturadão.

— Aham, é sim... - A Amanda respondeu — Talvez na sua cabeça.

— O Felipe é resenha demais, pô. - O Guilherme defendeu o Felipe fazendo um toque com ele — Gostei de conhecer a lenda.

— Porra, tá vendo? - O Felipe disse se sentindo — Eu nasci com o dom de fazer as pessoas rirem, pô. Se em cinco minutos de conversa eu não fizer ninguém rir, posso me retirar porque não tenho mais nada a oferecer.

— Mano. - A Jade disse gargalhando junto com a gente — Esse menino parece que foi tirado de um filme.

— Parece mesmo, pô. - O Enzo concordou — IT a coisa.

— Vai se fuder. - O Guilherme encostou na cadeira se contorcendo de rir — IT a coisa foi genial.

— Eu acordo todos os dias seis horas da manhã pra cinco pessoas tirarem onda com a minha cara. - O Felipe respondeu negando com a cabeça — Devo ser o palhaço de IT a coisa mesmo.

                                          [...]


    O intervalo foi sensacional. Amei todo mundo juntinho igual hoje, quero mais vezes.

    Assim que terminou minhas aulas, dei uma passadinha em alguns lugares que eu precisava ir pra resolver umas coisas da vida adulta.

    Um solzinho forte bateu bem no meu rosto na hora de ir finalmente pra casa e eu resolvi tirar uma fotinha.


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    Vi que o Fábio respondeu meu story e ignorei totalmente a mensagem dele

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Vi que o Fábio respondeu meu story e ignorei totalmente a mensagem dele.

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