12 - O NÚMERO 19

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Ouço um barulho vindo do lado de fora. Corro até a janela para observar se está tudo em ordem e sim, não há nada de errado, apenas um cachorro vagando pela rua com uma coleira vermelha em volta do pescoço. Acredito que o cão fugiu de casa.

Respiro aliviada.

Apesar de saber que possivelmente Elliott não vai me matar, não posso ter certeza disso. Eu conheço o seu segredo mais sombrio, e é só uma questão de tempo até ele mudar de ideia, e me enxergar como uma ameaça.

Um trovão estronda meu quarto escuro e eu dou um pulo quando um relâmpago rápido ilumina a sombra do homem atrás de mim. Não me movo, continuo olhando para a rua sentindo meus batimentos falharem.

Ele está bem aqui.

Seu corpo encosta no meu, me espremendo contra a janela. Sua mão grande aperta meu maxilar.

Prendo a respiração e meus olhos se enchem de lágrimas porque sei que eu estava certa quando acabei de pensar que ele pode me ver como uma ameaça.

A lâmina fria de uma faca encosta na pele fina do meu pescoço me fazendo tremer.

É agora.

Ele vai me matar.

Meus batimentos aceleram, mas me recuso a dizer qualquer coisa. No entanto, ele parece se divertir com o meu discreto desespero.

— Seja rápido, por favor. —  Imploro com a voz firme. Sua mão desce do meu maxilar até o meu pescoço e segura ali, mas sem prender minha respiração.

Meu corpo reage ao seu toque de um jeito diferente. Gosto da forma como ele segura meu pescoço, e eu sei que isso é doentio.

Qual é a porra do meu problema?

A lâmina pontiaguda escorrega pela minha silhueta e adentra pela minha blusa. Devagar, ele sobe a mão segurando a faca e corta minha blusa ao meio.

Solto um grunhido, mas não é de medo.
Não estou usando sutiã, então, apenas  trapos cobrem meus seios.

Elliott brinca passando a ponta dos dedos pela minha barriga em seguida, crava a ponta da faca na pele em cima do meu estômago, mantendo o cuidado de não perfurar meu abdômen.
Seus lábios roçam a minha orelha.

— Quem é Dereck?

Meu coração falha.
Merda!

Ele aperta meu pescoço, agora dificultando a passagem de ar.

— Vou perguntar pela última vez. Quem. É. Dereck? — Pergunta pausadamente. Posso notar a raiva no tom da sua voz e isso é bom.

Gosto de saber que mexi com ele, mas temo por D.

— Um amigo. — Respondo com dificuldade.

Sua mão folga e eu volto a respirar normalmente, mas seu toque próximo aos meus seios me faz latejar.

Latejar bem entre as minhas pernas.

Sua mão afasta os trapos da minha blusa, expondo os meus seios.  Sua mão armada passeia por eles, mas sem tocar meus mamilos.

Ele está brincando comigo.

— E você ia transar com esse... amigo, Amber?

— Não. - Respondo baixinho. Como vou explicar que só estava tentando chamar a atenção dele?

— Não? - Questiona ele, insistente.

— NÃO! - Dessa vez eu grito.

— E por que estava se esfregando nele? Hãm?

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